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Reportagem

"Somos portugueses porque somos universais". O último discurso de Marcelo no 10 de Junho

por Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves - RTP

Lagos foi esta terça-feira o palco das comemorações do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. No derradeiro discurso do 10 de Junho enquanto presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa quis sublinhar a diversidade enquanto virtude do país, ao enfatizar que "não há quem possa dizer quem é mais puro e português do que qualquer outro". Acompanhámos neste artigo, ao minuto, as cerimónias no Algarve.

Emissão da RTP3


José Sena Goulão - Lusa

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por RTP

A diversidade da identidade portuguesa no discurso de Marcelo

Foto: José Sena Goulão - Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa diz que é intolerável o número de pobres Portugal e que persistem regime após regime. No último discurso do 10 de Junho enquanto presidente da República, pediu que se cuide mais dos portugueses e desvalorizou a polarização política.

O chefe de Estado rejeitou a ideia de que haja portugueses puros e lembrou que todos são uma mistura dos que vieram de fora.
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Lagos acolheu comemorações do 10 de Junho pela segunda vez

Foto: Fernando Andrade - RTP

Vinte e nove anos depois, Lagos voltou a acolher as comemorações do 10 de Junho. Milhares de pessoas assistiram às comemorações. Na despedida, o presidente da República prometeu não intervir politicamente quando deixar Belém.

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Ventura promete derrubar Governo se houver reparações a ex-colónias

Foto: José Sena Goulão - Lusa

Foram várias as reações ao discurso do presidente da República no Dia de Portugal. André Ventura lamentou o facto de Marcelo Rebelo de Sousa não criticar o excesso de imigração e avisou que derrubará um Governo que queira devolver bens às ex-colónias.

José Luís Carneiro pelo contrário viu no discurso de Marcelo Rebelo de Sousa um apelo à tolerância.
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por RTP

Dia de Portugal também foi celebrado em Osaka

Foto: António Antunes - RTP

O Dia de Portugal celebrou-se também em Osaka, no Japão. Na Exposição Mundial, o 10 de Junho ficou marcado por um concerto da fadista Carminho.

No Pavilhão de Portugal foi ainda inaugurada uma exposição que liga poesia a destinos portugueses.

Reportagem dos enviados especiais da RTP a Osaka, Marina Conceição e António Antunes.
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Cerimónias chegam ao fim
por RTP

Marcelo Rebelo de Sousa no arriar da bandeira nacional

O presidente da República recebeu, pelas 18h00 desta terça-feira, a bandeira nacional que havia sido hasteada na véspera em Lagos, marcando assim o cair do pano sobre as cerimónias oficiais do Dia de Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa beijou a bandeira.

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por RTP

Montenegro assinala 10 de Junho a desejar Estado sem "dirigismos ideológicos"

José Sena Goulão - Lusa

Em vídeo publicado esta terça-feira no Instagram, por ocasião do Dia de Portugal, o primeiro-ministro afirma desejar um Estado que constitua uma base para "cada um ser aquilo que quiser", "sem intromissões nem dirigirmos ideológicos".

Nas palavras de Luís Montenegro, é "possível construir um Portugal seguro, um Portugal que olha para os portugueses e lhes dá as ferramentas para terem uma casa digna, uma saúde de qualidade e um ensino com espírito transformador. Um Portugal onde o Estado sirva de base para cada um ser aquilo que quiser, sem intromissões nem dirigirmos ideológicos".
 
No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o recém-empossado primeiro-ministro voltou à carga com a ideia de que "os portugueses clarificaram recentemente o país que procuram", referindo-se às últimas eleições legislativas antecipadas.

 

"Temos uma das mais amplas zonas económicas do planeta, estamos numa posição estratégica e no epicentro do mundo ocidental e somos um lugar de gente dinâmica e empreendedora, com um território rico em recursos e potencialidades. Não precisamos de mais nada para sermos o país que realmente queremos ser", advogou.

Portugal, remata Montenegro, é "uma nação com uma história cheia de conquistas e descobertas", um país que já "ultrapassou desafios para dar novos mundos ao mundo e para construir ainda hoje as pontes que tecem algumas das mais relevantes ligações internacionais".

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por João Alexandre - Antena 1

Marcelo recusa polarização política excessiva em Portugal

Foto: José Sena Goulão - Lusa

O presidente da República rejeitou esta terça-feira que exista uma excessiva polarização política em Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa fala em diferentes pontos de vista, mas considera que a liberdade e a democracia não estão em causa.

