UE avisa Israel. Intervenção em Rafah pode estragar relações bilaterais

por Cristina Santos - RTP
Rafah Mohammed Saber - EPA

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sublinha o apelo da União Europeia a Israel para que cesse "imediatamente" a operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, caso contrário pode "prejudicar" a relação com o bloco europeu.

No comunicado que Josep Borrell assina, pode ler-se que se os israelitas continuarem a avançar em Rafah “colocaria inevitavelmente uma tensão na relação da UE com Israel”. A isto segue-se o apelo para que Israel não agrave “ainda mais a já desastrosa situação humanitária em Gaza” e para “reabrir” o ponto de passagem de Rafah.
Dezenas de milhares de civis continuam a fugir da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, bombardeada por Israel e ameaçada com uma grande ofensiva terrestre. Isto depois de um milhão de civis, refugiados em Rafah, terem recebido ordem de saída para zonas que a ONU não considera “seguras”.
 
O comunicado do chefe da diplomacia europeia sublinha também que as operações militares israelitas em Rafah “levam a mais fugas populacionais, risco de fome e sofrimento humano”. Sendo a União Europeia o principal doador de ajuda humanitária aos palestinianos.

Os tanques do exército israelita entraram em Rafah no dia 7 de maio e, nesta última semana, a passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito permanece fechada, embora seja crucial para os comboios que transportam ajuda a uma população ameaçada de fome em Gaza, segundo a ONU.

Passaram oito meses desde o início da guerra, a 7 de outubro, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita - 35.173 pessoas morreram na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

De acordo com dados israelitas, citados pela AFP, o ataque do Hamas provocou as mortes de mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, e mais de 250 pessoas foram sequestradas durante o ataque, sendo que 128 permanecem reféns em Gaza.
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