O presidente dos Estados Unidos levantou a possibilidade de a Ucrânia se tornar "russa um dia", repetindo, em entrevista à Fox News, que pretende que Washington tenha acesso às terras raras ucranianas, em troca de ajuda norte-americana contra Moscovo.
Trump sublinhou também que a ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia tem um retorno sobre o investimento, sugerindo uma troca pelos recursos naturais de Kiev, como os minerais raros.
"Quero que o nosso dinheiro esteja seguro porque estamos a gastar centenas de milhares de milhões de dólares", disse Donald Trump, na segunda-feira, em entrevista à Fox News.
"Podem chegar a um acordo, podem não chegar a um acordo. Podem ser russos um dia, podem não ser russos um dia", acrescentou o republicano, numa referência à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.
Numa entrevista transmitida na íntegra, depois de a primeira parte ter sido emitida no domingo, Trump recordou que exigiu a Kiev o equivalente a 500 mil milhões de dólares (485 mil milhões de euros) em terras raras, metais usados em particular em eletrónica.
"Pelo menos assim não nos sentimos estúpidos", acrescentou.Na segunda-feira passada, Trump indicou que quer chegar a um acordo com a Ucrânia para ter acesso aos depósitos de terras raras do país como condição para continuar o apoio de Washington a Kiev.
Na entrevista ao canal televisivo norte-americano, o inquilino da Casa Branca voltou ainda a defender o fim do conflito entre Moscovo e Kiev.
Três anos após o início da ofensiva russa, o regresso ao poder do republicano Donald Trump, que se comprometeu a pôr rapidamente termo à “carnificina”, reacendeu as especulações sobre as conversações de paz.
As declarações de Donald Trump à Fox News surgem numa altura em que o vice-presidente norte-americano JD Vance se prepara para se avistar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final desta semana.
Na segunda-feira, o presidente norte-americano confirmou que o seu enviado especial, o tenente-general na reforma Keith Kellogg, visitará a Ucrânia a 20 de fevereiro para elaborar um plano para pôr fim ao conflito.
Na passada semana, o presidente ucraniano afirmou que o seu país estava pronto a receber “investimentos de empresas americanas” nas suas terras raras, mas sublinhou que “alguns dos nossos recursos minerais” se encontram em zonas ocupadas. A Rússia já controla 20 por cento do território ucraniano.
O porta-voz de Zelensky, Sergiy Nikiforov, afirmou à agência France Presse que o presidente ucraniano se iria encontrar com JD Vance esta sexta-feira, à margem da conferência de segurança de Munique.
Uma fonte do gabinete de Zelensky disse que Kellogg chegaria à Ucrânia a 20 de fevereiro, sem especificar o local do país que visitaria. Uma deslocação que terá lugar poucos dias antes do aniversário de três anos da invasão russa, a 24 de fevereiro.
Zelensky afirmou na segunda-feira que estava a ser organizada uma reunião com Trump, embora ainda não tivesse sido fixada uma data, enquanto o presidente norte-americano declarou na passada semana que “provavelmente” se encontraria com o homólogo ucraniano nos próximos dias, mas excluiu a possibilidade de se deslocar pessoalmente a Kiev.
Os contactos surgem numa altura em que a Rússia está a fazer progressos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde tomou várias cidades - a maior parte delas completamente arrasadas por meses de bombardeamentos russos - ao longo do último ano.
No sábado, o New York Post avançou que Trump tinha falado ao telefone com Putin para discutir o fim do conflito na Ucrânia, afirmando que o líder russo lhe tinha dito que “quer que as pessoas deixem de morrer”. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a confirmar ou negar o telefonema.
Os organizadores da conferência de segurança de Munique confirmaram na segunda-feira que Zelensky iria participar na cimeira de 14 a 16 de fevereiro.
A delegação dos EUA deverá incluir o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, bem como Kellogg e Vance, revelou o presidente da conferência, Christoph Heusgen.
A poucos dias do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, Zelensky apelou na segunda-feira a uma “paz real e a garantias de segurança efetivas” para a Ucrânia.Trump está a pressionar para que o conflito termine rapidamente, enquanto Zelensky está a pedir garantias de Washington como parte de qualquer acordo com a Rússia.
