O vice-presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, disse que o incêndio que deflagrou esta manhã na serra do Alvão é uma "segunda ignição", depois de o fogo que lavrou desde domingo ter entrado em resolução.
"Continuamos com uma frente ativa que, felizmente, está a evoluir favoravelmente daquele que é um segundo incêndio", afirmou Alexandre Favaios.
Depois de o incêndio que deflagrou domingo na zona da Samardã, na serra do Alvão, ter entrado em fase de resolução ao início da noite de segunda-feira verificou-se, esta manhã, "um novo incêndio" na serra, já em área do Parque Natural do Alvão.
"Infelizmente, e depois do trabalho de consolidação feito ao longo de toda a noite com as equipas no terreno, hoje fomos confrontados, para além do que o perímetro do primeiro incêndio, com uma nova ignição", salientou.
Uma nova ignição que preocupou ao longo do dia e que, pelas 18:00, "estava a evoluir favoravelmente" com a "ajuda de uma quantidade enorme de diferentes agentes de Proteção Civil".
Alexandre Favaios destacou também "o enorme trabalho" feito no terreno por todos.
Segundo o `site` da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 18:30 estavam mobilizados para este incêndio 329 operacionais, 96 viaturas e três meios aéreos.
"O incêndio não está ainda em fase de resolução, esperemos que ao longo das próximas horas isso venha a acontecer, mas continuámos a ter um inimigo muito forte. Para além daquele que é a mão humana que infelizmente provocou estes dois incêndios, continuámos a ter o vento que, em alguns momentos, vai colocando as equipas no terreno à prova", sublinhou Alexandre Favaios.
O fogo no Alvão aproximou-se de Lamas de Olo, uma aldeia com uma forte produção pecuária.
"Mais uma vez os bombeiros salvaguardaram pessoas, bens e os animais, temos a lamentar a perda da nossa biodiversidade e o nosso património. É uma perda económica muito relevante, mas é com toda a certeza uma perda sentimental de enorme significado para todos aqueles que gostam do nosso Alvão e das nossas paisagens", afirmou Alexandre Favaios.
O presidente da Junta de Freguesia de Borbela e Lamas de Olo, José Armando, também defende que "são incêndios diferentes". O primeiro afetou o lado da serra do Alvão virado à cidade de Vila Real e o de hoje deflagrou na encosta contrária, virado a Lamas de Olo, já em pleno PNA.
"Nós demos conta deste incêndio às 10:30 e passado pouco tempo já tinha umas proporções grandes e com necessidade de meios aéreos. Na segunda-feira à noite passamos do outro lado e vimos que estava tudo consolidado. Continuo a dizer que é mão criminosa", salientou o presidente da junta.
O autarca disse que o maior prejuízo resultante deste fogo é "a destruição de pasto para os animais".
"A zona de pasto dos animais era pela área ardida e, claro, depois estende-se pela serra fora. Mas esta é uma parte bastante grande e vai causar transtorno para as pessoas que têm os animais", frisou.
Segundo José Armando, nesta aldeia há um efetivo de cerca de 500 vacas maronesas, dividido por vários produtores.