Cinco principais fogos eram combatidos às 00h30
Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), as cinco ocorrências mais significativas mobilizavam 2.815 operacionais, apoiados por 897 meios terrestres.
O incêndio que começou na semana passada em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã) e mantinha no terreno 1.668 operacionais, com 565 viaturas.
A circulação na linha da Beira Baixa entre Lardosa e o Fundão continuava na madrugada de hoje cortada, assim como a circulação na Autoestrada 23 (A23) entre o nó da Lardosa e Fundão Sul e a Estrada Nacional (EN) 18 entre Soalheira e Alpedrinha.
O incêndio que lavra há vários dias na zona da Galiza, Espanha, e que chegou na terça-feira ao concelho de Chaves, depois de também passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, ambos no norte do distrito de Vila Real, mobilizava pelas 00:30 de hoje 467 operacionais e 150 meios terrestres.
Pelas 22:30 de quarta-feira, o combate ao incêndio em Chaves estava a decorrer favoravelmente, com duas frentes ativas a "ceder aos meios", segundo o comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso.
O incêndio que deflagrou na sexta-feira no concelho do Sabugal, distrito da Guarda, e passou para o concelho vizinho de Penamacor (Castelo Branco), mobilizava 386 operacionais, apoiados por 104 viaturas.
No mesmo distrito, o fogo em Figueira de Castelo Rodrigo, que começou na quarta-feira à tarde, mantinha no local 167 operacionais e 41 meios terrestres.
Com início na terça-feira à noite, o incêndio em Armil, concelho de Fafe, distrito de Braga, mobilizava 150 operacionais e 44 meios terrestres.
Já em resolução, mas ainda integrados nas ocorrências significativas pelas 00:30 de hoje, os fogos em Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Sátão (Viseu) mobilizavam 73 e 53 operacionais, respetivamente.
Eduardo Cabrita aponta "total inexperiência" a Maria Lúcia Amaral
Fogo no parque empresarial de Chaves
Mais de 100 operacionais combatem fogo em Sintra que cortou A16
O incêndio com início pelas 22:50 de quarta-feira em Raposeira, Algueirão-Mem Martins, concelho de Sintra, está a consumir uma zona de mato e, para segurança dos condutores, foi cortada a A16, entre os quilómetros 2,7 e 13,6, indicou fonte do Comando Sub-regional da Grande Lisboa.
"O combate decorre favoravelmente", referiu ainda, acrescentando que não há indicação de habitações em risco e que o fogo está a lavrar em zona de mato.
Pelas 00:10, estavam no local 102 operacionais, apoiados por 29 viaturas, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Chamas na Guarda continuam por controlar
"Ninguém cá vem, ninguém quer saber"
"Se não forem os populares, se não formos nós a proteger o que é nosso, ninguém cá vem, ninguém quer saber", vincou, acusando o Governo central de não dar todo o apoio possível.
Fogo em Figueira de Castelo Rodrigo. Chamas levaram à evacuação do complexo termal
Combate decorre favoravelmente em Chaves
Artur Mota referiu que, pelas 22:30, as frentes ativas, na Cocanha e em Bustelo, ardiam com "média intensidade" e que o resto do perímetro do fogo estava a "entrar em rescaldo".
Por esta hora, não havia situações a inspirar preocupações, depois de uma tarde em que as chamas estiveram no parque empresarial, em Outeiro Seco, na zona industrial da Cocanha, mesmo às portas da cidade de Chaves, e em Bustelo.
As próximas horas vão ser, segundo Artur Mota, de muito trabalho de rescaldo, contenção e de trabalho das cinco máquinas de rasto que estão no terreno, onde o vento continuava a soprar com muita intensidade.
Pelas 22:45, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados para esta ocorrência 500 operacionais e 159 meios terrestres.
Um hora antes, pelas 21:40, a Autoestrada 24 (A24) tinha sido reaberta nos dois sentidos entre os nós do Casino e Vila Verde da Raia, na fronteira com Espanha, segundo fonte da GNR.
O incêndio que lavra há vários dias na zona da Galiza, Espanha, chegou na terça-feira ao concelho de Chaves, entrou em resolução às 10:35 de hoje e reativou à tarde, progredindo em direção a Vila Verde da Raia e a Bustelo.
O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, disse que o levantamento dos prejuízos causados por este incêndio será feito depois da conclusão da ocorrência.
Adiantou, no entanto, que hoje a câmara municipal tentou perceber se há alguma situação mais crítica e que precise de resposta urgente para a alimentação do gado, em consequência da perda de pasto, feno ou palha.
Na zona industrial atingiu um estaleiro onde arderam toneladas de lenha para venda.
