País
Constrangimentos nos hospitais. O que contempla o "plano de contingência" do Governo?
A ministra da Saúde anunciou um "plano de contingência" para resolver a falta de médicos nas urgências hospitalares do país e que abrange os meses de verão - junho, julho, agosto e setembro. A decisão é avançada numa altura em que hospitais de todo o país se têm visto forçados a encerrar serviços de urgência, em especial os de obstetrícia/ginecologia, por falta de profissionais.
O plano de contingência terá um “funcionamento mais articulado, antecipado e organizado das urgências em rede do Serviço Nacional de Saúde. Eventualmente também com o acautelamento de questões remuneratórias associadas”, detalhou Marta Temido na segunda-feira.
O Governo não quer que os hospitais voltem a passar pelo sufoco do fim de semana e, por isso, no curto prazo vão ser contratados todos os médicos especialistas possíveis. "Tudo faremos" para evitar "situações do tipo daquelas que vivemos nos últimos dias, em termos de perturbação da tranquilidade social" em relação ao funcionamento do SNS, afirmou Marta Temido.
“Há um concurso para a contratação de recém-especialistas para ser aberto esta semana. Essa é a primeira iniciativa. Infelizmente não temos para contratar tantos recém-especialistas quanto gostaríamos. E infelizmente, de facto as condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde são pesadas e nós reconhecemos isso”, admitiu Marta Temido.
As declarações seguiram-se a uma longa tarde de reuniões entre a ministra, diretores clínicos de vários hospitais da região de Lisboa, sindicatos e Ordem dos Médicos.
A ministra reconheceu que o problema do encerramento das urgências de obstetrícia se intensificou nos últimos dias, e que esse não é "um problema de hoje", que se prende com as escalas de urgência nas especialidades de ginecologia e obstetrícia, e que tem acontecido no passado e em momentos específicos, como no Natal.
Para que possam ser ultrapassados estes constrangimentos, são necessárias "respostas estruturais", desde logo "a contratação de todos os especialistas que acedam ser contratados pelo Serviço Nacional de Saúde ", acrescentou Temido.
O Governo vai também "olhar para a formação de recursos na área da ginecologia e obstetrícia", referiu a responsável. "Nesta primeira época teremos formados só mais 28 especialistas".
Ministra “não tem noção da gravidade da situação”, aponta sindicato
No final da reunião com Marta Temido na segunda-feira, os sindicatos dos médicos vieram defender mais investimento no SNS e a contratação de mais médicos para resolver problemas como a falta de especialistas em urgências.
"Não me pareceu que a ministra estivesse tão ciente que isto não é um problema pontual, é um problema estrutural", disse Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, acrescentando que a ministra "não tem a noção da gravidade da situação nos serviços de obstetrícia", que se estende também à medicina interna, anestesiologia, e "um pouco por todo o SNS".
Na última sexta-feira, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo alertou para constrangimentos no funcionamento dos serviços de obstetrícia e ginecologia, até hoje, em vários hospitais na região de Lisboa.
Nesse dia, foi noticiado o caso de uma grávida que perdeu o bebé alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha, o que levou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste a abrir um inquérito e a participar a situação participando à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
O Governo não quer que os hospitais voltem a passar pelo sufoco do fim de semana e, por isso, no curto prazo vão ser contratados todos os médicos especialistas possíveis. "Tudo faremos" para evitar "situações do tipo daquelas que vivemos nos últimos dias, em termos de perturbação da tranquilidade social" em relação ao funcionamento do SNS, afirmou Marta Temido.
“Há um concurso para a contratação de recém-especialistas para ser aberto esta semana. Essa é a primeira iniciativa. Infelizmente não temos para contratar tantos recém-especialistas quanto gostaríamos. E infelizmente, de facto as condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde são pesadas e nós reconhecemos isso”, admitiu Marta Temido.
As declarações seguiram-se a uma longa tarde de reuniões entre a ministra, diretores clínicos de vários hospitais da região de Lisboa, sindicatos e Ordem dos Médicos.
A ministra reconheceu que o problema do encerramento das urgências de obstetrícia se intensificou nos últimos dias, e que esse não é "um problema de hoje", que se prende com as escalas de urgência nas especialidades de ginecologia e obstetrícia, e que tem acontecido no passado e em momentos específicos, como no Natal.
Para que possam ser ultrapassados estes constrangimentos, são necessárias "respostas estruturais", desde logo "a contratação de todos os especialistas que acedam ser contratados pelo Serviço Nacional de Saúde ", acrescentou Temido.
O Governo vai também "olhar para a formação de recursos na área da ginecologia e obstetrícia", referiu a responsável. "Nesta primeira época teremos formados só mais 28 especialistas".
Ministra “não tem noção da gravidade da situação”, aponta sindicato
No final da reunião com Marta Temido na segunda-feira, os sindicatos dos médicos vieram defender mais investimento no SNS e a contratação de mais médicos para resolver problemas como a falta de especialistas em urgências.
"Não me pareceu que a ministra estivesse tão ciente que isto não é um problema pontual, é um problema estrutural", disse Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, acrescentando que a ministra "não tem a noção da gravidade da situação nos serviços de obstetrícia", que se estende também à medicina interna, anestesiologia, e "um pouco por todo o SNS".
Na última sexta-feira, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo alertou para constrangimentos no funcionamento dos serviços de obstetrícia e ginecologia, até hoje, em vários hospitais na região de Lisboa.
Nesse dia, foi noticiado o caso de uma grávida que perdeu o bebé alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha, o que levou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste a abrir um inquérito e a participar a situação participando à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.