Alunos gastam em média 518 euros por mês para estudar na Universidade de Coimbra

por Lusa

Os estudantes da Universidade de Coimbra gastam em média 518 euros por mês, sem contar com a propina, concluiu um estudo promovido pela Associação Académica de Coimbra (AAC), que exigiu o aumento do número de bolsas e do seu valor.

O estudo, com base num inquérito `online` dirigido aos estudantes da Universidade de Coimbra (UC), concluiu também que cerca de 40% dos inquiridos já pensaram em abandonar o ensino superior, disse o presidente da AAC, João Caseiro, que falava à agência Lusa à margem da apresentação dos resultados que decorreu hoje à tarde.

O estudo, que contou com 1.328 respostas e teve a ajuda do Centro de Estudos Sociais (CES), começou a ser desenvolvido em 2022, com o objetivo de apurar os gastos médios suportados pelos estudantes da UC que vão para além da propina.

A despesa média maior centra-se no alojamento (229,87 euros), seguindo-se a alimentação (125,78 euros) e as deslocações entre cidade de origem e Coimbra (63,21).

Para as despesas, são ainda contabilizadas as deslocações dentro da cidade (26,81 euros), despesas pessoais (61,65) e material escolar (11,30), componente que em alguns cursos sobe drasticamente, como é o caso de Arquitetura, Direito ou Medicina Dentária, realçou João Caseiro.

A maioria dos inquiridos vive em apartamentos partilhados (71%), quase metade raramente frequenta as cantinas da UC e cerca de 50% usa transportes públicos.

Para além dos 518 euros por mês, João Caseiro destacou os 69 euros que todos os estudantes têm de gastar por mês na propina.

"A despesa é cada vez maior e, se se fizer o estudo daqui a um ou dois anos, o valor médio que hoje é gasto em alojamento ficará obsoleto. Os gastos mensais são quase um salário mínimo e o ensino superior acaba por ser incomportável para os bolsos da maioria das famílias", realçou o dirigente estudantil.

Para João Caseiro, é fundamental o Governo aumentar o número de bolsas, mas também o seu valor, e acabar gradualmente com a propina, que reduziria os encargos que os estudantes e as suas famílias têm.

"É preciso rever o sistema de ação social", defendeu, sublinhando que o estudo permite também "dar suporte" às reivindicações dos estudantes, que agora têm em mão dados concretos sobre as despesas médias dos alunos da UC.

De acordo com o estudo, o valor mensal (com a propina contabilizada) corresponde a cerca de 63,41% do rendimento médio per capita mensal em Portugal, com a propina a contribuir 13,87% para a despesa.

"A AAC urge o Governo português a tomar medidas objetivas e concretas de forma a mitigar as questões levantadas que, enquanto persistirem, servem apenas para manter as desigualdades económicas verificadas no Ensino Superior", defendeu a Associação Académica de Coimbra.

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