Incêndio em Arouca. Ativado o Plano Municipal de Emergência

Mais de 1.600 operacionais combatiam esta terça-feira de manhã cinco incêndios nas regiões norte e centro, nos concelhos de Mangualde, Ponte de Lima, Arouca, Penamacor e Ponte da Barca, para os quais foram requisitados meios aéreos, segundo a Proteção Civil. Foi ativado o Plano Municipal de Emergência em Arouca, com o lugar de Vila Viçosa a ficar confinado para proteção das habitações.

RTP /
Foto: Miguel Pereira - Reuters

De acordo com o comandante Elísio Pereira, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), cerca das 09h15, os cinco incêndios que mais meios mobilizavam situavam-se nos distritos de Viseu, Viana do Castelo, Aveiro e Castelo Branco e envolviam 1.612 operacionais e 509 meios terrestres.

"Estão a ser posicionados meios aéreos reforçados, alguns deles poderão demorar mais um pouco a entrar, por questões de segurança e falta de visibilidade por causa do fumo. Todos estes incêndios estão a ser reforçados com meios aéreos nacionais, tendo em conta as características dos terrenos", disse a mesma fonte à agência Lusa.

Sobre a possibilidade de habitações em risco, o mesmo comandante referiu que "a situação está mais tranquila" na aldeia de Fornos de Carvão, em Arouca, distrito de Aveiro, que foi evacuada de madrugada. "Assim que haja condições as pessoas irão regressar às suas habitações", disse.

O incêndio em Arouca, onde foi ativado o plano municipal de emergência, está a ser combatido por cerca de 600 operacionais, 180 meios terrestres e dois meios aéreos. O incêndio tem três frentes ativas e a localidade de Vila Viçosa foi confinada para proteger as habitações. Cinco pessoas foram retiradas das habitações e levadas para uma escola por uma questão de precaução.

Hélder Silva, comandante das operações de socorro, confirmou à RTP o confinamento da localidade de Vila Viçosa e frisou que "os meios estão a fazer a proteção das habitações", sendo que para já não existem preocupações com as habitações.
 O combate às chamas está a ser dificultado pelo vento forte
Fogo de Arouca passou para Castelo de Paiva O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Arouca, no distrito de Aveiro, já passou para o concelho vizinho de Castelo de Paiva, onde está hoje a lavrar com grande intensidade e a aproximar-se de aldeias, segundo a autarquia.

O fogo "iniciou-se em Arouca e entretanto no final da tarde de ontem [segunda-feira] entrou no concelho de Castelo de Paiva, e encontra-se a lavrar com grande intensidade", disse à Lusa o presidente da Câmara de Castelo de Paiva, José Rocha.

Pelas 10h30, o autarca referiu que as chamas estavam a avançar em direção a aldeias, colocando em risco algumas casas, nomeadamente no lugar do Gilde, onde o mesmo se encontrava.

"Tenho um lugar que está isolado. Os bombeiros não têm acesso ao lugar do Seixo. Neste momento, estou no lugar do Gilde onde o fogo também poderá chegar daqui a poucos momentos. Estamos aqui com a população para tentar minimizar e salvaguardar bens e pessoas", disse o autarca.José Rocha referiu que já foi necessário evacuar algumas aldeias, nomeadamente Vilar de Eirigo e o Seixo, adiantando que, para já, não tem conhecimento de casas atingidas, nem vítimas, tendo ardido parcialmente uma fábrica.

"Houve uma unidade industrial que ardeu parcialmente. Ardeu a parte de armazenagem de vernizes e a casa de pintura. Para já é o que temos registado ao nível de perdas materiais, mas com a intensidade que o fogo tem esperemos que fique por aqui", referiu.

O autarca adiantou ainda que os meios aéreos não puderam atuar logo ao início da manhã devido à intensidade do fumo.


"Logo ao início da manhã, devido à intensidade do fumo, não havia a visibilidade suficiente para poderem trabalhar, mas neste momento já se nota que existem meios aéreos no concelho", disse.

A exemplo do que aconteceu em Arouca, a Câmara de Castelo de Paiva também ativou hoje, pelas 03h00, o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.
Combate a frente ativa em Ponte da Barca a evoluir favoravelmente
Em Ponte da Barca, o comandante da Proteção Civil, Rui Costa, assegura que a “população está em segurança” e o incêndio, ativo deste sábado, tem neste momento uma frente ativa.

A Proteção Civil quer dominar este incêndio “o mais rapidamente possível” mas está a enfrentar dificuldades de operação, sobretudo devido ao vento e ao fumo.
Sobre a situação na povoação do Lourido, o comandante Rui Costa admite a possibilidade de se fazer o confinamento da aldeia para proteger pessoas mais vulneráveis, mas que neste momento “ainda não há essa necessidade”.

Considerou ainda que os meios terrestres e meio aéreo neste teatro de operações são “suficientes” face à necessidade.
Fogo em Ponte de Lima obriga a retirar crianças e idosos da Facha por precaução O presidente da Câmara de Ponte de Lima afirmou hoje que o combate ao fogo que lavra no concelho desde segunda-feira está a ser difícil, tendo sido retiradas crianças da creche e idosos do lar da Facha por precaução.

Segundo Vasco Ferraz (CDS-PP), o fogo que deflagrou na noite de segunda-feira na freguesia de Rebordões (Santa Maria) estava a ser combatido, às 11:15, por 146 operacionais, apoiados por dois meios aéreos e 43 viaturas.

O presidente da Câmara de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, disse não estar a ser fácil controlar as chamas que lavram em zona de mato e floresta.

Vasco Ferraz adiantou que durante a noite de segunda-feira, "por precaução, foram retirados os habitantes do lugar de São João do Monte, na freguesia da Correlhã, e do lugar da Porta, na Facha, que foram acolhidos nas casas de familiares".

"A população está habituada porque são dois lugares que não têm alternativa de fuga. Só têm uma via de acesso", disse.

Já na manhã de hoje, esclareceu, "as crianças da creche da Facha foram deslocalizadas para o centro escolar da Facha para não estarem perto do fumo e os idosos do Lar da Facha foram mantidos em casa, sendo-lhes garantido apoio domiciliário".

Segundo Vasco Ferraz, o fogo "evoluiu muito rapidamente".

c/Lusa
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