Ataque no Centro Ismaili. Judiciária afasta cenário de terrorismo

por RTP

Foto: Pedro Nunes - Reuters

O diretor nacional da Polícia Judiciária garantiu esta quarta-feira que as investigações efetuadas permitem dizer que o ataque que causou as mortes de duas mulheres no Centro Ismaili, em Lisboa, não se tratou de um ato terrorista. As autoridades policiais já falaram com o suspeito, que permanece internado.

De acordo com Luís Neves, estamos perante um crime grave, mas de "natureza comum", que nada tem a ver com a radicalização religiosa. A sustentar esta posição estão já "dezenas de diligências", essenciais porque a possibilidade de risco de terrorismo faria a investigação seguir num sentido completamente diferente.

“Conseguimos mapear a vida desta pessoa”, desde o Afeganistão, Grécia e Portugal, referiu o diretor da Polícia Judiciária. “De tudo o que foi recolhido, não há um único indício que permita afirmar que houve a radicalização religiosa”, afirmou, acrescentando que o atacante tinha um modus vivendi ocidentalizado.

Luís Neves afirmou ainda que poderá ter havido um “surto psicótico”,
mas que isso terá de ser alvo de uma perícia.Em análise está ainda a possibilidade de ter havido um conjunto de factos a envolver o suspeito que possam ter culminado no surto.

A Polícia Judiciária já falou com o suspeito no hospital e, apesar de não querer entrar em pormenores, o diretor da PJ acabou por confirmar que o atacante terá mostrado arrependimento.

De acordo com informações médicas, o suspeito só deverá ter alta dentro de pelo menos dez dias, pelo que só depois disso poderá ser presente a um juíz.

A polícia aguarda um mandado judicial de busca, para poder entrar no domicílio do suspeito. Há ainda informação decorrente de cooperação internacional que a polícia aguarda.

Na conferência de imprensa, Luís Neves deixou elogios à "atuação de excelência" da PSP que permitiu que não houvesse mais vítimas mortais.
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