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Enfermeiros especialistas voltam a parar nos blocos de parto

por RTP
Fabrizio Bensch - Reuters

O movimento dos enfermeiros especialistas anunciou o regresso aos protestos a partir das 8h00 desta quinta-feira nos blocos de parto.

Segundo Bruno Reis, porta-voz do movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia, trata-se de um regresso ao protesto que decorreu em julho e que tinha sido interrompido para negociações com o Governo.

“A suspensão vai acontecer nos mesmos moldes do que aconteceu dia 3 de julho. É uma suspensão que vai ser reativada, foi suspensa a 24 de julho quando se deu o início das negociações. Existiram cinco reuniões técnicas. Existe em cima da mesa um ACT que está a ser trabalhado, que está a ser moldado, para eventualmente ser aplicado. Mas há aqui uma falha do compromisso político e uma falha na resposta que foi solicitada na passada quarta-feira”, afirmou Bruno Reis, porta-voz do movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia.

No início de julho, os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia tinham iniciado um protesto que se traduziu na suspensão de funções especializadas. Na prática, os enfermeiros trabalhavam mas não realizavam as funções de especialista.

Bruno Reis adiantou que os enfermeiros decidiram parar as funções de especialistas pelas quais não são ainda remunerados por "falta de resposta política do Governo", já a partir da manhã de quinta-feira.

Segundo Bruno Reis, “passado uma semana a resposta não veio, não houve nem há, visível aproximação politica de definir que esta é a solução. E como tal os enfermeiros do norte ao sul do país, que tinham feito a suspensão no dia 24 de julho, informaram na passada segunda-feira os conselhos de administração e o ministro, que se hoje não houvesse essa resposta política, amanhã retomariam a suspensão de funções de cuidados especializados”.

Estes enfermeiros recordam que "estão a exercer funções além das previstas nos seus contratos de trabalho e que da manutenção dessas funções depende o funcionamento dos serviços de obstetrícia, onde se incluem consultas de vigilância da gravidez, blocos de partos, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez ou cursos de preparação para a parentalidade".

Os enfermeiros especialistas exigem a criação de uma categoria específica na carreira, bem como a respetiva remuneração pelas funções especializadas que desempenham.
Ordem apoia protesto
A Ordem dos Enfermeiros apoia a greve geral de cinco dias, a realizar-se em setembro, e o reinício já esta quinta-feira do protesto dos Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, o qual entende que deve estender-se também às restantes especialidades.

Num comunicado enviado às redações, a Ordem dos Enfermeiros afirma que “o ministro da Saúde perdeu a oportunidade de honrar a sua palavra”

“A Ordem dos Enfermeiros está ao lado dos sindicatos que vão convocar a greve geral de cinco dias em setembro. Apoiamos também os enfermeiros especialistas que retomam amanhã o protesto. Entendemos que todos os enfermeiros têm mais do que razões para aderir a esta greve”, defende a Bastonária Ana Rita Cavaco.

A Ordem encontra-se já a preparar a impugnação da homologação do Parecer da Procuradoria-Geral da República por considerar que foi elaborado com base em informações erradas fornecidas pelo ministro da Saúde. “Vamos defender os especialistas até às últimas consequências”, garante a Bastonária.

Segundo o comunicado, “a Ordem dos Enfermeiros lamenta igualmente que os enfermeiros tenham sido os únicos profissionais de Saúde excluídos da renegociação da carreira e dos vencimentos”.

“Foram ontem retomadas as negociações do Orçamento do Estado e para nós fica claro que o senhor primeiro-ministro quer ignorar os enfermeiros”, remata Ana Rita Cavaco.

C/Lusa
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