O fogo progrediu de forma muito rápida e aleatória no concelho de Chaves, tocando várias aldeias desde a fronteira, como Cambedo, Vilela Seca, Couto, Torre, Agrelos, Outeiro Seco, Bustelo, o parque empresarial e a zona industrial da Cocada.
O comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso já tinha adiantado à agência Lusa que se estima que este fogo tenha atingido os 5.000 hectares de área ardida.
O vento forte está a ser uma das principais dificuldades no combate às chamas.
Na segunda-feira, o fogo já tinha passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, também no norte do distrito de Vila Real.
Fundão disponibiliza apoio social e psicológico
"Face à extensão e gravidade das frentes de fogo no concelho do Fundão, o município do Fundão tem em funcionamento uma linha de apoio social, 961 382 115, e uma linha de apoio psicológico, 966 398 185", indicou a câmara, ressalvando que ambos os contactos têm "o custo de uma chamada para a rede móvel nacional".
A autarquia destacou que através daquelas linhas de apoio é possível pedir bens essenciais e alimentos, comida para animais e apoio psicológico.
Segundo a nota, as linhas estão a sempre a funcionar para dar resposta a situações urgentes.
O incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo os dados provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.
"Uma tarde terrível". Autarca fala numa situação de "extraordinária violência" no Fundão
Fogo dominado em Chaves
Incêndios. CCDR promete técnicos no terreno em breve para avaliar prejuízos
Foto: Fátima Pinto - RTP
Ainda prematuro avançar com uma estimativa dos prejuízos, mas o autarca de Arganil fala de danos avultados, tanto materiais como ao nível da paisagem, que é incomensurável.
Dominado fogo em Alfena no concelho de Valongo
De acordo com o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, o fogo foi dado como dominado pelas 19:57 e não há registo de feridos ou danos.
Os meios continuam mobilizados no local e estão a decorrer as operações de rescaldo, acrescentou.
O alerta para o fogo em Alfena foi dado pelas 15:02.
Pelas 22:00, estavam no local 100 operacionais, apoiados por 32 viaturas, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Autarca da Covilhã diz que o pior "já terá passado" após momento caótico
"Parece que o pior já terá passado. Há muitos pontos quentes, sobretudo na zona de Dominguizo, Vales do Rio e Unhais da Serra. Houve uma altura caótica entre as 17:00 e as 19:30", afirmou à Lusa, pelas 21:15, o presidente do município da Covilhã.
Vitor Pereira, que se encontrava na frente de fogo, enalteceu o trabalho que os bombeiros fizeram na defesa da localidade de Vale de Cerdeira, na freguesia de São Jorge da Beira.
"Defenderam a localidade sem que fosse necessário retirar de lá as pessoas. Um grande trabalho dos bombeiros e destaco também a coragem e abnegação com que os populares defendem as suas aldeias e os seus pertences", disse.
Questionado pela Lusa sobre a presença de meios no terreno, o autarca disse que tem que falar de dois planos distintos: Um primeiro de grandes profissionais onde se incluem os bombeiros e profissionais de Proteção Civil e um segundo, de quem superintende, tem que organizar, articular e criar as sinergias para que se possa fazer frente a estas tragédias e enfrentá-las com maior robustez.
Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).
A24 reabriu no sentido Chaves - Espanha
A Autoestrada 24 (A24), em Chaves, reabriu ao trânsito pelas 21h15 no sentido Casino -- Espanha, depois de ter estado cortada nos dois sentidos devido ao incêndio que lavra na zona de Chaves, segundo a GNR.
Pelas 21h30 estavam mobilizados para esta ocorrência 498 operacionais e 158 meios terrestres, de acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Fogo em Seia já chegou às partes mais altas da Serra da Estrela
O incêndio em Seia continua próximo de Alvoco da Serra, mas sem ameaçar casas, e, durante a tarde desta quarta-feira, chegou às partes mais altas da Serra da Estrela, afirmou o presidente da Câmara.
"A aldeia não está em perigo, mas o fogo continua nas imediações", notou.
Incêndio Covilhã. Chamas descontroladas ameaçam aldeias
A situação continua descontrolada na Covilhã, com as aldeias de Vales do Rio e Unhais da Serra cercadas pelas chamas. No terreno, a população faz o que pode para salvar os seus bens e apela à disponibilização de meios terrestres para ajudar no combate ao fogo.
Área ardida em Chaves já ronda os 5.000 hectares
O incêndio que lavra em Chaves, vindo da Galiza (Espanha), já terá atingido cerca de 5.000 hectares de área ardida, mantendo pelas 20h00 desta quarta-feira duas frentes ativas, estando uma a ceder aos meios, segundo a Proteção Civil.
