Costa afirma que Rio quer fingir que é diferente do PSD de Passos

por Lusa
António Costa explicou o que fez o seu Governo e o que herdou de Passos Coelho Miguel A. Lopes-Lusa

O secretário-geral do PS acusou a atual direção social-democrata, liderada por Rui Rio, de pretender fingir que é diferente politicamente da de Pedro Passos Coelho, apontando como exemplo de continuidade a questão do salário mínimo.

Esta crítica ao PSD foi feita por António Costa no comício que se realizou no Theatro Circo, em Braga, depois de intervenções do presidente da federação, Joaquim Barreto, do dirigente Hugo Pires, da soprano e diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, Elisabete Matos, e do cabeça de lista por este círculo, o secretário-geral adjunto do partido, José Luís Carneiro.

"Temos memória e lembramo-nos de quando fizemos o primeiro aumento do salário mínimo nacional, com o PSD a dizer que ia ser uma tragédia para a economia, que as empresas iam falir e disseram que vinha aí o Diabo. Mas lutámos tanto que o Diabo não veio e o que veio foi mais emprego e mais crescimento", afirmou.

De acordo com António Costa, "a atual direção do PSD quer fingir que é diferente da anterior, mas convém salientar que eles não mudaram e pensam exatamente o mesmo daquilo que praticaram no passado".

"O ano passado, com as famílias a atravessarem um momento de maior dificuldade com a crise da pandemia da covid-19, o Governo aumentou o salário mínimo e o PSD foi contra. Este ano, quando voltámos a aumentar o salário mínimo, o PSD foi outra vez contra. E quando dizemos que vamos continuar a aumentar o salário mínimo, o PSD diz que logo se verá se há condições", declarou.

Em jeito de conclusão, o secretário-geral do PS considerou que, "quem não quer subir o salário mínimo menos ainda pretende subir o salário médio".

Costa diz que na governação PS ganha ao PSD em todos os pontos de comparação

O líder socialista defendeu também que, em termos de governação, o PS ganha "em todos os pontos de comparação" ao PSD, afirmando que, durante o seu Governo, geriu "melhor as finanças públicas" e teve "melhores resultados orçamentais".

"Nós não temos medo da comparação e em todos os pontos de comparação, nós ganhamos. Nós gerimos melhor as finanças públicas e tivemos melhores resultados orçamentais, nós gerimos melhor a economia e a economia cresceu sete vezes mais do que tinha crescido nos 15 anos anteriores, nós gerimos bem a economia para as pessoas e com as pessoas e, por isso, a taxa de desemprego é metade daquela que era", frisou António Costa.

Antes de fakar em Braga o primeiro-ministro falou num comício no Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo.

Numa sala cheia, que, no início do discurso cantou "Costa, amigo, Viana está contigo", o líder do PS, à semelhança do que tem feito durante a campanha, comparou a taxa de desemprego, o valor do salário mínimo ou a taxa de abandono escolar entre 2015, quando substituiu Pedro Passos Coelho na liderança do Governo, com a atual.

António Costa afirmou ainda que, em 2015, "a taxa de juro que o país pagava pela sua dívida era superior aos 4%", sublinhando que as políticas que o seu executivo introduziu fizeram com que os juros fossem "baixando, baixando, baixando".

Contrariando assim o que disse ser a retórica da direita quando tomou posse - que anunciou que "o diabo" viria e que o seu Governo ia "pôr em causa a credibilidade internacional do país" -, António Costa frisou que o seu Governo poupou "só ao Estado três mil milhões de euros por ano" a menos devido à dívida.

"Mas se somarmos àquilo que o Estado poupa, o que as famílias poupam com a redução da taxa de juro, o que as empresas poupam com a redução da taxa de juro, é simples, são sete mil milhões de euros por ano, quase metade da 'bazuca', que hoje se poupa graças à credibilidade internacional que o país reconquistou", disse.


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