50 anos PS. Costa lembra que "liberdade e democracia" não são dados adquiridos

por RTP

António Costa encontra-se esta segunda e terça-feira na Alemanha para participar numa celebração do 50.º aniversário do Partido Socialista, fundado na localidade de Bad Münstereifel. Enquanto ainda secretário-geral do PS lembrou que a liberdade conquistada no 25 de Abril não "é um dado adquirido". Sobre a crise política, o ainda primeiro-ministro não confirmou que tenha pedido ao presidente da república para chamar a Procuradora-Geral da República a Belém.

"É uma data única que felizmente une o país todo", afirmou aos jornalistas, referindo-se aos 50 anos do 25 de Abril. "Tive a felicidade de fazer parte de uma geração que não teve idade para sofrer diretamente com a ditadura e que teve, sobretudo, a primeira oportunidade de crescer já em liberdade".

"Nenhum de nós seria o que é se não tivesse existido o 25 de abril".

António Costa lembrou ainda que a "democracia e a liberdade" não são dados adquiridos.

Quanto aos 50 anos do Partido Socialista, o secretário-geral do partido considerou que de alguma forma "faz parte de todo um percurso", uma vez que  os momentos históricos "são uma cadeia de acontecimentos".

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do partido, questionado sobre a revelação por parte do conselheiro de Estado António Lobo Xavier, de que foi em sede de Conselho de Estado que o primeiro-ministro adiantou ter sido ele próprio a pedir a Marcelo Rebelo de Sousa que chamasse ao Palácio de Belém a procuradora-geral sobre a investigação "Operação Influencer", salientou que não teve "nenhuma conversa pública" com Lobo Xavier.

"Não me ocorre ter tido nenhuma conversa pública com o dr. Lobo Xavier. Lembro-me de ter falado com o dr. Lobo Xavier em privado ou em órgãos onde ambos participamos, e onde o dever de confidencialidade impera sobre todos", declarou.

"Como é sabido, e já tive ocasião uma vez de explicar, a propósito de uma outra reunião do Conselho de Estado, a lei até fixa a data a partir da qual está disponível o que é dito e não dito no Conselho de Estado e as respetivas datas e, portanto, é uma questão de aguardar. Creio que é por volta de 2053, portanto sejamos pacientes", disse. "Irritantemente pacientes", acrescentou.

Além disso, António Costa não confirmou que tenha pedido ao presidente da república para chamar a Procuradora-Geral da República a Belém. O primeiro-ministro justificou o silêncio com o dever de reserva.

António Costa afirmou ainda que não pode revelar conversas com Marcelo Rebelo de Sousa, que tenham decorrido a sós, ou nas reuniões do Conselho de Estado. Terá sido nessa reunião, no dia 9, que o ainda primeiro-ministro terá revelado o pedido feito ao presidente para ouvir Lucilia Gago, na sequência das buscas que estavam a decorrer na Residência Oficial.
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