Imagens de fogos podem contribuir para desregulação emocional

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social alerta para a repetida divulgação de imagens de incêndios nas televisões. A ERC adianta à Antena 1 que já recebeu, este ano, cinco queixas relacionadas com a cobertura jornalística dos fogos rurais, mais do dobro das queixas apresentadas no ano passado.

Antena 1 /

Foto: Fátima Pinto - RTP

O órgão regulador avisa que as sucessivas reportagens em direto, com a chama visível, produzem um efeito de imitação, que pode dar origem a outros incêndios com mão criminosa.

O vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, Daniel Coelho, explica que, apesar de não haver uma ligação direta, as imagens de chamas têm o potencial de contribuírem para uma desregulação emocional de pessoas já instáveis.

A Ordem dos Psicólogos alerta, também, para outra consequência: ao verem tantas imagens de incêndios, as pessoas acabam por desvalorizar a gravidade da situação.

Daniel Coelho sublinha que muitas vezes os pirómanos sentem uma certa sedução pelo espaço público.
Já do ponto de vista da ansiedade, as crianças acabam por ser o grupo que fica numa situação de maior risco. Uma realidade que não pode ser ignorada, salienta o vice-presidente da Ordem dos Psicólogos.
A Ordem lembra que a população é afetada por tudo o que vê e, nesse sentido, Daniel Coelho pede à Comunicação Social uma atitude de equilíbrio e bom-senso.
Há 20 anos, os três canais de televisão, RTP, SIC e TVI chegaram a trocar ideias para um acordo sobre a melhor forma de cobrir os incêndios no pequeno ecrã. O entendimento acabou por não ser alcançado.
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