Tropas iraquianas recuperam mesquita onde Estado Islâmico declarou o califado

por Andreia Martins - RTP
A mesquita ficou totalmente destruída com o ataque da semana passada. Erik de Castro - Reuters

O exército iraquiano capturou esta quinta-feira a mesquita de Mossul onde o autoproclamado Estado Islâmico declarou o califado em 2014.

É uma vitória simbólica para as tropas iraquianas que combatem o Estado Islâmico pela reconquista de Mossul. Um comunicado das forças militares de Bagdade confirma esta quinta-feira a conquista da mesquita Al-Nuri, onde Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo extremista Estado Islâmico, declarou o seu califado no verão de 2014.

Na semana passada, esta mesma mesquita construída durante o século XII era alvo de um ataque perpetrado pelos terroristas islâmicos, uma ação que destruiu praticamente todo o monumento.

O minarete Al-Hadba, onde a bandeira negra do Estado Islâmico permanecia hasteada desde junho de 2014, também desmoronou.

Na altura, Haider al-Abadi, o primeiro-ministro iraquiano, considerou que este ataque seria uma “admissão formal da derrota” por parte da organização terrorista.

No entanto, o Estado Islâmico negou ter estado na origem deste ataque e responsabilizou a aviação norte-americana pela destruição da mesquita centenária, uma acusação que foi desde logo desmentida por Washington.
50 mil civis em situação extrema
Três anos após a declaração do califado, a cidade-bastião do grupo terrorista está praticamente de regresso às mãos das tropas iraquianas, que encetaram há cerca de oito meses a operação para a reconquista de Mossul com o apoio dos Estados Unidos e da coligação internacional.

Na quarta-feira, as tropas iraquianas afirmavam estar cada vez mais próximas do controlo total de Mossul, após a conquista de mais dois distritos na zona da cidade velha, numa zona a norte da mesquita que hoje foi dada como recuperada.

Em declarações à televisão estatal iraquiana, o major-general Jabbar al-Darrajitold assegurava que cerca de metade da área da cidade velha já tinha sido recuperada.

Os militares iraquianos estimam que pelo menos 350 militantes do Estado Islâmico ainda ocupem a zona, escondidos entre cerca de 50 mil civis que se encontram numa situação extrema de fome, falta de água e de medicamentos.

Para atrasar ao máximo o avanço da ofensiva iraquiana, o grupo terrorista tem recorrido a emboscadas, snipers e ataques suicidas.

Apesar da resistência tenaz dos terroristas, o Exército iraquiano acredita que a batalha estará terminada nos próximos dias. "De um ponto de vista militar, o Daesh está acabado. Mossul deverá cair nos próximos dias", afirmava na terça-feira o general Abdul Ghani al-Assadi em declarações à agência Reuters.

com agências internacionais
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