Xi e Putin prometem reforçar laços bilaterais em conversa após investidura de Trump
O presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, prometeram levar os laços bilaterais “a um novo patamar” numa chamada telefónica na segunda-feira, poucas horas depois de Donald Trump ter tomado posse. Xi e Putin discutiram como reatar relações com os EUA e as perspetivas de um acordo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia.
Xi referiu-se a Putin como um “querido amigo” e expressou a sua prontidão para "guiar as relações China-Rússia a um novo patamar" e responder às "incertezas externas" com a "estabilidade e resiliência dos laços China-Rússia", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
Discutiram ainda estratégias para relançar as relações com os EUA, com o regresso de Trump à Casa Branca. Xi e Putin "indicaram uma disposição para construir relações com os Estados Unidos numa base mutuamente benéfica e mutuamente respeitosa, se a equipe de Trump realmente mostrar interesse nisso", disse o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, a jornalistas em Moscovo.
"Também foi apontado do nosso lado que estamos prontos para o diálogo com a nova administração dos EUA sobre o conflito ucraniano", acrescentou.
Putin disse a Xi, no entanto, que qualquer acordo com a Ucrânia "deve respeitar os interesses russos", de acordo com o assessor dos Negócios Estrangeiros Yuri Ushakov, que falou com jornalistas após a conversa entre os dois líderes.
Putin elogiou também expansão do comércio entre os dois países — que, segundo dados chineses, atingiu um recorde no ano passado — e fez alusão às suas ambições partilhadas de reformular uma ordem global que ambos veem como injustamente dominada pelos Estados Unidos.
“Estamos unidos na defesa de uma ordem mundial multipolar mais justa e trabalhamos para garantir a segurança indivisível tanto no espaço eurasiático quanto globalmente”, disse Putin a Xi, acrescentando que os esforços conjuntos de Moscovo e Pequim “objetivamente desempenham um importante papel estabilizador nos assuntos internacionais”.
Trump ameaça impor mais tarifas à China
Na terça-feira, Trump ameaçou impor mais tarifas a Pequim sob o argumento de que estão a chegar grandes quantidades de fentanil da China aos EUA por via do México e do Canadá.
“Eu tive essa conversa com o presidente Xi no outro dia. Eu disse, não queremos essa porcaria no nosso país. Temos de parar com isso”, disse Trump. “Estou a falar de uma tarifa de 10% sobre a China com base no facto de que eles estão a enviar fentanil para o México e o Canadá”, declarou. Os EUA consideram a China como o seu maior concorrente e a Rússia como a sua maior ameaça ao Estado-nação.
Na terça-feira, Trump também indicou que consideraria impor sanções adicionais à Rússia se Putin não comparecesse à mesa de negociações para acabar com a guerra na Ucrânia.
“Estamos a falar com [o presidente ucraniano] Zelensky. Vamos falar com o presidente Putin muito em breve, e veremos como tudo isso corre”, disse Trump.
Trump também sugeriu que espera que Xi possa usar a sua influência para desempenhar um papel na mediação do fim desse conflito, observando que pediu ao líder chinês durante o seu recente telefonema para "resolver isso".
c/ agências