As declarações do presidente foram feitas à margem das cerimónias do Dia de Portugal e na última intervenção, enquanto chefe de Estado, num 10 de Junho Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu aos milhões de portugueses que construíram o país.

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu ainda os portugueses como uma mistura de povos vindos de todas as partes.

Estas foram algumas das mensagens do chefe de Estado numa cerimónia em que condecorou o ex-presidente da República, António Ramalho Eanes, o primeiro chefe de Estado português eleito em democracia.
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por RTP

Ramalho Eanes condecorado. "Acho que não merecia"

Foto: José Sena Goulão - Lusa

Depois da condecoração inédita com o grande-colar da Ordem Militar de Avis, Ramalho Eanes quis frisar que todos os portugueses merecem reconhecimento pela transição para a democracia.

O antigo presidente da República disse mesmo que "não merecia esta condecoração".
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por Lusa

Gouveia e Melo ouve gritos sobre traição em homenagem a ex-combatentes

 O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo participou hoje, em Lisboa, numa cerimónia do 10 de Junho de homenagem aos ex-combatentes, na qual ouviu gritos de traição e insultos racistas devido à presença do imã de Lisboa.

A cerimónia, intitulada XXXIII Encontro Nacional de Homenagem aos Combatentes, realizou-se, como todos os anos, no Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, Lisboa, e foi igualmente acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e por centenas de pessoas, a maioria das quais ex-combatentes.

Com início às 12:00, precisamente na altura em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fazia o seu tradicional discurso do 10 de Junho em Lagos, a cerimónia contou com os discursos do presidente da Comissão Executiva que organizou este encontro, major-general Avelar de Sousa, e do coronel comando Paulo Pipa de Amorim.

Gerou-se, contudo, alguma tensão quando o imã da Mesquita Central de Lisboa, sheik David Munir, subiu ao palanque à frente do monumento, num momento que a organização apresentava como "uma cerimónia inter-religiosa católica e muçulmana".

Quando o sheik se estava a dirigir para o palanque, um homem vestido com uma farda caqui insurgiu-se, aproximando-se do local e começando a gritar que a presença do imã de Lisboa nesta cerimónia era "uma traição ao povo português".

"Isto é uma vergonha, pá. Isto é não é a tua pátria", gritou outro homem no final da breve intervenção de David Munir, antes de se dirigir a Gouveia e Melo, que se encontrava à sua frente, a poucos metros de distância.

"O almirante Gouveia e Melo está entregue aos traidores", acusou, continuando com insultos de caráter racista durante largos minutos, antes de as autoridades intervirem - numa altura de quase confronto físico com outras pessoas que lhe pediam para se calar - e o retirarem para um espaço mais recuado, onde alguns cidadãos faziam a saudação nazi.

No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, Gouveia e Melo foi questionado sobre este incidente, mas não se quis pronunciar, afirmando apenas que "estes momentos são de união e não de desunião".

"E é isso que é importante manter", defendeu, pouco depois de, no final da cerimónia, ter sido rodeado por muitas pessoas que o cumprimentaram e lhe pediram para tirar fotografias.

Sobre a mensagem que pretendia passar aos portugueses neste dia, Gouveia e Melo frisou que a cerimónia foi de "gratidão às pessoas que combateram em África" e a "todos os outros combatentes".

"São aqui respeitados e lembrados na nossa alma e espírito e isso é importante porque um povo sem memória é um povo que, depois, também perde o seu futuro", considerou.

Interrogado sobre porque é que optou por marcar presença nesta cerimónia em vez de participar na que se realizou em Lagos, Gouveia e Melo respondeu que esta cerimónia em particular lhe "diz bastante".

"O respeito aos antigos combatentes é importante e, tendo eu disponibilidade para também dar alguma visibilidade a esta cerimónia, predispus-me e julgo que é muito importante para estas pessoas que estão aqui sentirem-se acarinhadas por todos", considerou.

Questionado, contudo, se esta sua presença não pode ser interpretada como uma tentativa de utilizar o 10 de Junho para fazer campanha junto de ex-combatentes, Gouveia e Melo respondeu apenas: "É a sua interpretação."

Este encontro de ex-combatentes é organizado todos os anos no Dia de Portugal pela Comissão Executiva para a Homenagem Nacional e tem contado com a presença do imã de Lisboa, sheik David Munir.