Linha da Beira Baixa, A23 e EN18 interditadas desde as 18h00
Debate sobre incêndios. PSD diz que imagem "não precisa de ser limpa"
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Acidente mortal em Mirandela. Marcelo e Montenegro expressam condolências
Figueira de Castelo Rodrigo. Prontidão dos meios aéreos foi decisiva
Incêndio de Arganil. Chamas espalham destruição em sete concelhos
Foto: Paulo Cunha - Lusa
Fogo entrou na zona industrial de Chaves
Hotel em Unhais da Serra cercado pelo fogo
Situação dos incêndios. Duas aldeias em perigo na Covilhã
Aldeias cercadas pelas chamas na Covilhã
Foto: Soraia Ramos - RTP
Vales do Rio e Unhais da Serra são duas localidades onde o fogo já entrou.
Guarda. Frente com três quilómetros avança de Figueira de Castelo Rodrigo para Almeida
Em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, o incêndio rural que começou na tarde desta quarta-feira tem uma frente ativa com "cerca de três quilómetros" entre a localidade de Cinco Vilas e o limite do concelho de Almeida. Segundo o autarca, a atuação dos meios aéreos evitaram "o pior".
Até ao momento, o autarca estima que só tenham ardido mato e alguns sobreiros: "felizmente, foram poupados amendoais, olivais e vinhas, graças à pronta atuação de bombeiros, populares e meios aéreos", afirmou.
Carlos Condesso explica que o fogo está a dirigir-se para o concelho de Almeida: "o incêndio avançou pela margem do rio Côa, no sentido norte-sul, e está a dirigir-se para o concelho de Almeida, que alcançará se passar o rio".
Fogo na Pampilhosa da Serra continua sem frente ativa mas com "pontos quentes"
Cinco grandes incêndios são os que mais preocupam
Chamas intensas na zona industrial de Chaves
Fogo no Fundão chega à Soalheira e A23 e EN18 podem ser interditadas
"O fogo está a chegar ao perímetro urbano da localidade de Soalheira e encontra-se no alto da serra da Gardunha, prevendo-se a descida da encosta em direção à aldeia histórica de Castelo Novo", divulgou este município do distrito de Castelo Branco, numa nota publicada na sua rede social de Facebook.
A Câmara do Fundão adiantou ainda que está a ser ponderado o corte da Autoestrada 23 (A23) e da Estrada Nacional (EN) 18 e pede à população que evite deslocações desnecessárias para evitar riscos e para não interferir com as operações de socorro.
Entretanto, o fotojornalista da agência Lusa em serviço no local confirmou, às 18:30, o corte da A23, nos dois sentidos, em direção a norte, no sentido Lardosa-Fundão.
Este incêndio, que deflagrou no dia 13 (quarta-feira) em Arganil, no distrito de Coimbra, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).
Frente de Seia passa para a Covilhã e avança em direção às Penhas da Saúde
A frente que progredia no Alvoco da Serra, no concelho de Seia (distrito da Guarda), passou para o concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco), estando a avançar "da zona da Torre [da Serra da Estrela] para a zona das Penhas da Saúde e Unhais da Serra", afirmou a Câmara Municipal da Covilhã, numa publicação na rede social Facebook.
Já a frente do fogo de Taliscas que progride em direção às localidades de Dominguizo e Vales do Rio continua a motivar "forte preocupação", tendo obrigado ao corte de uma estrada municipal, acrescentou a autarquia.
O presidente da Junta de Alvoco da Serra, Carlos Belarmino, disse à agência Lusa que o incêndio já terá chegado à Torre da Serra da Estrela e evolui para o Centro de Limpeza de Neve da Infraestruturas de Portugal.
Segundo o autarca, a sede de freguesia continua com frentes preocupantes, que durante a tarde estiveram próximas de habitações.
Os incêndios em Seia e na Covilhã têm como origem o fogo que deflagrou há uma semana no Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, e que se estendeu aos distritos de Castelo Branco e Guarda.
Segundo um relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este incêndio já atingiu uma área de mais de 40 mil hectares.
Fogo entrou na vila de Unhais da Serra
As pessoas foram encaminhadas para junto da praia fluvial de Unhais da Serra, onde ao lado começou uma projeção num monte de palha seca.
Não há praticamente visibilidade nesta vila e o ar é irrespirável, como constataram os jornalistas da RTP no local.