Kiev receia que qualquer acordo que não inclua compromissos militares duros - como a adesão à NATO ou o envio de tropas de manutenção da paz - apenas dê tempo ao Kremlin para se reagrupar e rearmar para um novo ataque.
“A segurança das pessoas, a segurança do nosso Estado, a segurança das relações económicas e, claro, a sustentabilidade dos nossos recursos: não só para a Ucrânia, mas para todo o mundo livre”, afirmou.
“Tudo isto está a ser decidido agora”, acrescentou Zelensky num discurso em vídeo publicado nas redes sociais.
Trump disse que quer negociar o fim da guerra, mas não delineou uma proposta detalhada para levar os dois lados à mesa de negociações.
Volodymyr Zelensky há muito que rejeitava a ideia de negociações, alegando que queria vencer a Rússia no campo de batalha. Mas a Ucrânia está a ter dificuldades em lidar com o exército russo, que está a avançar no leste do seu território. E Kiev teme que a ajuda americana se esgote.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em várias ocasiões que está disposto a negociar, desde que a Ucrânia cumpra as suas exigências: ceder quatro regiões do sul e do leste do país, para além da Crimeia anexada em 2014, e renunciar a aderir à NATO. Condições que são inaceitáveis para Kiev.
Tanto Zelensky como o Presidente russo, Vladimir Putin, já excluíram anteriormente a possibilidade de conversações diretas entre si, e parece haver pouco terreno onde os dois possam chegar a um acordo.
Zelensky rejeitou, entretanto, quaisquer concessões territoriais a Moscovo, embora tenha reconhecido que a Ucrânia poderá ter de recorrer a meios diplomáticos para garantir a devolução de algum território.
A Rússia afirma ter anexado cinco regiões da Ucrânia - a Crimeia em 2014 e depois Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporizhia em 2022 - embora não tenha controlo total sobre elas.
"Quero que o nosso dinheiro esteja seguro porque estamos a gastar centenas de milhares de milhões de dólares", disse Donald Trump, na segunda-feira, em entrevista à Fox News.
"Podem chegar a um acordo, podem não chegar a um acordo. Podem ser russos um dia, podem não ser russos um dia", acrescentou o republicano, numa referência à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.
Numa entrevista transmitida na íntegra, depois de a primeira parte ter sido emitida no domingo, Trump recordou que exigiu a Kiev o equivalente a 500 mil milhões de dólares (485 mil milhões de euros) em terras raras, metais usados em particular em eletrónica.
"Pelo menos assim não nos sentimos estúpidos", acrescentou.Na segunda-feira passada, Trump indicou que quer chegar a um acordo com a Ucrânia para ter acesso aos depósitos de terras raras do país como condição para continuar o apoio de Washington a Kiev.
Na entrevista ao canal televisivo norte-americano, o inquilino da Casa Branca voltou ainda a defender o fim do conflito entre Moscovo e Kiev.
Três anos após o início da ofensiva russa, o regresso ao poder do republicano Donald Trump, que se comprometeu a pôr rapidamente termo à “carnificina”, reacendeu as especulações sobre as conversações de paz.
As declarações de Donald Trump à Fox News surgem numa altura em que o vice-presidente norte-americano JD Vance se prepara para se avistar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final desta semana.
Na segunda-feira, o presidente norte-americano confirmou que o seu enviado especial, o tenente-general na reforma Keith Kellogg, visitará a Ucrânia a 20 de fevereiro para elaborar um plano para pôr fim ao conflito.
Na passada semana, o presidente ucraniano afirmou que o seu país estava pronto a receber “investimentos de empresas americanas” nas suas terras raras, mas sublinhou que “alguns dos nossos recursos minerais” se encontram em zonas ocupadas. A Rússia já controla 20 por cento do território ucraniano.
Trump exclui possibilidade de ir a Kiev
O porta-voz de Zelensky, Sergiy Nikiforov, afirmou à agência France Presse que o presidente ucraniano se iria encontrar com JD Vance esta sexta-feira, à margem da conferência de segurança de Munique.
