País
Ex-ministro das Finanças acredita numa redução da inflação "sem grande dor para a economia"
Uma redução da inflação "sem grande dor para a economia". É a forma como João Leão, antigo ministro das Finanças olha para a conjuntura atual no nosso país. O convidado desta semana do programa Conversa Capital, da Antena 1 e Jornal de Negócios, aborda nesta entrevista temas que vão desde os aumentos das taxas de juros, a atuação do BCE, as tendências da economia nacional onde a redução do IVA não é esquecida, mas também a questão dos ISP e da TAP.
Mercados vão estabilizar
Explica que atualmente os preços na produção ainda estão elevados porque ainda estão a refletir os aumentos do trimestre passado do gás e da eletricidade, mas com a redução que se verifica atualmente nos mercados internacionais, dentro de 4 a 6 meses, os efeitos já se vão fazer sentir na economia e na redução dos preços.
Mais calmas em relação às taxas
A manter-se esta tendência nos mercados internacionais do gás e da eletricidade, será possível ao BCE "ter mais calma na subida das taxas de juro" e assistir-se a uma "desinflação sem dor", ao contrário do que iria acontecer apenas com a política levada a cabo pelo BCE.
Inflação vai baixar
Para além da redução dos preços da energia, o antigo ministro das Finanças aponta ainda como positivo o facto das expetativas de inflação na zona euro se manterem estáveis, o que leva a crer que será possível a inflação voltar para perto dos dois por cento, com "uma aterragem suave, sem grande dor na economia".
Subida juros "muito rápida e brutal"
João Leão considera que a subida das taxas de juro pelo BCE tem "sido muito rápida" e "brutal" com efeitos na economia e no sistema financeiro que ainda são imprevisíveis.
Banco Central Europeu
João Leão adianta que será sobretudo pela redução dos preços do gás e da eletricidade que se vai sentir o impacto na redução da inflação.
Tendências
A expectativa é que a inflação desça para perto dos 3 por cento no final deste ano, e que caminhe para os 2 por cento em 2024.
Acompanhar impacto da redução enregia
E, com uma redução nos preços das matérias-primas, as empresas têm agora mais margem para melhorar salários
Reposição do ISP
No mesmo sentido admite que venha a ser reposto o nível de tributação nos combustíveis.
Mais apoio às familias
Esta medida deve ser temporária, defende, não se deve prolongar por mais de 6 meses.
Redução do IVA é argumento político
O atual vice-reitor do ISCTE admite que a opção por esta medida de redução do IVA, mais do que o seu efeito prático, tenha assentado num argumento político de ganho de popularidade.
TAP
Em relação à TAP, João Leão - que à data era ministro das Finanças - reitera que não teve conhecimento da negociação de cessação contratual e pagamento de indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis. E rejeita falar de ocultação, mas reconhece que a administração da TAP tinha o dever de informar.
Ministro Pedro Nunes Santos
Diz mesmo que Pedro Nuno Santos não lhe comunicou nada sobre a indemnização “nem o teria de comunicar”. Contudo, adianta que se sabia da intenção de mudar a administradora, mas na altura não se chegou a nenhuma decisão.
Independentemente da redução do IVA, ao longo deste ano, o preço dos produtos alimentares vai normalizar e até baixar na sequência da redução do preço do gás e da eletricidade nos mercados internacionais.
Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o antigo ministro das Finanças, João Leão, acredita numa redução da inflação "sem grande dor para a economia" e diz que "as pessoas não devem temer um agravamento dos preços” porque a tendência não é essa.
Mais calmas em relação às taxas
A manter-se esta tendência nos mercados internacionais do gás e da eletricidade, será possível ao BCE "ter mais calma na subida das taxas de juro" e assistir-se a uma "desinflação sem dor", ao contrário do que iria acontecer apenas com a política levada a cabo pelo BCE.
Inflação vai baixar
Para além da redução dos preços da energia, o antigo ministro das Finanças aponta ainda como positivo o facto das expetativas de inflação na zona euro se manterem estáveis, o que leva a crer que será possível a inflação voltar para perto dos dois por cento, com "uma aterragem suave, sem grande dor na economia".
Subida juros "muito rápida e brutal"
Banco Central Europeu
João Leão adianta que será sobretudo pela redução dos preços do gás e da eletricidade que se vai sentir o impacto na redução da inflação.
Tendências
Num cenário positivo, em que se mantenha a redução dos preços de energia, João Leão admite que as taxas de juro ainda possam subir, mas de forma moderada durante este ano, para baixarem em 2024.
Acompanhar impacto da redução enregia
João Leão aconselha o governo a acompanhar o impacto da redução dos preços da energia na economia para que efetivamente se sinta uma redução dos preços ao consumidor.
Reposição do ISP
No mesmo sentido admite que venha a ser reposto o nível de tributação nos combustíveis.
Mais apoio às familias
Sobre a redução do IVA, João Leão considera que teria sido preferível fortalecer as medidas de apoio às famílias mais carenciadas.
Ainda assim, assinala como vantagens da redução do IVA para a taxa zero em certos produtos do cabaz alimentar, o facto do governo ter garantido, em acordo com os retalhistas e os produtores, uma baixa efetiva dos preços junto do consumidor.
Redução do IVA é argumento político
TAP
Em relação à TAP, João Leão - que à data era ministro das Finanças - reitera que não teve conhecimento da negociação de cessação contratual e pagamento de indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis. E rejeita falar de ocultação, mas reconhece que a administração da TAP tinha o dever de informar.
Ministro Pedro Nunes Santos
Já em relação ao ministro das Infraestruturas, admite que Pedro Nuno Santos nada lhe disse, por achar que a TAP estaria a atuar salvaguardando a conformidade legal.
Pode ouvir o programa Conversa Capital, entrevista de Rosário Lira (Antena1) e Susana Paula (Jornal de Negócios), na íntegra este domingo depois do noticiário das 13h00.