País
Acidente nas minas da Panasqueira divide gestores e sindicato
A administração das Minas da Panasqueira lamenta a morte de um mineiro, ontem, mas diz que foi um descuido do funcionário. O jovem de 20 anos morreu na mina devido a um desabamento no interior das galerias e um outro ficou ferido. Esta manhã, os mineiros recusaram entrar na mina, alegando que o pessoal novo não tem formação e falhas na segurança. O sindicato dos mineiros considera que o acidente "não foi fruto do acaso". Uma acusação refutada pela administração da mina. os mineiros devem continuar paralisados até ao funeral do jovem.
A administração da empresa que desde 2000 explora a mina de volfrâmio, no concelho da Covilhã, reagiu ao acidente que ontem vitimou um trabalhador, de 20 anos, natural do Fundão. Um outro mineiro, no seu primeiro dia de trabalho, teve ferimentos ligeiros, tendo sido levado ao hospital.
O administrador da Beralt Tin & Wolfram referiu que estão em curso averiguações e foi aberto um inquérito. A mina deverá receber a visita da Inspeção da Direção Geral de Minas e da Autoridade para as Condições do Trabalho. “Sem querer acusar, as quedas de pedras não acontecem por acaso”, começou por declarar Correia de Sá à Antena 1.
“Quando vamos à mina levamos um pico para testar as terras. É um cuidado que deve haver. Não sei, ainda por cima, não estava sozinho. Confesso que acho um pouco estranho. Como é que se olha para o tecto e se vê que há pedras soltas, em vez de vir embora tratar do assunto, fica-se à espera que elas caiam. Por qualquer razão houve ali uma distração, é a ideia que me dá”, acrescentou.
Uma interpretação contestada ao início da manhã pelos trabalhadores das minas, que se recusaram a entrar, como demonstração de solidariedade pela morte do colega.
"Este acidente não é fruto do acaso, como a empresa pretende transmitir. Esta empresa tem culpas no cartório. Se a empresa cumprisse cabalmente a sua missão no que concerne a higiene e segurança na mina tinha dado soluções aos trabalhadores para verificarem os tetos da mina onde fazem as explosões para evitar estes acidentes. A empresa não o faz", denunciou João Maria Isidoro, do sindicato dos mineiros, ao final da manhã.
"Todo o pessoal novo que entra na mina não tem formação. Mandam-nos para dentro da mina e eles não sabem o que é a mina. Hoje em dia, quem vai para dentro de uma mina vai com o coração na mão. A segurança é pouca e eles querem é produção", acusava Luís Paulo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, citado pela Lusa.
“A empresa prometeu pagar a quem fosse trabalhar hoje e que quem não fosse teria falta", acrescentou, garantindo que "ninguém foi trabalhar às 7h00 da manhã". Luís Paulo sublinhou que o problema é a “falta de segurança” na mina.
Segundo o representante do sindicato, o trabalhador "andava a limpar uma frente" da mina com uma máquina, da qual saiu para observar a zona a limpar.
O presidente da junta de freguesia da Aldeia de S. Francisco de Assis, onde fica a mina, acrescenta que o mineiro trabalhava "há pouco mais de um ano" na Panasqueira.
O desabamento, que soterrou o mineiro, ocorreu pelas 15h50 de segunda-feira. O óbito foi confirmado por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) à entrada da mina.
Os trabalhadores prometem continuar paralisados até amanhã, às 9h00, quando começam as cerimónias fúnebres do jovem mineiro.
O administrador da Beralt Tin & Wolfram referiu que estão em curso averiguações e foi aberto um inquérito. A mina deverá receber a visita da Inspeção da Direção Geral de Minas e da Autoridade para as Condições do Trabalho. “Sem querer acusar, as quedas de pedras não acontecem por acaso”, começou por declarar Correia de Sá à Antena 1.
“Quando vamos à mina levamos um pico para testar as terras. É um cuidado que deve haver. Não sei, ainda por cima, não estava sozinho. Confesso que acho um pouco estranho. Como é que se olha para o tecto e se vê que há pedras soltas, em vez de vir embora tratar do assunto, fica-se à espera que elas caiam. Por qualquer razão houve ali uma distração, é a ideia que me dá”, acrescentou.
Uma interpretação contestada ao início da manhã pelos trabalhadores das minas, que se recusaram a entrar, como demonstração de solidariedade pela morte do colega.
"Este acidente não é fruto do acaso, como a empresa pretende transmitir. Esta empresa tem culpas no cartório. Se a empresa cumprisse cabalmente a sua missão no que concerne a higiene e segurança na mina tinha dado soluções aos trabalhadores para verificarem os tetos da mina onde fazem as explosões para evitar estes acidentes. A empresa não o faz", denunciou João Maria Isidoro, do sindicato dos mineiros, ao final da manhã.
"Todo o pessoal novo que entra na mina não tem formação. Mandam-nos para dentro da mina e eles não sabem o que é a mina. Hoje em dia, quem vai para dentro de uma mina vai com o coração na mão. A segurança é pouca e eles querem é produção", acusava Luís Paulo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, citado pela Lusa.
“A empresa prometeu pagar a quem fosse trabalhar hoje e que quem não fosse teria falta", acrescentou, garantindo que "ninguém foi trabalhar às 7h00 da manhã". Luís Paulo sublinhou que o problema é a “falta de segurança” na mina.
Segundo o representante do sindicato, o trabalhador "andava a limpar uma frente" da mina com uma máquina, da qual saiu para observar a zona a limpar.
O presidente da junta de freguesia da Aldeia de S. Francisco de Assis, onde fica a mina, acrescenta que o mineiro trabalhava "há pouco mais de um ano" na Panasqueira.
O desabamento, que soterrou o mineiro, ocorreu pelas 15h50 de segunda-feira. O óbito foi confirmado por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) à entrada da mina.
Os trabalhadores prometem continuar paralisados até amanhã, às 9h00, quando começam as cerimónias fúnebres do jovem mineiro.