Acidente fluvial em Lisboa provoca dezenas de feridos

por RTP
Assistência aos feridos no Terreiro do Paço, junto ao local do acidente Nuno Fox - Lusa

O embate ocorreu ao início da manhã e envolveu uma embarcação que fazia a travessia do Rio Tejo. A embarcação estava a atracar na plataforma quando embateu na doca da Marinha. O nevoeiro poderá estar na origem do acidente, mas segundo o comandante do porto de Lisboa, a velocidade do catamarã "não era a mais adequada".

O acidente ocorreu quando um catamarã da Soflusa que vinha da Margem Sul do Tejo, mais precisamente do Barreiro, embateu num pontão ao atracar junto ao Terreiro do Paço. O acidente aconteceu pouco depois das 08h30 desta quarta-feira.

No local estão o capitão do Porto de Lisboa, a Polícia Marítima, elementos da Proteção Civil municipal, o INEM, 26 elementos dos Sapadores de Bombeiros de Lisboa, apoiados por oito viaturas, e os Bombeiros Voluntários de Lisboa.

A RTP apurou junto do capitão do porto de Lisboa, José Isabel, que não há registo de feridos graves. O responsável acrescenta ainda que a fraca visibilidade - devido ao forte nevoeiro que se faz sentir na cidade - terá dificultado o momento de atracagem.

José Isabel acrescenta, em declarações à RTP, que os transeuntes "nunca se devem levantar dos seus lugares antes da embarcação estar atracada", já que o embate mais violento no momento da atracagem pode provocar feridos, como acabou por acontecer esta quarta-feira. Entre os feridos contam-se 32 mulheres e dois homens.

"Este foi um embate muito forte e as pessoas não estão preparadas, muitas delas não estão agarradas a sítio nenhum, e depois são projetadas com o embate. Se as pessoas estivessem nos seus lugares, os danos teriam sido muito menores", explica o capitão do porto de Lisboa.

Na atualização do número de feridos, o capitão do porto de Lisboa esclarece que os 22 dos 34 feridos seguiram para os hospitais de Santa Maria, São José, São Francisco Xavier e uma das passageiras para a Maternidade Alfredo da Costa. Os restantes passageiros foram atingidos logo no local.
Embarcação transportava 561 passageiros
Em declarações à imprensa junto ao local onde os feridos estão a ser assistidos, José Bagarrão, presidente do conselho de administração da Transtejo, explica que o barco embateu num pontão da doca da Marinha, um embate que fez com que os passageiros fossem projetados.

"A embarcação embateu na doca quando vinha do Barreiro para o Terreiro do Paço e, na sequência desse embate, alguns passageiros que já se tinham certamente levantado para desembarcar foram projetados e ficaram feridos", explica o responsável.

Apesar do acidente desta manhã, as ligações fluviais já estão normalizadas, com os atrasos recorrentes de um dia de nevoeiro, que obriga a uma redução da velocidade por motivos de segurança.O nevoeiro é "uma das hipóteses entre muitas" para a causa deste acidente, refere o responsável. 

O nevoeiro é precisamente "uma das hipóteses entre muitas" que podem ter estado na origem do sucedido, refere o responsável, que informou ainda que será aberta uma comissão de inquérito para apurar as causas do acidente.

José Bagarrão refere que o caramarã trasportava 561 passageiros e encontra-se em "perfeitas condições", com certificado de navegabilidade válido. Quanto ao piloto, assegura que se trata de "um homem experiente", bem como a tripulação que seguia a bordo.
Velocidade "não era a mais adequada"
Em declarações à agência Lusa, o comandante do porto de Lisboa admite no entanto que a velocidade a que seguia o catamarã não seria a mais indicada aquando do embate.

"A velocidade certamente que não era a mais adequada, isso não resta dúvidas. Agora, foi prejudicada pela falta de visibilidade", refere José Isabel, que fala de uma "má avaliação" da distância para atracar por parte do piloto.

"Ao vir com essa velocidade, o comandante pensava que estava mais longe e acabou por embater no cais", concretizou.
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