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por Lusa

Marcelo rejeita que haja excessiva polarização nem democracia em causa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeitou hoje que haja excessiva polarização política em Portugal, considerando que há diferentes pontos de vista, mas sem que a liberdade e a democracia estejam em causa.

"O país não se pode dizer que esteja muito polarizado. Os portugueses polarizados estavam, porventura, quando houve a sucessão de regimes, monarquia e república, quando houve o problema de ditadura e democracia", declarou o chefe de Estado à comunicação social, em Lagos.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, nesses períodos históricos, sim, houve "polarizações totais", mas o contexto interno atual não é extremado nem coloca em causa a democracia.

"Agora, dentro da democracia, haver vários pontos de vista, sem que nenhum deles coloque em causa a liberdade e a democracia, temos de admitir que é muito boa notícia quando olhamos para o mundo e há mais ditaduras no mundo do que democracias", considerou.

Questionado sobre o passado colonial de Portugal, que a escritora e conselheira de Estado Lídia Jorge abordou no seu discurso do 10 de Junho, e se falta assumir culpas, Marcelo Rebelo de Sousa desdramatizou o assunto e até fez uma referência à recente vitória da seleção portuguesa de futebol, no domingo à noite, contra a Espanha.

"Nós portugueses, ao mesmo tempo que reconhecemos os méritos, também reconhecemos que há coisas que correram mal na nossa vida interna, nas nossas relações externas. É assim, não há ninguém sem defeitos, é humano ter defeitos. Agora, o que é importante é ter qualidades em momentos fundamentais, e ainda no outro dia se viu, há dois dias, que em momentos cruciais nós temos as qualidades suficientes para ganhar", referiu.

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por RTP

PAN e CDS também assistiram às comemorações

Inês Sousa Real, do PAN, diz que apesar das divergências com Marcelo Rebelo De Sousa hoje é fechado um ciclo de proximidade com as pessoas.

Já Paulo Núncio, do CDS, elogiou a homenagem ao antigo presidente da República Ramalho Eanes.
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por RTP

Quais são as insígnias do Grande-Colar da Ordem Militar de Avis?

As insígnias do Grande-Colar da Ordem Militar de Avis, com o qual António Ramalho Eanes foi esta terça-feira condecorado, consistem num colar formado por cruzes singelas da Ordem, de 23 por 30 milímetros, alternadas e encadeadas com leões-marinhos alados.

Os leões-marinhos seguram na garra dextra uma espada antiga, de ouro, circundado por uma coroa de ramos de oliveira frutados de verde-escuro, também de ouro, de 30 milímetros de diâmetro, suspensas em corrente dupla, dourada. Ao centro, duas capelas de pilriteiro, secantes e douradas.

O colar, todo em ouro, tem pendente a cruz da Ordem, perfilada de ouro, com 45 por 60 milímetros, circundada por um festão, de recorte aberto, de folhas de louro com os seus frutos, atado com fitas cruzadas nos topos e nos lados, também de ouro.
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por RTP

Carneiro vê apelo à tolerência em discurso de Marcelo

Foto: Hugo Delgado - Lusa

José Luís Carneiro viu no discurso do presidente da República em Lagos um apelo à tolerância.

O candidato a secretário-geral do PS diz que a mensagem deixada por Marcelo Rebelo de Sousa foi construtiva e humanista.
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por RTP

Marcelo diz que saídas se fazem "suavemente e não abruptamente"

Questionado sobre se já está com saudades dos próximos 10 de Junho que já não irá comemorar como presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu negativamente e disse que "as saídas devem fazer-se assim, suavemente, não abruptamente".

"Preparam-se com tempo e sai-se", insistiu.

Sobre o facto de o candidato presidencial Gouveia e Melo ter tido agenda esta terça-feira às 12h00, à hora em que Marcelo Rebelo de Sousa discursava em Lagos, este afirmou que "os candidatos têm de fazer pela vida".

"Então no Dia de Portugal era estranho que não houvesse ou candidatos que viessem à cerimónia", como foi o caso de Luís Marques Mendes, "ou candidatos que fossem a outra cerimónia".

Gouveia e Melo esteve na cerimónia de homenagem aos combatentes, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar.
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por RTP

Milhares de pessoas assistiram à parada militar em Lagos

Foto: Fernando Andrade - RTP

Algarvios, turistas ou até a família dos militares encheram a Avenida dos Descobrimentos, felizes pelo regresso da cerimónia 29 anos depois.

