Censos2021. Portugal tem 10.344.802 habitantes, menos 2,1% que há dez anos

por RTP
Rafael Marchante - Reuters

Portugal tem 10.344.802 habitantes e perdeu 217.376 pessoas nos últimos dez anos, uma percentagem de 2,1 por cento que resulta de um saldo natural negativo de 250.066 pessoas, divulgou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística.

Os números, que reveem em baixa os que foram divulgados em julho, constam dos resultados provisórios do Censos2021. A segunda fase de divulgação arrancou esta quinta-feira. 

Para além do saldo natural negativo - ou seja, a diferença entre a natalidade e a mortalidade - por comparação ao último Censo, datado de 2011, houve também um envelhecimento significativo da população: há mais 20,6 por cento de população no país com 65 anos ou mais.

Esta faixa etária representa 23,4 por cento da população portuguesa, revela o INE.

De registar ainda o aumento no desequilíbrio no volume da população dos dois sexos: existe agora um rácio de 90,7 homens por cada 100 mulheres, menos 0,8 pontos do que há dez anos.

Nos últimos dez anos "aumentou a importância relativa da população divorciada", diminuiram os casamentos e há 43,4 por cento de solteiros entre a população residente em Portugal. Mais residentes estrangeiros

Quanto aos agregados famíliares, um terço dos agregados domésticos em Portugal tem duas pessoas e um quarto dos agregados é de pessoas que residem sozinhas. De acordo com o Censos2021, existem 4.149.668 agregados domésticos privados e 5.476 agregados institucionais.

Destaque também para o aumento considerável de população estrangeira a residir em Portugal: mais 40,6 por cento. As pessoas com nacionalidade estrangeira residentes no país representam agora 5,4 por cento do total da população.

À data da realização do Censos2021, residiam em Portugal 555.299 pessoas de nacionalidade estrangeira, um valor superior aos 3,7% verificados em 2011.
Escolarização aumenta
O nível de escolarização em Portugal aumentou significativamente em Portugal e 21,3 por cento da população tem hoje o ensino secundário. É um aumento acentuado em relação aos 11,8 por cento registados em 2011.

Também ao nível do ensino superior houve um crescimento significativo. Os Censos de 2021 apontam que a percentagem de população com cursos superiores passou dos 11,8% para os 17,4%.
Mais casas, mas a menor ritmo

Portugal registou um "ligeiro crescimento" dos edifícios e alojamentos para habitação, mas a "ritmo bastante inferior" ao de décadas anteriores, nota o Censos2021.

"O número de edifícios destinados à habitação é de 3.573.416 e o de alojamentos de 5.981.485, valores que, face a 2011, representam um aumento de 0,8% e 1,7%, respetivamente", revelam os dados provisórios.

O INE sublinha que "o crescimento do parque habitacional entre 2011 e 2021 é significativamente inferior ao verificado na década anterior, quando os valores se situavam na ordem dos 12% para edifícios e os 16% para alojamentos".

Dos alojamentos em Portugal, 70 por cento são ocupados pelo proprietário, ainda que o arrendamento tenha aumentado 16 por cento face a 2011.
"Padrões de litoralização" acentuam-se
De acordo com o Censos2021, cerca de metade da população residente em Portugal está concentrada em apenas 31 municípios. Os desequilíbrios na distribuição da população pelo território "acentuaram-se", constata o INE.

"A evolução demográfica da última década ao nível do município permite verificar que os territórios localizados no interior do país perdem população e que os municípios que registam um crescimento populacional se situam predominantemente no litoral", adianta.

Além disso, segundo os dados, verifica-se "uma concentração" em redor de Lisboa e na região do Algarve.

"Acentuaram-se, desta forma, os padrões de litoralização do país e o movimento de concentração da população junto da capital, fenómenos que se têm vindo a reforçar nas últimas décadas", refere o INE.

Oleiros, no distrito de Castelo Branco, Alcoutim (Faro) e Almeida (Guarda), são os municípios portugueses com a população mais envelhecida, enquanto Ribeira Grande e Lagoa, nos Açores, e Santa Cruz (Madeira) são os mais jovens.

(com Lusa)
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