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APAV apoiou uma média de quatro idosos por dia vítimas de crime e violência em 2021

por RTP
Danie Franco - Unsplash

Durante 2021, a APAV apoiou um total de 1594 pessoas idosas vítimas de crime e de violência, o que corresponde a uma média de quatro pessoas por dia, indiciando que a violência contra as pessoas idosas é um problema social.

No que diz respeito ao perfil da vítima, esta é geralmente do sexo feminino (cerca de 75,5%), com idades compreendidas entre os 70 e os 74 anos, refere a Associação de Apoio à Vítima em comunicado neste do Dia Internacional da Pessoa Idosa.

Mais de metade das vítimas (820) estão reformadas.

O autor do crime é, em cerca de 52,3% das situações, do sexo masculino e com uma média de idades (16%) acima dos 65.

Em cerca de 29% dos casos, a vítima é pai ou mãe do autor do crime. Destaque ainda para a violência perpetrada entre cônjuges (20%) e a residência comum (em 801 casos) ou a residência da vítima (492 casos).

A maioria dos crimes registados são crimes contra pessoas, num total de 2611 crimes, destacando-se 2.153 crimes de violência doméstica, 113 de ameaça ou coação, 105 de difamação ou injúrias. Há ainda 135 crimes patrimoniais.

As áreas de residência das vítimas são, na maioria, as grandes cidades: Lisboa (23,4%), Porto (18,1%). Nos dados hoje revelados, a APAV destaca ainda Faro (12,4%)

“Reconhecendo que a violência contra as pessoas idosas constitui um problema social e de saúde pública, consideramos que o seu eficaz combate pode contribuir para um futuro mais inclusivo, onde todos sejam respeitados ao longo do ciclo de vida, nomeadamente no contexto de um envelhecimento ativo e saudável”, refere a APAV.

Marta Carmo, da APAV, adianta que há uma sensibilização que tem de ser feita no sentido da denúncia destas situações. Até porque em muitos destes casos há uma dependência física e emocional que dificulta a denúncia. O isolamento que surge muitas vezes associado ao processo de envelhecimento é outro dos entraves.

A associação argumenta que estes crimes "não podem ser remetidos ao silêncio" e diz estar disponível através dos seus diferentes serviços, nomeadamente da Linha de Apoio à Vítima 116 006 (dias úteis, das 08h00 às 22h00) número gratuito e confidencial

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