Comando da NATO de Oeiras desce a comando naval

O comando da Aliança Atlântica instalado em Oeiras vai perder importância. De acordo com vários órgãos de comunicação social a decisão está tomada e só não será anunciada este fim-de-semana por uma questão de cortesia para com Portugal, que é o anfitrião desta reunião da NATO. O primeiro-ministro José Sócrates diz por seu lado estar "absolutamente convencido" que Portugal irá manter o comando de Oeiras.

RTP /
O destino do comando de Oeiras não fez parte das conversas entre as altas patentes militares presentes em Lisboa António Cotrim, Lusa

A notícia foi avançada pelo jornal espanhol El País e pela Rádio Renascença, que citam fontes militares e políticas: o comando português descerá na hierarquia quando se der a reforma das estruturas prevista até Junho de 2011. Nessa altura, o comando de Oeiras passará a comando naval com uma estrutura mais pequena e com menos meios humanos, garantem.

De acordo com o El País, Oeiras deixará de ser um comando regional para passar a acolher o comando naval actualmente instalado em Nápoles, Itália. Para não embaraçar o Governo português – contrário a esta alteração - a decisão não será anunciada durante a cimeira de Lisboa.

No entanto, em declarações aos jornalistas à entrada do segundo dia de trabalhos da cimeira, o primeiro-ministro português manifestou-se "absolutamente convencido e tenho motivos para dizer que vamos manter a bandeira NATO, o comando da NATO aqui em Lisboa".

O Governo português não tem "nenhum motivo para duvidar que Portugal vai continuar a ter a sua bandeira NATO no seu território", afirmou José Sócrates antes de entrar na FIL, explicando que "somos um país fundador, o nosso comando é um comando muito eficiente, muito preparado".

Santos Silva quer manter comando de Oeiras
No final do primeiro dia de cimeira, também o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, já se havia mostrado convicto de que Portugal não vai perder o comando da NATO que funciona em Oeiras.

Santos Silva adiantava que a reestruturação da cadeia de comando não fará parte da declaração final do encontro de Lisboa, sustentando que as hipóteses de Portugal manter o comando em Oeiras são "todas", convicção reforçada pelos contactos que manteve "ao mais alto nível".

"As nossas chances, as nossas hipóteses são todas, até porque a decisão sobre a nova estrutura de comandos será uma decisão tomada por consenso, por consenso dos 28 aliados, é esse o método de decisão na Aliança Atlântica", sublinhou Santos Silva, após o jantar de trabalho dos ministros da Defesa.

Santos Silva garantiu ainda que quando chegar o momento da decisão, "Portugal tem argumentos suficientes para defender a utilidade para a NATO da manutenção de um comando em território português".

"Os contactos que fomos tendo ao longo deste processo, que continuamos a ter, a qualidade dos nossos argumentos e da nossa participação levam a que eu esteja convicto de que Portugal vai atingir o seu objectivo quando se tratar da localização geográfica dos comandos”, afirmou o governante, para deixar claro que o “objectivo é continuar a ter uma bandeira da NATO num comando da NATO em Portugal".
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