Governo cancela entrega das novas Pandur 8x8
O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, cancelou hoje a entrega ao Exército dos novos blindados Pandur 8x8, substitutos das velhas Chaimite, por "não estarem cumpridos os requisitos técnicos" estipulados no contrato, disse à Agência Lusa fonte governamental.
Depois de ter recebido do Exército informação de que nem todos os requisitos técnicos tinham sido cumpridos pela empresa austríaca, a Steyer, o ministro optou por cancelar a cerimónia, prevista para terça-feira, de entrega das primeiras sete viaturas, disse a fonte.
Este adiamento é justificado "por uma questão de rigor" relativamente ao "estabelecido contratualmente", acrescentou a mesma fonte.
De acordo com as primeiras informações do Ministério da Defesa, os problemas técnicos foram detectados nos novos blindados durante os chamados "testes de aceitação" feitos pelo Exército.
Fontes ministeriais afirmaram que os problemas foram detectados no lote de seis veículos produzidos na fábrica da Steyer, na Áustria, e não no blindado produzido na Fabrequipa, no Barreiro.
Para terça-feira chegou a estar agendada a entrega ao Exército das primeiras sete viaturas - uma fabricada em Portugal, e outras seis, produzidas na Áustria - numa cerimónia em que estava prevista a presença do ministro Severiano Teixeira.
As novas Pandur 8x8, desenvolvidas pela Steyer e maioritariamente fabricadas em Portugal, vão substituir as velhas Chaimite, do tempo da Guerra Colonial, da década de 60.
No total, e de forma faseada, até 2010, vão ser entregues 260 blindados, dos quais 218 produzidos em Portugal, na Fabrequipa, no Barreiro, e os restantes na fábrica austríaca.
Grande parte dos blindados, 240, destina-se ao Exército e os restantes 20, de tipo anfíbio, aos Fuzileiros, da Marinha.
Até final do ano estava planeada a entrega às Forças Armadas portuguesas 24 viaturas blindadas, segundo disse à Lusa fonte da empresa.
A compra dos blindados Pandur foi acordada no início de 2005, ainda no tempo do ministro da Defesa do governo PSD/CDS-PP, Paulo Portas, e vai custar perto de 360 milhões de euros, prevendo-se ainda um regime de contrapartidas.