Trump insiste que Gaza deve ser "zona livre"

por Inês Moreira Santos - RTP
Brian Snyder - Reuters

A ideia não é nova, nem clara. Donald Trump queria que os Estados Unidos "tomassem" a Faixa de Gaza para a tornar uma "zona livre". O presidente norte-americano, que está de visita ao Catar, insistiu na questão, mas sem especificar.

“Tenho conceitos para Gaza que considero muito bons, para a tornar numa zona livre para que os Estados Unidos se envolvam e a transformem numa zona livre”, afirmou Trump, esta quinta-feira, durante a visita ao Catar.

Sem detalhar os conceitos e ideias que tem para o território, que continua a ser palco de confrontos no conflito entre Israel e o Hamas, o líder norte-americano admitiu que ficaria “orgulhoso se os Estados Unidos se envolvessem no projeto e transformassem [Gaza] numa zona livres”.Não é a primeira vez que se pronuncia sobre eventuais planos para a Faixa de Gaza. Anteriormente já tinha declarado estar disposto a transformar o enclave palestiniano na Riviera do Médio Oriente.

Entretanto, a repórter da CBS News na Casa Branca, Jennifer Jacobs, divulgou mais sobre os comentários de Trump. Na rede social X, Jacobs repetiu que Trump quer uma “zona livre” em Gaza.

O presidente norte-americano ficaria “orgulhoso se os Estados Unidos a tivessem, a conquistassem, a tornassem uma zona livre, deixassem algumas coisas boas acontecerem” e “colocassem as pessoas em residencias onde pudessem ficar seguras”.

Na perspectiva de Trump, continuou na publicação, “o problema de Gaza nunca foi resolvido”.

“O Hamas vai ter que lidar com isso. (…) Lembrem-se, 7 de outubro foi um dos piores dias da história do mundo, não apenas localmente nesta região, foi um dos piores e mais atrozes ataques que alguém já viu”
.

O presidente dos EUA encontra-se em Doha, capital do Catar, após uma deslocação à Arábia Saudita, no âmbito de uma visita a países do Golfo. Esta quinta-feira, Trump deve ainda dirigir-se às tropas norte-americanas instaladas na Base Aérea de Al-Udeid. Esta base foi um importante ponto logístico e de defesa durante as guerras do Iraque e do Afeganistão e apoiou a recente campanha aérea dos Estados Unidos contra as forças houthis do Iémen.

Também esta manhã, Donald Trump ameaçou retomar a ofensiva contra o Iémen em caso de ataque das forças Houthis.

Neste momento, está em vigor um cessar-fogo que pôs fim a semanas de bombardeamentos norte-americanos contras as posições Houthis que controlam "de facto" o Iémen.
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