Greenpeace apresenta-se em Portugal com um escritório virtual

por Cristina Sambado, RTP
A equipa da Greenpeace Portugal trabalha a partir do escritório da Greenpeace Internacional, em Amesterdão greenpeace.pt

É hoje lançado em Portugal um “escritório virtual” e um site em português da associação ambientalista, em resposta aos pedidos e inscrições de 7000 portugueses que pediam a presença constante da Greenpeace no país. A primeira campanha vai ser em defesa dos oceanos.

Para Gerd Leipold, director executivo da Greenpeace, o lançamento do escritório virtual em Portugal é “um novo e excitante projecto para a Greenpeace e para os sócios portugueses”. “Os sócios portugueses têm feito importantes contribuições assinaláveis, tanto a nível financeiro como na conquista de vitórias para o ambiente”, disse. “Mal posso esperar para ver os portugueses a fazer campanha em Portugal em defesa dos oceanos”, sublinha Gerd Leipold.

“Os portugueses sempre estiveram ligados ao mar. Nós fomos os exploradores dos oceanos para chegar a terras e continentes. Com esta campanha a Greenpeace convida os portugueses para que ajudem a encontrar soluções para as ameaças e para a destruição dos oceanos”, explica Evandro Oliveira, o porta-voz da associação ambientalista em Portugal.

Para o arranque das actividades já está disponível um portal, em português, que incluí páginas sobre a instituição, informação nacional e internacional, vídeos e imagens, mailing list, newsletter, ciber acções e um espaço reservado à imprensa. A associação ambientalista já está presente em 41 países.

Que peixes temos nos supermercados?

Há cerca de dois meses que os voluntários portugueses estão a fazer pesquisa em 16 cadeias de supermercados em Portugal para recolher dados sobre o peixe disponível. Antes de entrar em acção os ambientalistas querem conhecer a rota dos produtos no mar.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 77% dos stocks de peixe estão explorados ou sobreexplorados. E este projecto da associação ambientalista enquadra-se na campanha internacional que “visa estabelecer uma rede global de reservas marinhas e de recuperar os oceanos para um cenário de abundância e saúde”.

“O consumidor português é o que consome mais quantidade de peixe per capita na Europa. Por isso Portugal é um parceiro importante nesta questão e há necessidade de que os produtos ilegais e insustentáveis desapareçam do mercado. O peixe é parte da cultura portuguesa e a Greenpeace quer que ele continue a existir para os nossos filhos e para os pescadores locais que dependem deste recurso para sobreviver”, refere Paloma Colnenajero, responsável pela campanha de peixe sustentável da Greenpeace Portugal.

Apesar da Greenpeace em Portugal ter um enfoque nos oceanos, os activistas “vão entrar em acção no âmbito de campanhas internacionais noutras áreas, sempre que se justifique”, à semelhança do que aconteceu em Lisboa e Dezembro de 2007, quando a associação ambientalista desafiou os líderes políticos europeus e africanos, que participaram na Cimeira de Lisboa, “a assumir um papel activo para parar a desflorestação tropical que é responsável por pelo menos um quinto das emissões de gases com efeito de estufa”.
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