"Batemos os recordes de detenção". Advogado de defesa de Pedro Calado denuncia violação de direitos

Paulo Sá e Cunha, advogado de defesa de Pedro Calado, antigo presidente do Funchal, justificou o requerimento que pedia a libertação imediata do seu cliente.

RTP /

Foto: Filipe Silva - RTP

"Os advogados defendem os direitos fundamentais e a liberdade das pessoas,
devem defender intransigentemente estes valores. (...) Quando entendemos que estes valores estão a ser postos em causa fazemos o que achamos que devemos fazer"
, vincou.

Os advogados dos três arguidos juntaram-se um requerimento a pedir a libertação imediata ao fim de mais de duas semanas de detenção, mas o pedido não foi aceite. Na sexta-feira serão conhecidas as medidas de coação.

Paulo Sá e Cunha criticou a duração da detenção, considerando que "não tem paralelo em situações anteriores" que foram batidos recordes numa situação desta natureza.

Este caso "dará origem a um caso de estudo nas nossas universidades e até nas instâncias internacionais", salienta, lembrando que "há muitas organizações que se preocupam com os direitos humanos e instrumentos internacionais dos direitos humanos".

Questionado sobre se houve violação de direitos, o advogado argumentou que "quando há uma detenção sem decisão judicial que se pronuncie sobre os fundamentos dessa detenção e isso se prolonga por muito tempo, os direitos humanos são postos em causa".

Indicou ainda aos jornalistas que Pedro Calado respondeu a todas as perguntas que o juiz colocou.
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