Última Hora
Presidente da República aborda arquivamento da averiguação à Spinumviva: "Decisão é o que é" e "não vale a pena especular"

Zelensky rejeita proposta de acordo de Trump sobre minerais raros

O presidente ucraniano "não está pronto" para assinar um acordo de minerais com os Estados Unidos, o que pode agravar as relações com Donald Trump e dificultar a participação de Kiev nas negociações de paz com a Rússia.

RTP /
Thomas Peter - Reuters

Na sexta-feira Volodymyr Zelensky admitiu esperar um acordo justo com os Estados Unidos sobre o acesso das empresas norte-americanas aos minerais estratégicos da Ucrânia, em troca da ajuda de Washington para lidar com Moscovo. Também o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Michael Waltz, adiantou que o chefe de Estado ucraniano iria assinar "em breve" o acordo de exploração de terras raras proposto por Washington, para recuperar o dinheiro atribuído durante o conflito.

Desde que assumiu a Presidência norte-americana no mês passado, Donald Trump fez alterações a nível de Política Externa e apresentou propostas diplomáticas ao Kremlin e exigindo que a Ucrânia desista dos minerais raros para compensar a ajuda de guerra que recebeu do Governo de Joe Biden. No entanto, o esboço do acordo não agradou a Zelensky, por não incluir garantias de segurança. Os contornos do acordo não foram tornados públicos, mas o presidente ucraniano rejeitou qualquer acordo que significasse "vender" o país.

"Eles querem extrair 500 mil milhões" de dólares da Ucrânia, alegou uma fonte à AFP, acrescentando que Kiev tinha proposto "emendas e de forma construtiva" ao rascunho do acordo. "Não há obrigações norte-americanas no acordo em relação a garantias ou investimentos”.

"Na forma com o rascunho está agora, o presidente não está pronto para aceitar. Ainda estamos a tentar fazer mudanças"
, adiantou ainda a fonte ucraniana.

As negociações entre Ucrânia e EUA acontecem após uma troca de palavras cada vez mais profunda entre Trump e Zelensky, o que tem gerado alarme em Kiev e na Europa. Na quarta-feira, Trump chamou o homólogo ucraniano de "ditador" e pediu que "agisse rápido" para acabar com a guerra, um dia depois de ter havido negociações entre Washington e Moscovo na Arábia Saudita, sem Kiev.

O próprio Trump voltou a manifestar o seu descontentamento com esta nova "perda de tempo" e lamentou a visita do secretário do Tesouro, Scott Bessent, a Kiev na semana passada para entregar a proposta a Zelensky, a quem repreendeu por tornar "muito difícil" fechar qualquer acordo. Além de ter dito, na sexta-feira, que a presença do homólogo ucraniano negociações para pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia "não era muito importante".

Também este sábado, o presidente russo reuniu com o Conselho de Segurança da Rússia e recebeu informações do Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre as reuniões com a delegação norte-americana em Riade.
PUB