Uma fonte do gabinete de Zelensky disse que Kellogg chegaria à Ucrânia a 20 de fevereiro, sem especificar o local do país que visitaria. Uma deslocação que terá lugar poucos dias antes do aniversário de três anos da invasão russa, a 24 de fevereiro.
Zelensky afirmou na segunda-feira que estava a ser organizada uma reunião com Trump, embora ainda não tivesse sido fixada uma data, enquanto o presidente norte-americano declarou na passada semana que “provavelmente” se encontraria com o homólogo ucraniano nos próximos dias, mas excluiu a possibilidade de se deslocar pessoalmente a Kiev.
Os contactos surgem numa altura em que a Rússia está a fazer progressos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde tomou várias cidades - a maior parte delas completamente arrasadas por meses de bombardeamentos russos - ao longo do último ano.
No sábado, o New York Post avançou que Trump tinha falado ao telefone com Putin para discutir o fim do conflito na Ucrânia, afirmando que o líder russo lhe tinha dito que “quer que as pessoas deixem de morrer”. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a confirmar ou negar o telefonema.
Os organizadores da conferência de segurança de Munique confirmaram na segunda-feira que Zelensky iria participar na cimeira de 14 a 16 de fevereiro.
A delegação dos EUA deverá incluir o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, bem como Kellogg e Vance, revelou o presidente da conferência, Christoph Heusgen.
Christoph Heusgen revelou ainda que não estarão presentes representantes do governo russo no encontro que vai decorrer em Munique.
Kiev quer garantiasA poucos dias do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, Zelensky apelou na segunda-feira a uma “paz real e a garantias de segurança efetivas” para a Ucrânia.Trump está a pressionar para que o conflito termine rapidamente, enquanto Zelensky está a pedir garantias de Washington como parte de qualquer acordo com a Rússia.
Kiev receia que qualquer acordo que não inclua compromissos militares duros - como a adesão à NATO ou o envio de tropas de manutenção da paz - apenas dê tempo ao Kremlin para se reagrupar e rearmar para um novo ataque.
“A segurança das pessoas, a segurança do nosso Estado, a segurança das relações económicas e, claro, a sustentabilidade dos nossos recursos: não só para a Ucrânia, mas para todo o mundo livre”, afirmou.
“Tudo isto está a ser decidido agora”, acrescentou Zelensky num discurso em vídeo publicado nas redes sociais.
Trump disse que quer negociar o fim da guerra, mas não delineou uma proposta detalhada para levar os dois lados à mesa de negociações.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu pôr fim ao conflito no prazo de 24 horas, revendo esta promessa para seis meses após a sua tomada de posse, em 20 de janeiro. No entanto, a Rússia e a Ucrânia continuam distantes nas suas posições, embora tenham assumido uma inédita postura de diálogo desde que Trump regressou à Casa Branca.
Volodymyr Zelensky há muito que rejeitava a ideia de negociações, alegando que queria vencer a Rússia no campo de batalha. Mas a Ucrânia está a ter dificuldades em lidar com o exército russo, que está a avançar no leste do seu território. E Kiev teme que a ajuda americana se esgote.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em várias ocasiões que está disposto a negociar, desde que a Ucrânia cumpra as suas exigências: ceder quatro regiões do sul e do leste do país, para além da Crimeia anexada em 2014, e renunciar a aderir à NATO. Condições que são inaceitáveis para Kiev.
Tanto Zelensky como o Presidente russo, Vladimir Putin, já excluíram anteriormente a possibilidade de conversações diretas entre si, e parece haver pouco terreno onde os dois possam chegar a um acordo.
Zelensky rejeitou, entretanto, quaisquer concessões territoriais a Moscovo, embora tenha reconhecido que a Ucrânia poderá ter de recorrer a meios diplomáticos para garantir a devolução de algum território.
A Rússia afirma ter anexado cinco regiões da Ucrânia - a Crimeia em 2014 e depois Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporizhia em 2022 - embora não tenha controlo total sobre elas.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
c/ agências
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