Entrevista à RTP. Representante da Palestina em Portugal esperava "palavras de empatia" de Marcelo
O chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal diz que esperava "palavras de empatia" do presidente da República.
Nesta entrevista exclusiva à RTP, Nabil Abuznaid afirma que mantém o respeito por Marcelo Rebelo de Sousa e refere que o chefe de Estado não o contactou após as declarações polémicas.
"Eu esperava palavras de empatia do presidente da República sobre os dez mil palestinianos civis que foram mortos em Gaza", conta.
Nabil Abuznaid acusa a Europa de não estar a fazer o suficiente e não
estar a desempenhar o papel de mediador, exclusivamente desempenhado
pelos Estados Unidos, que considera querer "gerir a guerra" depois de terem
gerido o conflito.
“Esperava mais envolvimento da Europa na ajuda humanitária, que não ficasse tanto à margem", afirma.
O embaixador pede à Europa que tenha uma posição mais interventiva para
acabar com o conflito e considera que a paz só será possível com
reconhecimento internacional do Estado da Palestina.
"A comunidade internacional deve agir, a Europa tem responsabilidades, a Europa apoia a solução dos dois Estados, são parceiros e está mais perto do Médio Oriente", defende.
Por fim, o diplomata confessa ter "esperança" numa coexistência futura lado-a-lado entre israelitas e palestinianos: "digo-lhe com toda a certeza que as ocupações não têm longa duração e isto vai acabar. Os palestinianos serão livres".