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por RTP

Ventura lamenta que discursos não tenham mencionado "o excesso de imigração"

O presidente do Chega lamentou que não tenha havido nos discursos do 10 de Junho "uma palavra para o excesso de imigração que estamos a ter".

"Tanto se falou de multiculturalidade, da centralidade portuguesa, e os políticos continuam sem coragem para dizer que há um problema com a imigração em Portugal e que temos de lutar contra ela", afirmou André Ventura aos jornalistas.

O líder partidário defendeu ainda que "não podemos entrar num caminho perigoso de dizer que nós somos culpados pelo esclavagismo que houve no mundo, que somos culpados pelo que aconteceu a ex-colónias ou a ex-províncias, ou começar a querer devolver".

Acerca do discurso do presidente da República, Ventura considerou que este "fez bem em tocar na questão dos ex-combatentes", que "tem estado fora da agenda".

"Temos de dar a estes homens e mulheres uma vida digna. Muitos deles têm pensões miseráveis, muitos deles não conseguiram mais após 50 anos do que um pequeno cartão que lhes dá acesso a quase nada", declarou o líder do Chega.

"É tempo, agora que temos um novo enquadramento parlamentar, de lhes dar a dignidade que eles merecem".
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por RTP

"Falácia da ascendência única não tem correspondência com realidade"

Foto: José Sena Goulão - Lusa

Lídia Jorge, presidente da comissão organizadora do 10 de Junho, afirmou em Lagos que "a falácia da ascendência única não tem correspondência com a realidade".

No discurso do Dia de Portugal, a escritora relembrou o passado esclavagista de Portugal e a atualidade da obra de Camões, que viveu num fim de ciclo, tal como aquele em que o país se encontra atualmente.
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por RTP

"Não há quem possa dizer quem é mais puro e português que outro"

Foto: José Sena Goulão - Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, no seu último discurso do 10 de Junho como presidente da República, que "não há quem possa dizer quem é mais puro e português do que qualquer outro".

Em Lagos, o chefe de Estado lembrou os desafios que o país ainda tem pela frente no combate à pobreza e aproveitou, esta última vez em que preside às celebrações, para condecorar o antigo presidente Ramalho Eanes com um inédito Grande Colar da Ordem Militar de Avis.
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Carlos César alerta para "derivas ditatoriais e totalitárias"

Também presente nas comemorações do Dia de Portugal está o presidente do PS, para quem "não há nenhum regime alternativo à democracia que respeite as pessoas e que possa ser a sede própria da resolução dos problemas das pessoas".

Na opinião de Carlos César, "os portugueses não devem confundir a necessidade de resolver problemas que não têm sido resolvidos com derivas ditatoriais e totalitárias que não resolvem problema nenhum".

"É fundamental que façamos um esforço sobre isso se não quisermos recuperar tempos de luto, de Noite dos Cristais, de queima dos livros e de outras tendências que se vê serem desenhadas em alguns quadrantes políticos que, aparentemente, ascendem do ponto de vista eleitoral", declarou aos jornalistas.

Para o socialista, "é importante que haja firmeza não só pedagógica, mas firmeza política para não dar caminho a essas tendências totalitárias que infelizmente pululam também no nosso país".
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Ramalho Eanes condecorado

Marcelo Rebelo de Sousa condecorou o capitão de Abril António Ramalho Eanes, que disse merecer "como ninguém o primeiro grande-colar da Ordem Militar de Avis, nunca atribuído".
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"Somos portugueses porque somos universais", vinca Marcelo Rebelo de Sousa

O presidente da República salientou que os portugueses são "experientes, resistentes, criativos, heróis nos momentos certos, capazes de falar línguas, de entender climas e usos, de conviver com todos, de fazer, construindo dia-a-dia pontes".

"Nós somos portugueses porque somos universais e somos universais porque somos portugueses. Mas recordar é também recriar. Temos o dever de nos recriar, de nos ultrapassar, cuidar melhor da nossa gente para que seja mais numerosa, mais educada, mais atraída a ficar nesta pátria feita de um retângulo e dois arquipélagos", declarou no seu discurso.

