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Venezuela. MNE diz não ter registo de situações com portugueses que justifiquem alarme
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou este domingo que não há, até ao momento, "qualquer situação que justifique alarme", mas que tem um plano de contingência.
"No âmbito da sua missão de apoio permanente à Comunidade Portuguesa, a Embaixada e os Consulados-Gerais estão em contacto permanente com os portugueses residentes na Venezuela", lê-se na nota enviada à imprensa este domingo. Este sábado, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou
que está a acompanhar em permanência a situação na Venezuela e admitiu
estar preocupado com o momento complicado para a comunidade portuguesa.
Acrescenta que "até ao momento não há a registar qualquer situação que justifique alarme" e que o Estado português tem "sempre" planos de contingência, sendo estes de natureza "naturalmente reservada".
O MNE pede ainda aos cidadãos nacionais residentes na Venezuela para que mantenham os seus contactos atualizados a fim de garantir uma comunicação eficaz e atempada com os serviços consulares portugueses sempre que seja necessário.
São também disponibilizados os contactos para a comuidade portuguesa residente na Venezuela, desde o Consultado-Geral de Portugal em Caracas - (+58)414-466 53 50, cgcaracas@mne.pt - ao Consulado-Geral de Portugal em Valência - (+58)412-0405565 / (+58)414-484 35 41, valencia@mne.pt - e ainda o Gabinete de Emergência Consular - (+351) 217 929 714 / (+351) 961 706 472, gec@mne.pt.
Há ainda os canais adicionais de WhatsApp do Consulado-Geral de Portugal em Caracas e do Consulado-Geral de Portugal em Valência para facilitar o contacto com os cidadãos.
A Venezuela tem uma grande comunidade portuguesa e de lusodescendentes, sendo um dos principais destinos da emigração madeirense. Em 2019, viviam no país cerca de 300 mil pessoas.
Desde setembro que as tensões entre Caracas e Washington se têm exacerbado, com os Estados Unidos a enviarem um destacamento naval e aéreo para as águas das Caraíbas perto da Venezuela, com o pretexto de combate ao narcotráfico.
A situação levou a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) a recomendar "extrema cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas no passado dia 21 de novembro, citando uma situação "potencialmente perigosa" na região.
Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, ordenaram a suspensão dos voos para aquele país e o Governo de Caracas respondeu com a revogação das licenças de operação da TAP, Iberia, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol. Acusa estas transportadoras de se "unirem a atos de terrorismo" promovidos pelos EUA.
Na última quinta-feira, Donald Trump admitiu mesmo operações terrestres em território venezuelano na luta contra os cartéis de droga. E este sábado, o presidente norte-americano avisou que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado "totalmente fechado". Nicolás Maduro respondeu que se trata de uma "ameaça colonialista".