"Contactei anterior colega e mandei e-mail". Advogado oficioso ainda não falou com Sócrates

O julgamento da Operação Marquês prossegue esta quarta-feira, agora com um advogado oficioso a representar José Sócrates. A defesa fez "diligências" para contactar o cliente, mas sem sucesso até agora.

Inês Moreira Santos - RTP /
Miguel A. Lopes - Lusa (arquivo)

O antigo primeiro-ministro tem José Ramos como advogado oficioso desde terça-feira. Mas a defesa de Sócrates ainda não conseguiu falar com o cliente.

"Se o engenheiro José Sócrates tiver constituído um advogado, eu sairei e ele ficará com o advogado que constituir", afirmou à entrada do tribunal, esta quarta-feira de manhã.

Reafirmando que ainda não teve qualquer contacto com o cliente, o advogado oficioso admitiu que fez "diligências para o contactar".

"Contactei o anterior colega e mandei-lhe um e-mail" durante a noite, sem ter obtido resposta.


Questionado sobre se acredita que o tribunal pode conceder um prazo para, pelo menos, consultar os autos, o advogado considerou que "ainda é recorrível".

"Ainda se pode fazer aqui algumas coisas, mas não sei", acrescentou. "Mas terá de ser analisado com mais calma".
Pedro Delille renunciou na terça-feira à defesa de Sócrates, alegando não querer participar em "julgamentos a brincar".O tribunal ordenou a nomeação de um advogado oficioso para assegurar a defesa do ex-governante.

Pedro Delille representava José Sócrates sensivelmente desde que o antigo primeiro-ministro (2005-2011) foi detido no aeroporto de Lisboa, em novembro de 2014.

Para representar o ex-governante foi então nomeado José Ramos, que, na sua primeira intervenção na audiência de terça-feira, pediu 48 horas para consultar o processo. O requerimento foi rejeitado pela presidente do coletivo de juízes, Susana Seca, com o argumento de que a Operação Marquês é um processo urgente e de que o prazo seria "manifestamente insuficiente" para ficar a conhecer os autos.
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