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Ex-motorista de Eduardo Cabrita condenado a 14 meses de prisão com pena suspensa
O motorista do ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita foi condenado por homicídio inconsciente no caso do atropelamento mortal na A6. O ex-motorista foi condenado a pena de prisão de 14 meses suspensa na execução e nove meses de inibição de conduzir. O advogado do ex-motorista já anunciou que vai recorrer.
Na leitura da sentença, a juíza Vanda Simões, que julgou o caso, referiu que o tribunal considerou que "ambos os intervenientes contribuíram para o sinistro", atribuindo metade da culpa ao ex-motorista e a outra metade ao trabalhador.
A magistrada considerou que o arguido teve uma conduta negligente, devido à velocidade a que conduzia o veículo, referindo que o falecido também não devia estar naquele local da A6 e que a sinalização dos trabalhos era deficiente.
O adogado do ex-motorista já anunciou que vai recorrer da decisão do Tribunal de Évora, defendendo que a absolvição teria sido mais justa. A advogada do trabalhador que morreu na A6 vai ponderar o recurso.
O caso remonta a 18 de junho de 2021, quando a viatura oficial em que seguia Eduardo Cabrita, conduzida por Marco Pontes, atropelou mortalmente Nuno Santos, de 43 anos, trabalhador de uma empresa que fazia a manutenção da A6, ao quilómetro 77,6 da via, no sentido Estremoz-Évora.
O Ministério Público acusou, no dia 3 de dezembro de 2021, Marco Pontes de homicídio por negligência grosseira, tendo, nesse mesmo dia, o então ministro da Administração Interna apresentado a sua demissão do cargo. Na sessão do tribunal dedicada às alegações finais, no final de junho, a procurdora do Ministério Público considerou que "o arguido adotou uma velocidade excessiva e não conseguiu imobilizar atempadamente", enquanto "o trabalhador não devia lá estar na faixa da esquerda, ainda para mais numa autoestrada".
"Foi um caso isolado, uma fatalidade e acontecimento caricato, por estar uma pessoa na faixa de rodagem da autoestrada", frisou, propondo a condenação do arguido a "pena de prisão suspensa".