Avelino Ferreira Torres e autarca de Rebordelo julgados por causa de derrocada de cemitério

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Amarante, 15 Out (Lusa) - O ex-vereador da Câmara de Amarante Avelino Ferreira Torres e o presidente da Junta de Freguesia de Rebordelo vão ser julgados, a 19 de Novembro, por alegada negligência no caso da derrocada parcial do cemitério de Rebordelo, ocorrida em Dezembro de 2006.

Os dois autarcas, Avelino Ferreira Torres, que foi vereador em Amarante até ao final de Julho e José Manuel Meireles Machado, actual presidente da Junta de Freguesia de Rebordelo, foram pronunciados em Maio pelo juiz de instrução do tribunal de Amarante que marcou agora o início do julgamento para 19 de Novembro.

Parte do cemitério de Rebordelo ruiu, em Dezembro de 2006, alegadamente devido ao descalçamento dos terrenos de suporte do cemitério, assente num local onde o muro principal tinha mais de uma dezena de metros.

A junta de freguesia, com o apoio do vereador Ferreira Torres, tinha realizado algum tempo antes obras de alargamento nas imediações do cemitério, movimentação de terras que alegadamente terá contribuído para a derrocada, que ocorreu numa altura de chuvas intensas.

Com o apoio de um técnico da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), foram realizadas obras de consolidação do talude em 2007 e reparados os estragos, não tendo sido necessário a trasladação das sepulturas.

O ex-vereador, que já anunciou a sua candidatura à Câmara do Marco de Canaveses em 2009 (autarquia a que presidiu durante muitos anos), disse hoje à Lusa que "caiu a maior parte das acusações contra si".

"Ficou apenas a de negligência", disse.

Segundo Ferreira Torres, o juiz de instrução considerou que houve negligência porque os dois autarcas "poderiam ter previsto que o terreno poderia ceder" durante a execução da obra de alargamento do recinto.

A Câmara Municipal de Amarante acabou por suportar a maior parte dos custos da reparação dos muros e do talude, na sequência da deliberação favorável da maioria da oposição (Movimento Amar Amarante MAA, criado em 2005 para apoiar Avelino Ferreira Torres, e o PSD).

Os dois elementos do Partido Socialista votaram contra aquela decisão.

O custo global das obras importou em 129 mil euros.

Fonte da Câmara Municipal de Amarante disse hoje à Lusa que a autarquia vai apresentar um pedido de indemnização cível para ser ressarcida do montante pago no caso dos dois arguidos serem condenados pelo tribunal.


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