Fecho de escolas é para melhorar qualidade - ministra

por Agência LUSA

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou hoje, na Guarda, que o encerramento de escolas se traduz num objectivo qualitativo, assumindo haver que garantir as melhores condições para as crianças deslocadas.

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião realizada no Governo Civil da Guarda com autarcas e representantes dos agrupamentos de escolas do distrito, Maria de Lurdes Rodrigues assegurou ainda que "não houve um autarca que tivesse manifestado desacordo" em relação àquela política.

"Houve um sublinhar de convergências nos objectivos", sublinhou a ministra.

"Agora é ultrapassar os obstáculos e garantir que conseguimos as melhores condições para as crianças que vão ser deslocadas, acrescentou.

Expressou, igualmente, que o encerramento de escolas não se traduz num objectivo "quantitativo" mas sim "qualitativo", apelando, em sequência, à união de esforços por parte das várias entidades.

O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) realizou um estudo que aponta para o encerramento de 132 escolas ao nível dos 14 concelhos do distrito da Guarda.

Confrontada com este número, a titular da pasta da Educação recusou falar em valores exactos, dizendo apenas que a nível nacional "estão sinalizadas 1.500 escolas".

Antes da reunião, intervindo na sessão de encerramento de uma conferência sobre Políticas Educacionais, organizada pelo Centro de Estudos Ibéricos na sala de sessões da Assembleia Municipal da Guarda, a ministra apelou à conjugação de esforços.

"É um trabalho que não é fácil, envolve os pais, os alunos, os professores, as autarquias. Se cada um procurar cumprir a sua parte, certamente que teremos contribuído para melhorar a escola pública", defendeu Maria de Lurdes Rodrigues.

"Para mim, é difícil decidir encerrar agora 1.500 escolas, mas o facto de ser difícil, não quer dizer que não tenhamos que cumprir, em consciência, o nosso dever", afirmou.

Na deslocação à Guarda a ministra da Educação foi confrontada com os protestos de uma dúzia de professores e dirigentes do SPRC, que uma vez mais, lamentaram "o abate das escolas".

"O abate das escolas contribui para a desertificação do interior e não podemos deixar parar em vão toda esta má fé", afirmou à agência Lusa, Filomena Isabel Pires, dirigente do SPRC.

A visita ficou ainda marcada pelo episódio que envolveu um professor do 1º Ciclo, colocado na escola de Maçal do Chão, no concelho de Celorico da Beira, que está referenciada para encerrar.

O docente aproveitou o momento em que a ministra prestava declarações aos jornalistas no Governo Civil, para a interpelar, dizendo que a sua escola, que tem sete alunos, "não pode fechar".

"É uma escola de sucesso e tem todas as condições para continuar a funcionar", apelou o professor.

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