Trump apresentou-se às autoridades do Estado da Geórgia

por Paulo Amaral, Graça Andrade Ramos - RTP
Ricardo Arduengo - Reuters

O ex-presidente norte-americano cumpriu com o prometido há um par de dias e entregou-se na quinta-feira às autoridades da Geórgia, Estado onde é acusado de reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020.

Donald Trump entregou-se na prisão do condado de Fulton, em Atlanta, nos Estados Unidos, onde ouviu formalmente a acusação.

Trump saiu poucos minutos depois desse estabelecimento prisional, o que sugere que terá pago a caução de 200 mil dólares, para aguardar julgamento em liberdade.

Trump nega ter cometido qualquer irregularidade e insiste que são acusações com motivações políticas.
Foi com uma nota de inconformismo que, há dois dias, Donald Trump escreveu na sua rede Truth Social que se apresentaria esta semana na cidade de Atlanta.

Acusando a procuradora Fani Willis de liderar uma caça às bruxas no caso da chamada em que ele próprio pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, para “encontrar” votos suficientes que lhe garantissem a vitória no Estado, durante as presidenciais de há três anos, Trump escreveu na Truth Social que se entregaria por ter “feito uma chamada perfeita” e não por qualquer homicídio.

Donald Trump referia-se à gravação da chamada para Brad Raffensperger que está agora a ser usada como prova contra si por Fani Willis, a procuradora distrital do condado de Fulton e que está responsável pelo caso.

Depois de ser ter apresentado às autoridades e de ter sido libertado sob caução, Trump regressou a casa, tendo proferido uma curta declaração aos jornalistas já no aeroporto, para se afirmar novamente inocente.
A fiança de Donald Trump foi fixada em 200 mil dólares, o equivalente a 185 mil euros, e o acordo proíbe o ex-presidente de intimidar outros réus, testemunhas ou vítimas envolvidas no caso seja por que meios for, incluindo a utilização de redes sociais para esse propósito. Fica igualmente impedido de comunicar de qualquer forma sobre o caso com qualquer co-réu ou testemunha, exceto através de advogados.

Indiciado de tentativa de fraude nos resultados das eleições no Estado da Geórgia, Donald Trump enfrenta 13 acusações, entre as quais a violação de uma lei de anticorrupção que implica pena de prisão.

Ex-chefe de gabinete entregou-se em prisão da Geórgia

Também na quinta-feira, Mark Meadows, ex-chefe de gabinete de Donald Trump na Casa Branca, entregou-se na prisão do condado de Fulton, Geórgia, onde é acusado com o ex-presidente de tentar falsificar as eleições de 2020.

Vários réus no caso já passaram por este processo, incluindo o ex-advogado de Trump e ex-autarca de Nova Iorque Rudy Giuliani, que compareceu quarta-feira na prisão. O antigo chefe de gabinete foi posteriormente libertado sob uma caução de 100 mil dólares (92,5 mil euros).

Meadows tentou evitar esse procedimento solicitando que o seu julgamento fosse transferido de um tribunal estadual da Geórgia para um tribunal federal, mas o pedido foi negado.

O antigo chefe de gabinete é uma das 19 pessoas acusadas – Trump incluído – naquele Estado por tentativa de reverter os resultados das presidenciais. A Procuradoria acusa-o de encorajar a crença na fraude e de pressionar para tentar adiar a sessão conjunta do Congresso de 6 de janeiro de 2021, quando a vitória de Joe Biden foi certificada e o edifício do Capitólio atacado por uma multidão de apoiantes do presidente cessante.
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