Cavalos-marinhos criados em cativeiros libertados no Algarve

por Lusa
Cavalos-marinhos criados em cativeiros libertados, no Algarve, por investigadores © Hans Hillewaert - Wikimedia Commons

Investigadores do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) vão libertar esta quinta-feira cavalos-marinhos criados na Estação Marinha do Ramalhete e avaliar os esforços de repovoamento iniciados no ano passado.

Segundo o CCMAR, na década de 2000, “as populações de cavalos-marinhos na Ria Formosa locais atingiam as maiores densidades mundiais”, mas hoje “estas populações locais estão à beira da extinção e o seu habitat – as pradarias de ervas marinhas – apresenta graves sinais de degradação”.

“A situação é altamente preocupante, tendo-se agravado nos últimos anos”, alertam os investigadores.

Assim, o CCMAR e a Fundação Belmiro de Azevedo estão empenhados na conservação do cavalo-marinho da Ria Formosa, através de esforços de repovoamento como o que vai decorrer hoje.

Apesar de protegidas pela CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção), alguns pescadores capturam-nos através de métodos não permitidos, como o mergulho com garrafa e o arrasto de vara.

São vendidos com grande rentabilidade para o mercado asiático que os usa na medicina tradicional ou como meros ornamentos. Mas os perigos para estes seres, que parecem saídos de histórias de encantar, são muitos. A pressão humana na zona de sapal da ria e o número muito elevado de fundeamentos de embarcações está alterar o ecossistema.

O enorme declínio do número de cavalos-marinhos em duas décadas fê-los entrar na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, em 2016. São hoje criados em cativeiro, como forma de preservação das espécies e para eventual necessidade de repovoamento da Ria Formosa.


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