Defesa diz que transporte de doente demorou duas horas, INEM fala em "decisão médica conjunta"

Em resposta à RTP, o INEM adianta esta segunda-feira que "o transporte por via aérea do utente foi uma decisão médica conjunta, entre a médica do Hospital da Covilhã, o médico do INEM e médica da Força Área Portuguesa". Já o Ministério da Defesa refere, em comunicado, que o transporte do doente ocorreu em apenas duas horas.

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Foto: João Marques - RTP

De acordo com o INEM, a decisão teve em consideração "os critérios clínicos do utente, os meios e recursos disponíveis e melhor habilitados a dar uma resposta naquele momento, e outras variáveis com impacto no estado clínico do utente".

O Instituto Nacional de Emergência Médica garante, em resposta à RTP, que "o utente teve acesso a cuidados de saúde altamente diferenciados, através das equipas médicas envolvidas, desde a ativação da emergência médica pré-hospitalar até admissão no hospital de destino, em Coimbra"

Em causa está o caso de um doente de 49 anos com um traumatismo craniano que levou várias horas desde o acidente até ser transferido da Covilhã para Coimbra de helicóptero. 

O único aparelho da Força Aérea que estava disponível para fazer o transporte era demasiado grande e não podia aterrar nos heliportos dos hospitais, mas apenas em aeródromos.

Mas o Ministério da Defesa assegura agora que o transporte do doente levou apenas 2h15. 
"Desde que o helicóptero descolou do Montijo até que entregou o doente em Coimbra decorreram 02:15, com tempo de espera do doente incluído", adiantou o Ministério em comunicado.

O Ministério liderado por Nuno Melo acrescenta que o helicóptero que fez o transporte do doente entre a Covilhã e Coimbra "descolou do Montijo às 22:05 e aterrou em Castelo Branco às 23:20". 

O aparelho "desligou motores pois esteve ainda à espera do doente", acrescenta, tendo depois descolado de Castelo Branco às 23h40 e aterrado em Coimbra às 00h20, hora a que entregou o doente.

Horas antes deste esclarecimento por parte da Defesa, o Ministério da Saúde remetia para o INEM quaisquer esclarecimentos sobre o caso

"Estes esclarecimentos têm sido prestados pelo INEM", afirmou o gabinete de comunicação da ministra da Saúde, Ana Paula Martins. 

Também o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, remeteu para o INEM a responsabilidade no transporte de doentes, sublinhando que "a transferência hospitalar não é da competência da direção executiva".
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