O exército iraquiano capturou esta quinta-feira a mesquita de Mossul onde o autoproclamado Estado Islâmico declarou o califado em 2014.
Na semana passada, esta mesma mesquita construída durante o século XII era alvo de um ataque perpetrado pelos terroristas islâmicos, uma ação que destruiu praticamente todo o monumento.
O minarete Al-Hadba, onde a bandeira negra do Estado Islâmico permanecia hasteada desde junho de 2014, também desmoronou.
Na altura, Haider al-Abadi, o primeiro-ministro iraquiano, considerou que este ataque seria uma “admissão formal da derrota” por parte da organização terrorista.
No entanto, o Estado Islâmico negou ter estado na origem deste ataque e responsabilizou a aviação norte-americana pela destruição da mesquita centenária, uma acusação que foi desde logo desmentida por Washington.
50 mil civis em situação extrema
Três anos após a declaração do califado, a cidade-bastião do grupo terrorista está praticamente de regresso às mãos das tropas iraquianas, que encetaram há cerca de oito meses a operação para a reconquista de Mossul com o apoio dos Estados Unidos e da coligação internacional.
Na quarta-feira, as tropas iraquianas afirmavam estar cada vez mais próximas do controlo total de Mossul, após a conquista de mais dois distritos na zona da cidade velha, numa zona a norte da mesquita que hoje foi dada como recuperada.
Em declarações à televisão estatal iraquiana, o major-general Jabbar al-Darrajitold assegurava que cerca de metade da área da cidade velha já tinha sido recuperada.
Os militares iraquianos estimam que pelo menos 350 militantes do Estado Islâmico ainda ocupem a zona, escondidos entre cerca de 50 mil civis que se encontram numa situação extrema de fome, falta de água e de medicamentos.
Para atrasar ao máximo o avanço da ofensiva iraquiana, o grupo terrorista tem recorrido a emboscadas, snipers e ataques suicidas.
Apesar da resistência tenaz dos terroristas, o Exército iraquiano acredita que a batalha estará terminada nos próximos dias. "De um ponto de vista militar, o Daesh está acabado. Mossul deverá cair nos próximos dias", afirmava na terça-feira o general Abdul Ghani al-Assadi em declarações à agência Reuters.
com agências internacionais