Estudo sobre prostitutas brasileiras pode ser alargado a outras nacionalidades

O estudo que o Governo está a fazer para traçar o perfil das prostitutas brasileiras em Portugal poderá ser alargado a mulheres de outras nacionalidades, admitiu hoje a oficial de ligação do Ministério da Administração Interna ao Brasil.

Agência LUSA /

"Se houver sucesso e se se chegar a um perfil das mulheres brasileiras em situação de alterne e prostituição, o estudo poderá ser alargado a todas as m ulheres que pratiquem essas actividades", disse à agência Lusa Isabel Burke.

De acordo com a responsável, por enquanto este estudo visa apenas as mu lheres brasileiras porque vem na sequência de um trabalho que tem sido desenvolv ido pelos governos português e brasileiro no âmbito do combate ao tráfico de ser es humanos.

"Existe um trabalho feito com as autoridades brasileiras há cerca de tr ês anos, há já estudos brasileiros e foram realizados dois seminários luso-brasi leiros. Uma das conclusões desses seminários diz que deverão ser efectuados estu dos para desenhar o perfil das mulheres brasileiras que se dediquem à prostituiç ão ou ao alterne", explicou.

De acordo com a responsável, o objectivo do estudo é determinar quem sã o essas mulheres, porque é que vieram para Portugal, se pretendem ficar, como é que vieram, quem lhes pagou a viagem, se são vítimas de tráfico ou se são só imi grantes que trabalham na prostituição ou em casas de alterne.

Os resultados irão permitir às autoridades portuguesas e brasileiras fa zerem um trabalho de prevenção nos países de origem e de destino.

"É um estudo positivo. A ideia não é ir atrás delas com acções repressi vas. É mais um trabalho de prevenção", disse.

"Vamos tentar perceber o que é que podemos fazer para as ajudar a integ rar e vamos também tentar encontrar soluções se precisarem de ajuda", explicou I sabel Burke, adiantando que essas soluções podem passar pelo retorno voluntário ou pelo reagrupamento familiar, entre outros.

Nesse sentido, elementos da GNR, PSP e Serviço de Estrangeiros e Fronte iras (SEF) realizam inquéritos junto dessas mulheres quando desenvolvem operaçõe s de fiscalização a casas de alterne ou quando são detectadas práticas de prosti tuição.

Dos questionários que já aplicou, Isabel Burke garante que "todas colab oraram sem qualquer hesitação".

Contudo, a responsável afirma ter conhecimento de casos em que as mulhe res recusaram responder ao inquérito.

A idade, o estado civil, a cidade de origem, o motivo porque veio para Portugal, se foi aliciada para vir, como pagou a viagem, o percurso que fez para chegar, se teve de entregar os documentos, se tem dívidas e se quer voltar para país de origem são algumas das questões deste inquérito, elaborado em português do Brasil para que as mulheres "entendam bem as perguntas", disse Isabel Burke.

Sublinhando que a resposta aos inquéritos é voluntária, a responsável r ealçou ainda que não serão dadas regalias a quem colaborar, ao contrário do que refere a imprensa de hoje.

"Responder ao inquérito não significa ficar com a situação resolvida (s e estiver ilegal), tal como não quer dizer que seja afastada do país de imediato ", exemplificou.

O estudo, proposto pelo SEF ao MAI, começou a ser feito há um mês e deve terminar em Março.

PUB