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Venezuela: Procuradoria-geral abre inquérito sobre suspeitas de fraude nas eleições
A procuradora geral da Venezuela anunciou a abertura de um inquérito aos quatros diretores do Conselho Nacional Eleitoral, depois de a empresa britânica responsável pelo sistema de votos da Venezuela ter denunciado que os números da votação foram manipulados. Apesar das denúncias de fraude, a Assembleia Constituinte deverá começar a trabalhar esta sexta-feira. A sessão inaugural foi adiada 24 horas em relação ao previsto.
“Estamos perante um facto inédito, grave e que constitui um delito”, afirmou Luisa Ortega, procuradora-geral da Venezuela.
“Informo-vos que designei dois magistrados para investigar os quatro diretores do Conselho Nacional Eleitoral por este ato escandaloso”, revelou a procuradora à televisão americana CNN. Já na segunda-feira, Ortega tinha denunciado uma “ambição ditatorial” do presidente Nicolás Maduro com a eleição da Constituinte.
A investigação surge na sequência de acusações feitas pela Smartmatic, a empresa responsável pelo sistema de votos da Venezuela.
“Sabemos, sem dúvida alguma, que os números de participação nesta recente eleição para uma Assembleia Nacional Constituinte foram manipulados”, afirmou o empresário Antonio Mugica. A empresa fala de uma diferença entre a participação real e a participação anunciada pelas autoridades de, pelo menos, um milhão de votos.
Perante as acusações, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que vai interpor uma ação legal contra a empresa britânica. “É uma afirmação irresponsável baseada em estimativas sem fundamento”, considerou a presidente do Conselho Eleitoral, Tibisay Lucena.
O próprio Presidente venezuelano veio a público para contestar as acusações, dizendo tratar-se de “uma reação do inimigo internacional”[empresa Smartmatic é britânica] e reforçou que o escrutínio de domingo foi “transparente”.
“É um sismo”, considerou Julio Borges, o presidente do parlamento eleito em 2015, onde a oposição é maioritária.
Ontem mesmo a União Europeia anunciava que não reconhecia a Assembleia Constituinte venezuelana. Os 28 Estados-membros exigem ao Presidente Nicolás Maduro que retifique e suspenda o início de trabalhos do órgão recentemente eleito.
Uma exigência que se junta a numerosas condenações internacionais que surgiram depois de, na segunda-feira à noite, terem sido detidos os líderes da oposição Leopoldo Lopez e Antonio Ledezma. O presidente Donald Trump disse que Maduro será “pessoalmente responsável” por o que acontecer aos dois opositores, acusando o Presidente Venezuelano de “ditador”.
Constituinte começa a trabalhar sexta-feira
Nicolás Maduro anunciou que a sessão inaugural da Assembleia Constituinte vai acontecer na sexta-feira, às 11h00 (hora local), “organizada em paz, tranquilidade e com todo o protocolo necessário”. Um adiamento de 24 horas em relação ao que estava previsto e que chegou a ser anunciada por Delcy Rodriguez, que integra o grupo dos 545 deputados eleitos no domingo.
Um adiamento que não é alheio às manifestações que estão previstas para esta quinta-feira, pela mão da oposição, contra o que chamam “super poder” ilegítimo que governará a Venezuela por tempo indeterminado.
A oposição, que detém a maioria parlamentar desde as eleições de 2015, garante que os trabalhos do Parlamento vão continuar a funcionar normalmente no Palácio Legislativo.
A Assembleia Constituinte situa-se acima de todos os outros poderes e deverá redigir uma nova Constituição. De acordo com o chefe de Estado a Constituinte deverá trazer “paz” à Venezuela e permitir uma recuperação económica.
No entanto, a sua eleição no domingo esteve rodeada de violentos protestos que resultaram na morte de pelo menos dez pessoas. Nos últimos quatro meses de manifestações contra o Presidente Nicolás Maduro já morreram mais de 120 pessoas.
“Informo-vos que designei dois magistrados para investigar os quatro diretores do Conselho Nacional Eleitoral por este ato escandaloso”, revelou a procuradora à televisão americana CNN. Já na segunda-feira, Ortega tinha denunciado uma “ambição ditatorial” do presidente Nicolás Maduro com a eleição da Constituinte.
A investigação surge na sequência de acusações feitas pela Smartmatic, a empresa responsável pelo sistema de votos da Venezuela.
“Sabemos, sem dúvida alguma, que os números de participação nesta recente eleição para uma Assembleia Nacional Constituinte foram manipulados”, afirmou o empresário Antonio Mugica. A empresa fala de uma diferença entre a participação real e a participação anunciada pelas autoridades de, pelo menos, um milhão de votos.
Perante as acusações, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que vai interpor uma ação legal contra a empresa britânica. “É uma afirmação irresponsável baseada em estimativas sem fundamento”, considerou a presidente do Conselho Eleitoral, Tibisay Lucena.
O próprio Presidente venezuelano veio a público para contestar as acusações, dizendo tratar-se de “uma reação do inimigo internacional”[empresa Smartmatic é britânica] e reforçou que o escrutínio de domingo foi “transparente”.
“É um sismo”, considerou Julio Borges, o presidente do parlamento eleito em 2015, onde a oposição é maioritária.
Ontem mesmo a União Europeia anunciava que não reconhecia a Assembleia Constituinte venezuelana. Os 28 Estados-membros exigem ao Presidente Nicolás Maduro que retifique e suspenda o início de trabalhos do órgão recentemente eleito.
Uma exigência que se junta a numerosas condenações internacionais que surgiram depois de, na segunda-feira à noite, terem sido detidos os líderes da oposição Leopoldo Lopez e Antonio Ledezma. O presidente Donald Trump disse que Maduro será “pessoalmente responsável” por o que acontecer aos dois opositores, acusando o Presidente Venezuelano de “ditador”.
Constituinte começa a trabalhar sexta-feira
Nicolás Maduro anunciou que a sessão inaugural da Assembleia Constituinte vai acontecer na sexta-feira, às 11h00 (hora local), “organizada em paz, tranquilidade e com todo o protocolo necessário”. Um adiamento de 24 horas em relação ao que estava previsto e que chegou a ser anunciada por Delcy Rodriguez, que integra o grupo dos 545 deputados eleitos no domingo.
Um adiamento que não é alheio às manifestações que estão previstas para esta quinta-feira, pela mão da oposição, contra o que chamam “super poder” ilegítimo que governará a Venezuela por tempo indeterminado.
A oposição, que detém a maioria parlamentar desde as eleições de 2015, garante que os trabalhos do Parlamento vão continuar a funcionar normalmente no Palácio Legislativo.
A Assembleia Constituinte situa-se acima de todos os outros poderes e deverá redigir uma nova Constituição. De acordo com o chefe de Estado a Constituinte deverá trazer “paz” à Venezuela e permitir uma recuperação económica.
No entanto, a sua eleição no domingo esteve rodeada de violentos protestos que resultaram na morte de pelo menos dez pessoas. Nos últimos quatro meses de manifestações contra o Presidente Nicolás Maduro já morreram mais de 120 pessoas.