Jacques Rodrigues foi detido esta quinta-feira por suspeitas de corrupção, fraude fiscal, burla qualificada e insolvência dolosa. A Polícia Judiciária, através da Unidade de Combate à Corrupção e no quadro de um inquérito titulado pelo DIAP de Sintra, fez oito buscas domiciliárias e outras 24 não domiciliárias.
Operação "Última Edição". Dono do Grupo Impala detido por suspeitas de corrupção
Em comunicado, a PJ adiantou ter realizado uma operação policial visando a execução de 32 mandados de busca - oito domiciliárias e 24 não domiciliárias - em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal.
Esta operação visou a "recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de atividades criminosas fortemente indiciadoras da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos".
"Desvio de valores"
Além das buscas domiciliárias, as autoridades realizaram seis diligências em "empresas com atividade no domínio da Comunicação Social, quatro em Sociedades/Gabinetes de Revisores Oficiais de Conta e uma em escritório de Advogado"."Desvio de valores"
Designada "Última Edição", esta operação contou com a colaboração de diversas unidades nacionais e visa "um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da asulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas". Segundo a Judiciária, este plano prejudica, entre outros, o Estado num valor total de cerca de 100 milhões de euros.
"Acresce a forte indiciação do desvio de valores com origem nas estruturas societárias, para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros", é ainda indicado.
"Acresce a forte indiciação do desvio de valores com origem nas estruturas societárias, para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros", é ainda indicado.
A RTP apurou entretanto que os detidos são suspeitos de orquestrar uma forma de evitar o pagamento de salários e impostos, negociando com o Fisco e com a Segurança Social, mas enquanto isso decorria terão dissipado e ocultado património para evitar o pagamento de dívidas. Tê-lo-ão feito de várias formas, através da alegada venda fictícia de imóveis e viaturas, de transferências para terceiros e para contas no exterior do país.
Ainda de acordo com a polícia de investigação criminal, os detidos vão ser agora presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Sintra para o primeiro interrogatório judicial, visando a aplicação de medidas de coação.
Ainda de acordo com a polícia de investigação criminal, os detidos vão ser agora presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Sintra para o primeiro interrogatório judicial, visando a aplicação de medidas de coação.
A Impala, que detém as revistas Nova Gente e Maria, viu o Juízo de Comércio de Sintra declarar, em outubro, a insolvência da Descobrirpress, de Jacques Rodrigues. O grupo Impala tinha há vários anos litígios em tribunal por créditos salariais devidos a ex-trabalhadores.