Altice PT afasta responsabilidades em falhas do SIRESP

por RTP
Foto: Philippe Wojazer - Reuters

A Altice PT garantiu esta quinta-feira que não teve responsabilidades nas falhas do SIRESP e revelou que conseguiu repor 98 por cento dos serviços de comunicações afetados pelos incêndios de Pedrogão.

Em conferência de imprensa esta quinta-feira, Alexandre Fonseca, chefe do gabinete tecnológico da Altice, a PT/Altice mostrou-se convicta de que cumpriu "inequivocamente" todos os níveis de serviços contratados pela SIRESP S.A., a operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança.

O responsável salientou ainda que o empenho da empresa, como acionista, foi de "uma disponibilidade e serenidade necessárias" e "de uma imediata prontidão na ação enquanto seu fornecedor de serviços".

Alexandre Fonseca realçou, na conferência de imprensa realizada em Lisboa, que o Grupo PT/Altice integra dois grupos de trabalho no âmbito do aumento da resiliência e da redundância da rede SIRESP. "Fazemo-lo porque acreditamos na eficiência desta rede, se utilizada de forma correta, mas também porque acreditamos que somos parte da solução no que toca à melhoria e eficácia desta rede em Portugal", referiu.

"Tivemos inclusive a oportunidade de alertar para a necessidade disso mesmo, tendo a PT/Altice entregue uma proposta técnica de criação de redundância de rede", acrescentou. O responsável confirmou ainda que a PT/Altice está a trabalhar com o Governo para "a instalação da rede em infraestrutura subterrânea", mas "o primeiro obstáculo é a falta de infraestrutura física na esmagadora maioria de espaço rural no nosso país".

"A infraestrutura existente não está ainda preparada para a capilaridade da nossa rede e também tem algumas vulnerabilidades de integridade, detetadas perante cenários de fogo e de altas temperaturas", explicou, mostrando, no entanto, a disponibilidade de continuar a cooperar com a tutela neste assunto.
Reposições nos últimos dois meses
Na mesma comunicação à imprensa, Alexandre Fonseca anunciou que foram repostos mais de 1000 quilómetros de cabos e 12 mil postos queimados pelos incêndios. A operação decorreu em cerca de uma centena de concelhos e envolveu mais de 1500 trabalhadores.

Só na operação relativa ao incêndio de Pedrógão Grande, a PT registou mais de 500 quilómetros de cabo de cobre e de fibra ótica ardida (de um total de 1350 quilómetros de cabos em traçado aéreo que a empresa tem na região), pelo que "mobilizou, de forma imediata, mais de duas centenas de pessoas e 100 viaturas para o terreno", tendo em conta "a dimensão dos fogos e os cerca de 13 mil clientes existentes nesta área".

"Resultaram destes esforços a recuperação de 98% dos nossos serviços num período de quatro dias e meio, com ações de recuperação a decorrer ainda com fogos ativos", afirmou, salientando que "a esmagadora maioria da rede e dos serviços foram recuperados em menos de uma semana".

Além de Pedrógão Grande, foram feitas intervenções "em menor quantidade" nos concelhos de Mação, Ferreira do Zêzere, Sertã, Gavião, Castelo Branco, Tomar, Mangualde, Oliveira do Hospital e nos demais concelhos afetados pelos incêndios nestes últimos meses.

c/ Lusa
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