António Costa falou sobre os investimentos feitos pelo governo em Sines e dirigiu aos portugueses um pedido de desculpas, declarando que se sentiu envergonhado com o dinheiro apreendido no gabinete do antigo chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.
Numa declaração ao país, o primeiro-ministro pediu desculpa aos portugueses e demarcou-se do advogado e melhor amigo, que é arguido a Operação Influencer.
A jornalista da Antena 1 Inês Ameixa registou as declarações de António Costa.
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Luís Montenegro diz que Portugal caiu num "pântano político"
O partido diz que a transição energética "não pode ficar manchada" por esta crise política, defendendo que a exploração do hidrogénio verde deveria estar entregue a uma empresa pública.
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PCP acredita que investimento deve respeitar todas as regras
António Costa foi questionado sobre João Galamba e o primeiro-ministro explicou que na terça-feira terá uma conversa com o Presidente da República sobre o ministro das Infraestruturas.
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"Acho que havia necessidade de encontrar alternativas"
A sugestão de Mário Centeno para ser primeiro-ministro foi uma decisão consciente de António Costa que acredita que Centeno merece a "admiração" dos portugueses e que devia haver uma alternativa à dissolução do Parlamento.
"Acho que era importante ter um primeiro-ministro rapidamente que tivesse grande credibilidade internacional".
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"Paralisia da decisão" vs "rigor da decisão". "Não tenham medo de decidir"
Questionado sobre se teme consequências para a economia portuguesa, António Costa diz que não porque Portugal apresenta "contas públicas sólidas" e que há condições para aprovar o Orçamento do Estado para 2024.
"Mas acho que é importante para aqueles que querem investir em Portugal dar uma palavra de confiança. O investimento é bem-vindo."
O primeiro-ministro rejeitou também qualquer tipo de interferência no processo dizendo que nada lhe "pesa na consciência".
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Portugal não se pode dar ao luxo de não aproveitar o lítio ou investimento em Sines
António Costa relembra o seu trabalho como presidente da Câmara para falar da necessidade de conciliação de interesses.
Argumenta que um país pequeno como Portugal, no entanto, não se pode dar ao luxo de não aproveitar aquele minério, o lítio.
Deve proteger todos os valores importantes através do diálogo, diz. O mesmo se aplica ao investimento em Sines.
"Temos de diminuir o conflito", argumenta, realçando que Sines é o maior investimento estrangeiro direto desde a Autoeuropa.
No entanto, o primeiro-ministro diz que se tem de manter a ação do governo para poder angariar investimento para o país e quis dar uma palavra de confiança aos investidores.
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"Com grande probabilidade, não exercerei nunca mais qualquer cargo público"
O ainda primeiro-ministro diz que estes esclarecimentos não são uma interferência no processo, já que foi surpreendido pela existência de uma investigação.
Diz só ter feito uma referência à investigação sobre o proecesso no que toca ao dinheiro encontrado no gabinete do seu chefe de gabinete por se sentir envergonhado.
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António Costa não revela o que vai falar com o Presidente da República, na terça-feira
Iniciada a fase de perguntas, o primeiro-ministro disse apenas sobre o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa que este acontece a seu pedido, não revelando o que pretende dizer.
Sobre a presença da sua mulher no local desta declaração, falou de” gesto de carinho” e não quis alongar no comentário, visivelmente emocionado.
Depois de justificados os investimentos, António Costa declarou que agora cabe à justiça e às autoridades punir "qualquer comportamento individual ou de alguma empresa que seja ilegal ou um crime", acrescentando que confia na justiça portuguesa.
"Qualquer membro do governo a começar por mim próprio, daremos às autoridades judiciárias toda a colaboração que seja necessária, quando e sempre que o entenderem necessário e útil".
"O que hoje quis aqui explicar, porque é meu dever esclarecer as opções políticas do governo para promover o desenvolvimento do país é aquilo que os portugueses têm direito a saber. O meu entendimento que atraí investimento, valorizar os nossos recursos naturais e dar máxima utilização às infraestruturas de que dispomos, eliminar burocracia, preservar os valores ambientais, promover o desenvolvimento regional e o bem-estar das populações são prioridades políticas deste governo", concluiu.
O primeiro-ministro terminou a dizer "à justiça o que é da justiça, e à política o que é da política".
António Costa explicou depois os negócios feitos pelo governo que liderou durante oito anos.
"Ao governo, enquanto órgão máximo da Administração Pública, compete assegurar a devida articulação entre organismos e procurar assegurar que o resultado final é a melhor satisfação do interesse público no seu conjunto", explicou o primeiro-ministro.
Falando sobre a exploração de lítio nas minas de Montalegre e Boticas, António Costa disse a mesma foi "sujeita a um estudo de impacto ambiental" e que os concessionários tiveram de cumprir todas as regras estabelecidas pelo estudo, lembrando o esforço para preservar o lobo ibérico.
"A burocracia promove a opacidade", continuou, explicando que "deste modo, todos os projetos em desenvolvimento em Sines, designadamente o centro de dados, que é o maior investimento estrangeiro de dados, desde o estabelecimento da Autoeuropa têm sido obrigados a respeitar a zona de conservação bem como os valores ambientais identificados dentro da própria zona industrial".
"Em Sines, por outro lado, a intensidade de projetos em curso e pré-anunciados exige que a rede elétrica nacional realize avultados investimentos no reforço da rede elétrica para garantir a todos a igualdade de oportunidades".
O primeiro-ministro entrou na sala da conferência de imprensa de São Bento para dizer que o país foi surpreendido por um processo que acabou por levar à sua demissão.
António Costa diz que o dinheiro encontrado no gabinete de Vítor Escária o "envergonha" e pediu desculpas aos portugueses. "Só à justiça cabe investigar e punir o exercício da ação governativa", disse o primeiro-ministro.
Falando sobre os investimentos realizados pelo Governo, António Costa diz que é dever dos governos é atrair investimento estrangeiro, que a simplificação de procedimentos leva à transparência e que deve haver harmonia entre o interesse público e os negócios feitos.
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Francisco Assis diz que Galamba já devia ter saído do Governo
O primeiro-ministro está prestes a fazer um declaração ao país sobre os investimentos que foram realizados em Sines.
As palavras de António Costa surgem numa altura em que apresentou a demissão e o Presidente da República anunciou eleições antecipadas para março de 2024.
A demissão de António Costa surgiu depois de o seu nome ter sido implicado por outros arguidos no caso Influencer, relacionado com negócios de hidrogénio e lítio.