Doze portugueses retidos na Tailândia aguardam voo para Portugal

A situação na Tailândia continua a agravar-se. Os dois aeroportos de Banguecoque estão fechados o que faz com que milhares de turistas, entre eles 12 portugueses, estejam retidos na capital tailandesa. O primeiro aeroporto encerrou há três dias e ontem o aeroporto internacional foi bloqueado pelos manifestantes que exigem a demissão do primeiro-ministro.

Cristina Sambado, RTP /
Voos cancelados no aeroporto internacional de Banguecoque Rungroj Yongrit/EPA

Os 12 turistas portugueses já deveriam ter regressado a Portugal, mas devido aos bloqueios perderam os seus voos.

Hoje as companhias aéreas começaram a retirar passageiros em dificuldades a partir de uma base naval. Fonte da secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas revelou à RTP que está a tentar junto dessas companhias o embarque dos 12 cidadãos nacionais.

A mesma fonte afirmou que além destes 12 turistas portugueses estão na Tailândia mais 10 turistas nacionais que têm o regresso marcado para o próximo dia 7 de Dezembro.

Em declarações à RTP, o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, revelou “que na Tailândia residem cerca de 50 portugueses”.

Dada a situação de instabilidade que se vive no país, o Governo português desaconselha, neste momento, qualquer viagem para a região.

Declarado estado de emergência nos dois aeroportos

O primeiro-ministro tailandês, Somchai Wongswat, decretou, ontem à noite, o estado de emergência na zona dos dois aeroportos de Banguecoque - Don Mueang, o aeroporto doméstico e Suvarnabhumi, o internacional - e deu ordens à polícia para assumir o controlo dos dois locais com o apoio do exército.

Entretanto, a capital do país continua num impasse, com os militares a negarem qualquer intervenção e as forças policiais a manifestarem receio de que uma intervenção se transforme num banho de sangue com confrontos entre manifestantes e polícia.

As autoridades policiais estimam que cerca de 4.000 apoiantes da Aliança do Povo para a Democracia (PAD) estejam a ocupar o aeroporto internacional, enquanto no aeroporto doméstico, em cujas imediações está instalado o gabinete provisório do Governo, não estarão mais de 2.500.

Para major general Piya Sorntrakoon, comandante policial, primeiro será tentada a via do diálogo já que a prioridade é a negociação e não o confronto.

"A prioridade é negociar (com os manifestantes) e não reprimi-los imediatamente, somos todos tailandeses", afirmou.

No entanto, a polícia parece estar sozinha em todo este processo uma vez que o exército se opõe a qualquer acção de força o que contribui para aumentar a tensão entre o Executivo de Somchai Wongswat e os militares.

Manifestantes dispostos a lutar até à morte

Os cerca de 6.500 apoiantes da Aliança do Povo para a Democracia, que estão a ocupar os dois aeroportos de Banguecoque, prometeram “lutar até à morte” neste protesto contra o primeiro-ministro.

Em declarações aos jornalistas no aeroporto de Don Mueang, Somsak Kosaisuk, um dos principais líderes do protesto contra o Governo afirmou: “Nós não estamos com medo. Vamos lutar até à morte, não nos vamos render e estamos prontos".

Durante a madrugada, os manifestantes concentrados no aeroporto internacional de Suvarnabhumi, temiam um assalto policial pelo que estabeleceram um cordão de segurança e bloquearam algumas estradas de acesso ao aeroporto.

Os manifestantes ocupam além dos dois aeroportos a sede oficial do governo em Banguecoque, desde 26 de Agosto.

A Aliança do Povo para a Democracia é um movimento cívico liderado por empresários e militares considerados a elite da capital tailandesa que tem dominado o poder e os negócios no país.

Em 2006, esteve na origem dos protestos que levaram o exército a encetar o golpe de Estado para derrubar o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.
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