Tropas ucranianas "combatem até ao último homem" em Bakhmut

por Carlos Santos Neves - RTP
Soldados ucranianos disparam a partir de uma bateria anti-aérea numa posição próxima de Bakhmut, na região de Donetsk Sergey Shestak - EPA

Bakhmut, uma das cidades ucranianas da linha da frente mais fustigadas pelos bombardeamentos russos, é palco de “combates implacáveis”, rua a rua, descreveu este domingo o número um do grupo paramilitar russo Wagner. A partir de Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admite que a situação “está a complicar-se”.

“Combates implacáveis têm lugar nos bairros do norte por cada rua”, adiantou, referindo-se a Bakhmut, o patrão do grupo Wagner Yevgeny Prigozhin, citado pelo serviço de imprensa da organização de mercenários na plataforma de mensagens Telegram.Nas palavras de Prigozhin, “as tropas ucranianas “não se retiram”: “Combatem até ao último homem”.

Com os mercenários do grupo Wagner na primeira linha, as forças russas procuram, desde o verão, tomar Bakhmut, cidade do leste da Ucrânia já largamente devastada por sucessivos bombardeamentos.

Nas últimas semanas, os russos obtiveram alguns ganhos territoriais, capturando Soledar, a norte, e Blahodatne.

Nas últimas 24 horas, de acordo com o Estado-Maior ucraniano, morreram pelo menos quatro civis e outros 11 ficaram feridos em diferentes pontos do leste do país. Há também notícia de cinco feridos em dois ataques russos no centro de Kharkiv, a segundo maior cidade da Ucrânia, no nordeste.
Situação “está a complicar-se”

Na noite de sábado, o presidente ucraniano veio reconhecer que o quadro do esforço de defesa, desde logo em Bakhmut, “está a complicar-se”. Kiev mantém, ainda assim, a promessa de defender aquela cidade do leste pelo “tempo que for possível”.
Volodymyr Zelensky falou também de Vuhledar, onde as tropas russas estão também a redobrar os ataques, e Lyman, localidade retomada às forças invasoras durante uma contraofensiva, em 2022: “O ocupante mobiliza cada vez mais as suas forças para quebrar as nossas defesas”.

Os sinais da escalada bélica em solo ucraniano têm sido testemunhados pelos enviados especiais da RTP à frente da guerra, António Mateus e Sérgio Ramos.
As autoridades de Kiev reiteram a urgência da entrega do armamento adicional prometido pelos aliados ocidentais, entre os quais Portugal, nomeadamente projéteis de maior alcance e tanques modernos – os norte-americanos Abrams e os alemães Leopard 2.

O Canadá enviou no sábado o primeiro dos tanques Leopard 2 que se comprometeu a fornecer às Forças Armadas ucranianas.

c/ agências
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