Católicos portugueses ajudam a construir maternidade-escola em Timor-Leste

por Agência LUSA

Instituições católicas portuguesas estão a ajudar a construir uma maternidade-escola em Díli, um propósito que contou com o envolvimento pessoal do falecido papa João Paulo II, disse hoje à Lusa fonte ligada ao projecto.

Avaliado em 1,5 milhões de euros, o projecto começou a ser construído em Agosto de 2005 pela empresa portuguesa de construção civil Ensul em Fatumeta, em terrenos doados pela diocese de Díli, e deverá estar concluído no final do ano.

Fernando Maymone Martins, director do Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, e ligado desde o início ao projecto, salientou que a maternidade-escola vai ajudar a combater os elevados índices de mortalidade materna e infantil de Timor-Leste, os mais elevados da Ásia.

Dados das Nações Unidas referem que a taxa de mortalidade infantil em Timor-Leste é de 95 por mil e a mortalidade materna de 800 por 100 mil.

Presidente do Conselho de Administração da Fundação Mater Timor - criada para assegurar a concretização da maternidade-escola, que terá uma área total de 1535 metros quadrados -, Fernando Maymone Martins salientou que o futuro estabelecimento gozará de apoio à manutenção durante cinco a 10 anos.

O projecto será entregue à Congregação das Carmelitas, que tem actualmente duas religiosas a beneficiar de um estágio, de cerca de seis meses, em obstetrícia e técnicas de esterilização.

A concretização do empreendimento, que prevê a prazo a construção de uma segunda maternidade-escola em Baucau, partiu da Fundação Mater Timor, de que são fundadores o Patriarcado de Lisboa, a Conferência Episcopal Portuguesa, as Dioceses de Díli e de Baucau, o Santuário de Fátima, a Associação de Médicos Católicos Portugueses, a Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos e a Rádio Renascença.

O Projecto de Arquitectura esteve a cargo do GERA - Grupo de Estudos de Requalificação Territorial, sob responsabilidade do arquitecto José Luís Loureiro.

A concepção da iniciativa tem em vista não só a construção, equipamento e arranque do funcionamento desta unidade, como a formação dos recursos humanos destinados a assegurar progressivamente o seu funcionamento e gestão com completa autonomia timorense em todos os aspectos.

O lançamento simbólico da primeira pedra realizou-se hoje em Fatumeta, numa cerimónia em que estiveram presentes o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo, o embaixador de Portugal, João Ramos Pinto, e o vice-ministro da Saúde, Luís Lobato.

pub