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Entrevista. Manuel Pinho admite pagamentos do GES que lhe "eram devidos"

por RTP

Foto: Paulo Domingos Lourenço - RTP

Manuel Pinho diz que não tem medo de ser condenado. Em entrevista exclusiva à RTP, o antigo ministro da Economia admite que recebeu pagamentos do Grupo Espírito Santo enquanto era ministro do Governo de José Sócrates. Mas insiste que o dinheiro lhe era devido. Pela primeira vez desde que está em prisão domiciliária, aceitou dar uma entrevista sobre o processo EDP.

"É duro, como se pode imaginar", afirma Manuel Pinho face a 16 meses de prisão domiciliária, numa investigação que já leva 11 anos em relação a supostos favorecimentos no processo EDP.

"Estou em prisão domiciliária por causa do risco de fugir", mas não há provas de que o quisesse fazer, como começar "a fechar contas bancárias", acrescenta o antigo ministro da Economia.

Quanto à acusação, fala que terá agora uma boa oportunidade de ir a tribunal para se defender.

Quanto aos dinheiros que recebeu do GES, já enquanto ministro da Economia, Manuel Pinho fala de uma avença com o grupo ligado a Ricardo Salgado com valores que lhe eram devidos: 1,2 milhões de euros.

Em relação a 15 mil euros que continuaria a receber (mensalmente) já enquanto membro do Governo, Pinho diz que deu ordens para que qualquer valor fosse suspenso enquanto tivesse funções públicas, o que não terá acontecido. Manuel Pinho remete, no entanto, a questão para um problema de legalidade e que as verbas pagas respeitavam ao passado.

"Não era" próximo de Ricardo Salgado, garante o antigo ministro. "Não tinha [relações com Ricardo Salgado], não tive e não tenho".
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