O chefe de Estado assinalou que "Portugal não é uma ideia abstrata, não é apenas uma paixão, um amor sem conteúdo. É uma história, é um passado, é um presente, é um futuro. Mas é um povo. É gente de carne e osso, com alegrias e tristezas, com júbilos e com dores, com euforias e com sacrifícios".

"Isto é Portugal: os portugueses e as portuguesas. E nele, os nossos combatentes, os nossos militares", acrescentou.
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por Lusa

Lídia Jorge alertou contra loucos no poder e fúria revisionista

 A escritora Lídia Jorge alertou contra a possibilidade de loucos atingirem o poder e contra "a fúria revisionista que assalta pelos extremos", num discurso em que condenou o racismo, a escravatura e a cultura da mediocridade.

Lídia Jorge, conselheira de Estado falava enquanto presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho, em Lagos, num discurso que antecedeu o do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na sua intervenção, com cerca de 30 minutos, citou Shakespeare, Camões e Cervantes, "três autores perceberam bem que, em dado momento, é possível que figuras enlouquecidas, emergidas do campo da psicopatologia, assaltem o poder e subvertam todas as regras da boa convivência".

"O poder demente, aliado ao triunfalismo tecnológico, faz que a cada dia, a cada manhã, ao irmos ao encontro das notícias da noite, sintamos como a terra é disputada. E os cidadãos são apenas público que assiste a espetáculos em ecrãs de bolso. Por alguma razão, os cidadãos hoje regrediram à subtil designação de seguidores e os seus ídolos são fantasmas", indicou.

Depois, numa crítica ao racismo, a escritora referiu que "em pleno século XVII cerca de 10% da população portuguesa teria origem africana - população que os portugueses tinham trazido arrastados".

"O que significa que por aqui ninguém tem sangue puro e a falácia da ascendência única não tem correspondência com a realidade, cada um de nós é uma soma do nativo e do migrante, do europeu e do africano, do branco, do negro e de todas as outras cores humanas. Somos descendentes do escravo e do senhor que o escravizou", declarou.

Neste contexto, a conselheira de Estado criticou "a fúria revisionista que assalta pelos extremos nos dias de hoje um pouco por toda a parte", um revisionismo que coloca em causa "os fundamentos institucionais científicos, éticos, políticos".

"O princípio da exemplaridade - essa conduta que fazia com que o rei devesse ser o mais digno entre dignos - está a ser subvertido pela cultura digital. O escolhido passou a ser o menos exemplar, o menos preparado, o menos moderado, o que mais ofende", apontou

Numa alusão ao presidente norte-americano, referiu que "o chefe de Estado de uma grande potência, durante um comício, disse adoro-vos, adoro os pouco instruídos".

"E os pouco instruídos aplaudiram. Pergunto pois qual é o conceito hoje em dia de ser humano, como proteger esse valor que até há pouco funcionava e não funciona mais", completou.

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por RTP

"Um dia Camões nasceu e nunca mais morreu"

Lídia Jorge, escritora e conselheira de Estado que preside à comissão organizadora destas comemorações, vincou no seu discurso que "um dia Camões nasceu e nunca mais morreu".

"Provam-no a forma como, passados cinco séculos, tem sido revisitado ao longo destes dois últimos anos" por escolas, academia, o mundo da edição e os vários campos das artes e ciências humanísticas, que fazem "uma comemoração espontânea e informal em torno do nosso poeta maior", declarou Lídia Jorge.

A autora portuguesa, natural de Loulé, no Algarve, falou ainda no “surgimento de um novo tempo que está a acontecer à escala global, porque nós agora somos outros”.

“Deslocamo-nos à velocidade dos meteoros e estamos cercados de fios invisíveis que nos ligam pelo espaço”, afirmou.
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por RTP

Marcelo Rebelo de Sousa já está na Avenida dos Descobrimentos

O presidente da República já está no local das cerimónias, onde faz agora revista às forças em parada.

O primeiro-ministro também já chegou à Avenida dos Descobrimentos.
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por RTP

Ministros chegam à Avenida dos Descobrimentos

Os ministros dos Negócios Estrangeiros, Defesa, Ambiente e Agricultura já estão no local das cerimónias, assim como o líder do Chega, André Ventura, e o presidente do Partido Socialista, Carlos César.

Aguardar-se ainda a chegada do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
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por Lusa

Marcelo vai condecorar Eanes com grande-colar da Ordem Militar de Avis

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai hoje condecorar o antigo chefe de Estado general Ramalho Eanes com o grande-colar da Ordem Militar de Avis, durante a cerimónia do 10 de Junho em Lagos.

