Tiroteio em Manchester. Uma das vítimas mortais foi atingida por disparos da polícia

Um dos dois cidadãos mortos junto à sinagoga em Manchester foi atingido por balas da polícia. A vítima foi apanhada no meio dos disparos que visavam o agressor, disseram as autoridades. As autópsias estavam a decorrer esta sexta-feira.

Carla Quirino - RTP /
Hannah McKay - Reuters

Os únicos tiros disparados durante o ataque do lado de fora da Sinagoga da Congregação Hebraica do Parque Heaton saíram de armas da polícia, já que Al-Shamie, o suspeito da agressão, não tinha uma arma de fogo, explicou o chefe de polícia, Stephen Watson, em comunicado citado pela BBC.

“Acredita-se que o suspeito, Jihad Al-Shamie, não estava na posse de uma arma de fogo e que os únicos tiros foram disparados por oficiais armados da polícia de Manchester (Greater Manchester Police - GMP) enquanto tentavam impedir que o infrator entrasse na sinagoga e causar mais danos à comunidade judaica”, indicou Watson.

“Portanto, e depois de um exame forense mais aprofundado, esse ferimento pode infelizmente ter sido causado por consequência trágica e imprevista da ação urgente e necessária tomada pelos meus oficiais para pôr fim a um ataque cruel”, lamentou o chefe da polícia.
Durante o tiroteio, os dois membros da sinagoga abrigaram-se dentro do edifício religioso e estariam “atrás da porta" enquanto “tentavam impedir que o agressor entrasse”, descreveu a polícia.

Para além das vítimas mortais, Adrian Daulby e Melvin Cravitz, outras três pessoas permanecem no hospital depois com ferimentos de faca provocados pelo agressor no ataque desta quinta-feira.

Entre os feridos, há um que sofreu também uma escoriação de bala, mas que não corre risco de vida, de acordo com as indicações oficiais.

Entretanto, o Ministério do Interior referiu que as autópsias estão a decorrer nesta sexta-feira.

A secretária do Interior, Shabana Mahmood, declarou à BBC que o agressor, morto a tiro no local, era um cidadão britânico de 35 anos de ascendência síria.

Acrescentou que o suspeito não estava identificado pela polícia por atos de terrorismo e que é "muito cedo" para se afirmar se há alguma célula terrorista por trás do ataque.

Citado na ABC, a família de Al-Shamie divulgou um comunicado condenando "este ato hediondo, que teve como alvo civis pacíficos e inocentes".

"Nós nos distanciamos totalmente deste ataque e expressamos o nosso profundo choque e tristeza pelo que aconteceu", disse a família. "Os nossos corações e pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias, e nós rezamos para que sejam fortes", acrescentou a família do suspeito.

A secretária do Interior garantiu que "a investigação vai continuar" e anunciou um reforço policial junto às sinagogas por todo o Reino Unido.
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