A Comissão Europeia está a avaliar a utilização de 2400 milhões de euros do fundo de emergência para aumentar a capacidade de produção dos laboratórios farmacêuticos. Os responsáveis europeus temem que quando e se a vacina for encontrada a UE não terá capacidade de produção em número suficiente para a emergência que vivemos. E, nesse caso, terão que ser feitas escolhas. Quem serão os primeiros?
O documento, a que a Reuters teve acesso, revela que as autoridades europeias consideram tão difícil encontrar a vacina para a Covid-19 como produzi-la em quantidades suficientes. Isto no mais breve espaço de tempo.
Atualmente, adianta a Reuters, mais de 90 vacinas estão em desenvolvimento. Oito estarão já em fase de teste clínico.
No momento em que uma destas se tornar realidade será preciso passar à fase dois, ou seja, produção em massa e distribuição para milhões de pessoas. O que não será nada fácil.
De acordo com este documento interno da União Europeia, agora revelado pela Reuters, "enquanto a capacidade de produção de vacinas for limitada" a UE deve elaborar um plano para acelerar a fabricação e, no início, distribuir a vacina apenas às pessoas mais necessitadas.
Esta terá sido, aliás, uma ideia já defendida pela comissária da Saúde Stella Kyriakides, na semana passada, perante os ministros da Saúde da União Europeia. E que terá sido apoiada por todos.
No entanto, ainda não foi tomada qualquer decisão sobre como e quem receberá primeiro a vacina quando esta se tornar uma realidade.
Este fundo de emergência pode igualmente ser utilizado para apoiar as farmacêuticas em seguros de responsabilidade. Uma medida para dar conforto de ação a estas empresas que arriscam mais processos em tribunal uma vez que os riscos para o desenvolvimento de uma vacina com tanta urgência são maiores.
A UE pretende também fazer chegar mais dinheiro para a ajuda na pesquisa de tratamentos da Covid-19.
As autoridades europeias receiam ainda que os laboratórios europeus estejam a ser colocados sob pressão para resolver o problema da Covid-19 relegando para segundo plano outras doenças e outras vacinas que continuam a ser cruciais, como a da gripe ou sarampo.
Nos corredores e gabinetes da União Europeia já estão a ser discutidos planos para a união de esforços no combate à próxima época de influenza, que pode ter um impacto ainda maior por causa deste novo coronavírus.
