Educação. Sindicatos criticam "acordozinhos" do Governo. Executivo vê "saldo positivo" após negociações

por RTP
António Pedro Santos - Lusa

Ao fim de mais de cinco horas, a reunião entre o Governo e 12 sindicatos da educação terminou sem acordo. No final, os sindicatos mostraram-se insatisfeitos com os "acordozinhos" propostos pelo Governo em várias temáticas e pela ausência de documentos oficiais com as alterações. Já o executivo considera que há um "saldo positivo" a retirar do encontro desta quinta-feira.

O Ministério da Educação esteve reunido esta quinta-feira com 12 sindicatos do setor. No final, Mário Nogueira, da Fenprof, considerou que a proposta do Governo em relação ao tempo de serviço é nula e que há muitas questões sem resposta.

O responsável acusou o executivo de procurar chegar a "acordozinhos", sendo que os sindicatos pretendem um acordo global.

Segundo Mário Nogueira, os sindicatos sublinharam que as propostas foram apenas verbalizadas e que o Ministério da Educação prometeu que irá apresentar um documento "de grande complexidade".

André Pestana, do S.TO.P, denunciou a "intransigência negocial" por parte do Governo e salientou que são necessários documentos oficiais com as promessas feitas.

Numa altura em que centenas de professores continuavam em protesto junto ao Ministério da Educação, o dirigente do S.TO.P acusou o Ministério da Educação ter apresentado oralmente as propostas.

Diz que esta é uma situação "surreal" porque houve mudanças na proposta do executivo mas o documento em causa ainda não é conhecido.

Já o secretário de Estado da Educação, que representou o Governo nas reuniões com os sindicatos, considerou que o balanço é positivo e considera que a vinculação de mais de 10 mil professores já este ano merece um acordo.

António Leite destaca que os avanços na reunião de hoje "foram reconhecidos pelos vários organismos sindicais que estavam presentes".

Questionado sobre as declarações de Mário Nogueira, da Fenprof, que criticou os "acordozinhos" propostos pelo Governo, o secretário de Estado salienta que este é um processo negocial "difícil e complexo" e que a situação atual é "melhor" do que a que existia anteriormente.

"Haverá um documento legal que será apresentado, a nossa esperança é que consigamos chegar a um acordo específico sobre este assunto", vincou António Leite.

O governante nega ainda a tentativa de dividir o protesto por parte dos professores.
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