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Trump ameaça regular ou fechar redes sociais após reprimenda do Twitter

por Andreia Martins - RTP
Jonathan Ernst - Reuters

O Presidente norte-americano ameaçou esta quarta-feira "regular" ou "fechar" as redes sociais. A intimação surgiu no próprio Twitter de Donald Trump, isto depois de aquela mesma rede social ter assinalado, pela primeira vez, duas mensagens do Presidente com uma ferramenta para verificação de factos.

No Twitter, o Presidente norte-americano queixou-se do próprio Twitter. Criticou e acusou a empresa de ser parcial: “Os republicanos sentem que as plataformas de redes sociais silenciam completamente as vozes conservadoras”, escreveu Trump na sua página pessoal naquela rede social.

“Vamos regulá-las fortemente, ou fechá-las, antes de permitirmos que isto aconteça. Vimos o que tentaram fazer, e falharam, [nas eleições presidenciais] em 2016. Não podemos permitir que haja uma versão mais sofisticada dessa tentativa outra vez”, refere ainda.

“Aprendam a comportar-se, AGORA!!!!”, acrescenta ainda o Presidente dos Estados Unidos na mensagem dirigida às redes sociais.


Numa outra publicação, pouco depois, Donald Trump diz que “o Twitter mostrou agora que tudo o que temos vindo a dizer sobre eles (e os seus compatriotas) está correto. Seguem-se grandes ações!”


Na terça-feira, o Twitter assinalou pela primeira vez uma publicação de Donald Trump com uma ferramenta que pretende ajudar à verificação de informações e dados. Em causa estão duas mensagens publicadas pelo Presidente sobre o voto por correspondência que o Twitter assinalou com uma hiperligação que permite conferir a veracidade da informação.


Nos tweets assinalados, o Presidente norte-americano diz que este tipo de votação poderá levar a fraudes e corrupção nas eleições. A rede social assinala esses dois tweets com pontos de exclamação e convida o utilizador a “conhecer os factos” sobre o voto por correspondência.

Na página onde se contextualizam as palavras de Trump, o utilizador tem acesso a diversas notícias sobre este método de votação. A rede social faz um resumo da informação reunida através de notícias da CNN, Washington Post e outras fontes, concluindo que as críticas do Presidente norte-americano são “infundadas” ou mesmo "enganosas".

Depois de anos de utilização exaustiva do Twitter por parte do candidato e depois Presidente, com milhares de tweets desde que chegou à Casa Branca, esta foi a primeira vez que a rede social assinalou uma mensagem de Trump. A empresa foi mesmo criticada nos últimos anos por deixar impune a divulgação de algumas informações duvidosas por parte de líderes políticos como o Presidente norte-americano.

Poucas horas depois, também através do Twitter, o Presidente acusava a rede social de “interferir nas eleições presidenciais de 2020”.

“Eles dizem que as minhas declarações sobre a votação por correspondência, que levará à corrupção e fraudes massivas, estão incorretas, com base na verificação de dados por parte de fake news da CNN e do Washington Post, da Amazon. O Twitter está a sufocar a LIBERDADE DE EXPRESSÃO e eu, como Presidente, não vou permitir que isso aconteça!”, escreveu Donald Trump.



De acordo com a CNN, o Twitter já esclareceu que a mensagem de alerta que acompanha os tweets de Trump serviu apenas para dar “contexto” às palavras de Trump. A rede social não reagiu ainda às ameaças de controlo ou encerramento das redes sociais.

A votação por correio tem sido amplamente discutida e falada ao longo dos últimos meses pela opinião pública norte-americana, tendo em conta a atual situação de pandemia e os receios de votação presencial, num ano em que se realizam as eleições presidenciais, marcadas para 3 de novembro. Donald Trump tem sido crítico desta possibilidade, apesar de ele próprio ter votado por correspondência em diversas ocasiões já depois de ter sido eleito Presidente dos Estados Unidos.

Para já, a decisão sem precedentes por parte do Twitter em classificar as mensagens de Trump levanta agora outras dúvidas: será que aquela rede social vai conseguir aplicar de forma consistente esta ferramenta de verificação a outros tweets de Trump que são considerados enganosos por terceiros?

Já esta quarta-feira, o Presidente norte-americano voltou a insistir no Twitter numa teoria da conspiração que envolve o ex-congressista Joe Scarborough na morte de uma antiga conselheira, Lori Klausutis, em 2001.

O viúvo exigiu a Jack Dorsey, CEO do Twitter, que os tweets de Trump sobre esta matéria fossem apagados. Em comunicado, o Twitter recusou-se a eliminar essas mensagens. No entanto, “lamenta a dor causada” pelas publicações de Trump sobre o tema e promete fazer alterações às políticas de utilização de forma a precaver este tipo de situações. "Esperamos ter essas alterações em breve", acrescenta.

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