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Trump escolhe general controverso para conselheiro

por Jorge Almeida - RTP
Gary Cameron - Reuters

O conselheiro de segurança nacional de Donald Trump vai ser um controverso general na reserva, que combateu no Iraque e no Afeganistão.

No momento em que todas as atenções se concentram nas escolhas de Donald Trump para a sua equipa, o Presidente eleito opta por mais um nome polémico.

O futuro 45.º Presidente dos Estados Unidos decidiu escolher para conselheiro de segurança nacional o general na reserva Michael Flynn, que se tornou conhecido por declarações polémicas.

No livro “No campo de batalha”, Flynn revela que foi excluído da equipa de Obama por “censores” que estavam muito descontentes. O general do exército norte-americano disse a um comité no Congresso que a América “não estava tão segura como há alguns anos atrás”.

O General Michael Flynn a sair da Trump Tower na quarta-feira. Foto: Shannon Stapleton - Reuters

Vários oficiais do exército revelaram que as verdadeiras razões do afastamento se deveram ao seu estilo de confrontação.

Durante a campanha presidencial, Michael Flynn manteve sempre ”acesa” a sua conta de Twitter com mensagens pró-Trump, chegando mesmo a escrever uma frase que ofendeu o povo judeu, o que levou a um pedido de desculpas.

Na opinião de Peter Bergen, analista de segurança nacional da CNN, “o que torna Flynn diferente de tantos outros é que ele é o único com verdadeira experiência de combate no terreno, tanto no Afeganistão como no Iraque”.

A escolha de Trump é tudo menos pacífica. O legislador democrata Adam Shiff disse à CNN na quarta-feira: “Estou preocupado com um Presidente impulsivo com um conselheiro de segurança impulsivo”.

Nos últimos dias a Trump Tower tem sido palco de numerosos encontros. Foto: Carlo Allegri - Reuters

A brilhante carreira militar do general está ofuscada com um caso de contornos pouco claros. Durante o tempo em que supervisionou a intelligence no Afeganistão, terá partilhado informações confidenciais com o Paquistão sobre redes terroristas que mataram soldados norte-americanos.

O problema é que, segundo altos funcionários do Governo norte-americano, nunca o deveria ter feito.

Quando durante a campanha presidencial fez um discurso inflamado a pedir a renúncia de Hillary Clinton, por alegadamente ter colocado em causa a segurança da nação no caso dos e-mails, referiram que o próprio também tinha telhados de vidro. 

Numa entrevista de agosto ao Washington Post, Flynn reconheceu o caso, mas excluiu qualquer culpa. “A investigação sobre a minha atuação foi sobre a partilha de informações com os britânicos e australianos em combate, e estou orgulhoso disso”, afirmava então ao jornal.
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