Esta informação foi hoje divulgada pela Presidência da República.

De acordo com o portal das ordens honoríficas, "a Ordem Militar de Avis destina-se a premiar altos serviços militares, sendo exclusivamente reservada a oficiais das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana, bem como a unidades, órgãos, estabelecimentos e corpos militares".

Segundo a Presidência da República, esta será a primeira vez que é atribuído o grande-colar da Ordem Militar de Avis, o mais alto grau desta ordem militar.

O general Ramalho Eanes foi o primeiro Presidente da República eleito por sufrágio universal em democracia, nas presidenciais de 1976, e cumpriu dois mandatos na chefia do Estado, até 1986.

Em novembro do ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu-o como "um sábio atento ao presente e ao futuro" e em janeiro deste ano, quando o antigo Presidente completou 90 anos, agradeceu-lhe pelo serviço prestado a Portugal.

 

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por Lusa

EUA destacam papel de Lisboa na NATO ao felicitar Portugal pelo dia nacional

Secretário de Estado norte-americano, Mark Rubio Reuters

Os Estados Unidos felicitaram hoje Portugal pela celebração do dia nacional português e destacaram que Lisboa, enquanto aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), "desempenha um papel importante no reforço da segurança transatlântica".

"Em nome dos Estados Unidos da América, felicito o povo português pela celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas", afirmou, num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Mark Rubio.

"Enquanto aliado empenhado na NATO, Portugal desempenha um papel importante no reforço da segurança transatlântica. Contamos com Portugal e com todos os aliados da NATO para aumentarem o seu compromisso com os gastos em defesa até aos 5% do PIB", afirmou.

Para Rubio, este compromisso "é uma pedra angular essencial" da dissuasão conjunta. 

"A partilha de responsabilidades reforça a Aliança Atlântica, consolida a paz através da força e assegura que estamos preparados para enfrentar, em conjunto, as ameaças atuais", sublinhou.

Rubio manifestou a vontade de continuar a trabalhar em conjunto para aprofundar a cooperação bilateral a nível económico e no domínio da defesa, bem como em aumentar o comércio e o investimento, e combater tanto a imigração ilegal como o crime organizado.

"Estes esforços promovem a nossa segurança e prosperidade comuns, contribuindo para proteger a soberania e a segurança dos nossos cidadãos. Com mais de 1,3 milhões de luso-americanos a contribuírem para todos os setores da vida nos Estados Unidos, esta é uma parceria baseada não só num alinhamento estratégico, mas também numa ligação humana. Juntos, continuaremos a construir um futuro seguro e próspero para as gerações vindouras das nossas nações", afirmou Rubio.

 

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Momento-Chave
por RTP

Lídia Jorge preside às comemorações do 10 de Junho no Algarve

Foto: Reuters

A escritora nasceu em Boliqueime, no Algarve, e preside à comissão do Dia de Portugal. O 10 de Junho é assinalado amanhã em Lagos.

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Momento-Chave
10 de Junho
por RTP

Dia de Portugal centrado em Lagos

A Cerimónia Militar Comemorativa do Dia de Portugal tem início marcado para 11h00. Vai decorrer na Avenida dos Descobrimentos, em Lagos, onde discursarão o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a presidente da comissão organizadora, a escritora Lídia Jorge.Estas são as segundas cerimónias comemorativas do 10 de Junho com Luís Montenegro como primeiro-ministro e têm lugar após a tomada de posse do XXV Governo Constitucional, concretizada no final da semana passada.


Foi Marcelo Rebelo de Sousa quem implementou as atuais comemorações duplas do 10 de Junho - em Portugal e junto de comunidades portuguesas no estrangeiro. O modelo foi posto em prática e partir de 2016, em articulação com o então primeiro-ministro socialista, António Costa.

No domingo, antes da final da Liga das Nações em Munique, que ditou o triunfo da seleção portuguesa diante de Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro celebraram antecipadamente o Dia de Portugal com a comunidade portuguesa em Estugarda. Iniciativa que não constava do programa original.

As comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Lagos começaram ao início da tarde de segunda-feira com o içar da bandeira nacional na Praça do Infante D. Henrique, na presença do chefe de Estado.
O primeiro dia da agenda de Marcelo naquela cidade algarvia incluiu ainda uma visita à exposição de meios e capacidades militares das Forças Armadas Portuguesas, no Jardim da Constituição, e à noite, um concerto da Orquestra Ligeira do Exército, na Praça do Infante D. Henrique.

O presidente alertou para a necessidade de reforma do Estado, nomeadamente nas áreas da digitalização e da redução de burocracias. Marcelo Rebelo de Sousa avisou que o Plano de Recuperação e Resiliência "está a patinar" precisamente devido a estes entraves.

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por Joana Raposo Santos - RTP

"PRR está a patinar". Marcelo insiste na digitalização e alívio de burocracias

Foto: José Sena Goulão - Lusa

O presidente da República alertou esta segunda-feira para a necessidade de reforma do Estado, nomeadamente nas áreas da digitalização e da redução de burocracias. Marcelo Rebelo de Sousa avisou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) "está a patinar" precisamente devido a estes entraves.

O PRR está a patinar em muitos casos, a demorar muito tempo, porque é uma burocracia tal que nós, em vez de estarmos a gastar por semana 200 milhões de euros no terreno, estamos em 100, 60, 80, 70. Isto, ao fim de anos, significa muito por gastar”, declarou aos jornalistas em Lagos, onde se encontra para as comemorações do 10 de Junho.O presidente destacou a necessidade de “coordenar e conjugar a forma de tratar digitalmente os dados da Administração Pública” e “rever as leis para ser mais rápido terminar com aspetos de processo, pormenores que estão a travar o funcionamento da Administração Pública”.


Questionado sobre a reforma do Estado a que o primeiro-ministro Luís Montenegro tem dado ênfase, Marcelo respondeu que “falar na reforma de Estado é fácil, fazer é muito difícil”.

“Há uma que é fundamental, que é digitalizar”, insistiu. “Há ministérios que têm dezenas, para não dizer centenas, de sistemas de digitalização diferentes, com contratos diferentes”.
O chefe de Estado deu o exemplo de ministérios em que “cada Direção-Geral, cada Inspeção-Geral, cada direção de serviços tem o seu contrato de digitalização. Isto não pode ser, em termos de economia de custos e em termos de coordenação”.

“É por isso que entra um especialista da Google para tratar disso”, acrescentou, referindo-se ao secretário de Estado para a Transição Digital no Ministério da Reforma do Estado, Bernardo Correia, que foi até agora diretor-geral da Google Portugal.

Quanto ao novo ministro da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, “tem de coordenar as duas coisas”, defendeu Marcelo.

“A outra parte é reformar as leis sobre o Estado e o funcionamento do Estado, o que implica nomeadamente o Governo apresentar ao Parlamento talvez uma nova lei sobre contratos administrativos”, considerou o presidente.
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Momento-Chave
por RTP

Liga das Nações. Marcelo e Montenegro com portugueses na Alemanha

O presidente da República e o primeiro-ministro vão ver o jogo no estádio. Os dois estiveram este domingo à tarde com milhares de portugueses no centro de Munique.

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Momento-Chave
por RTP

"Faça lá o melhor que pode por Portugal", diz Marcelo a "primeiro-ministro reforçado"

Foto: Lusa

O presidente da República está com Luís Montenegro em Estugarda, na Alemanha, para se encontrarem com a comunidade portuguesa e para depois ver a final da Liga das Nações. Em tom mais coloquial de discurso perante os portugueses que vivem na Alemanha, Marcelo Rebelo de Sousa pediu vários aplausos. Entre eles, para Luís Montenegro, "o primeiro-ministro reforçado" nas palavras do presidente. E falando como se fosse uma dos emigrantes deixou um pedido ao chefe do Executivo: "Faça lá o melhor que pode por Portugal".

Marcelo Rebelo de Sousa deixou elogios à comunidade portuguesa na Alemanha e disse que ele e Montenegro estão a “pagar uma dívida antiga” em relação a esta comunidade, garantindo ainda que os portugueses são importantes para os germânicos.
“Vamos levar a Taça”
O presidente e o primeiro-ministro vão assistir este domingo à final da Liga das Nações entre Portugal e Espana e não tem dúvidas: “Vamos levar a Taça”, dizendo que os portugueses “são imbatíveis”, “são imparáveis” e que ele já esteve na bancada sempre que os lusos ganharam jogos importantes.
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