Situação agrava-se na Covilhã
22 pessoas estão em casa com pulseira eletrónica nos meses de maior calor
De acordo com os dados avançados à Lusa pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), há 105 pessoas com pena de prisão suspensa por crime de incêndio florestal e, deste total, "22 têm a condição de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica no período de maior incidência de risco de fogos florestais, decretado pela proteção civil".
O período de maior incidência de risco de fogo foi definido pela proteção civil e estabelece os meses de julho, agosto e setembro como os mais críticos.
A possibilidade de determinar que uma pessoa condenada pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa fique com pulseira eletrónica durante os meses de maior calor está prevista na lei há oito anos.
Desde 2017, ano em que o país ficou marcado pelos incêndios de Pedrógão e de outubro, que o tribunal pode decidir pela obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica "para o período coincidente com os meses de maior risco de ocorrência de fogos", lê-se na respetiva lei.
Esta segunda-feira, o PAN entregou um projeto de lei na Assembleia da República para que, através da alteração do Código Penal, todos os condenados pelo crime de incêndio florestal que estejam em liberdade sejam obrigados a utilizar pulseira eletrónica entre maio e outubro.
Câmara de Castelo Branco exige que Governo decida o que fazer do território
Em declarações à agência Lusa, pelas 17:55, Leopoldo Rodrigues disse que a situação do fogo que lavra em Castelo Branco "está complicada".
"Andamos aqui a gerir seis carros dos bombeiros de Castelo Branco. Os aviões andaram de manhã e depois desapareceram. Temos falta de meios. O primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna têm de saber o que é que querem para este território. Têm de decidir o que querem fazer e se têm ou não disponibilidade para arranjar meios e colocá-los no terreno", afirmou.
O autarca sublinhou que só se combate o incêndio com meios "ou então não se resolve isto".
"Queremos arranjar meios e não os temos e as pessoas andam aqui ansiosas e receosas", disse.
Leopoldo Rodrigues explicou ainda que as zonas mais complicadas no fogo que lavra em Castelo Branco estão localizadas na zona de Louriçal do Campo/Torre e na zona de ribeira de Eiras.
O presidente da Câmara de Castelo branco deixou ainda uma palavra de reconhecimento ao esforço dos bombeiros de Castelo Branco e ao seu comandante, bem como ao comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa.
Este incêndio entrou em Castelo Branco a partir do concelho do Fundão, tendo origem em Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou na quarta-feira, pelas 05:00.
Este incêndio já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).
A Câmara de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ao final da noite de domingo.
Fogo na Covilhã progride com grande intensidade para Dominguizo e Vales do Rio
Numa nota enviada à agência Lusa, o município da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, referiu que as condições de combate ao fogo "estão ainda mais difíceis" e que a frente de Taliscas progride em direção às localidades de Dominguizo e Vales do Rio "com grande intensidade".
A autarquia apelou ainda às populações, sobretudo, das zonas mais afetadas, para permanecerem em locais seguros e para adotarem comportamentos de autoproteção.
Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).
Incêndios prejudicam turismo na região Centro
O responsável frisou que os incêndios "são uma ferida aberta no coração do Centro de Portugal", que "vive do seu território, da sua paisagem e da sua autenticidade".
Rui Ventura adiantou ainda que esta entidade está em contacto com os municípios e tem uma parceria com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) para fazerem o levantamento dos prejuízos e danos, no sentido de "dar ao Governo e à secretária de Estado do Turismo dados muito concretos do impacto no território".
Ordem dos Notários lança campanha de angariação de fundos para corporações
"A iniciativa integra o programa Notários Solidários e tem como principal objetivo angariar fundos, entre os dias 20 de agosto e 30 de setembro. Estes serão entregues diretamente às corporações de Bombeiros dos concelhos mais afetados, reforçando os meios e as condições de quem, todos os dias, arrisca a vida para proteger pessoas, bens e florestas", explicou um comunicado hoje divulgado pela Ordem dos Notários.
A campanha é aberta a todos os cidadãos que queiram contribuir, que através da página oficial da Ordem dos Notários podem aceder à ligação que remete para o formulário que, depois de preenchido e submetido, permite receber por email as referências multibanco para efetuar o donativo.
O comunicado explica ainda que a entrega dos donativos às corporações será coordenada pelo notário Luís Gamboa, que é também bombeiro voluntário em Meda, que "com a funcionária do Cartório de Mêda, Marlene Bordalo, também tem estado no terreno a combater os incêndios".
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e também vários feridos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.
Muitas das medidas aprovadas após fogos de 2017 nunca saíram do papel
oto: Francisco Graça - RTP
Para este engenheiro florestal o ordenamento da floresta é uma utopia e o tema só serve como distracção.
Quanto ao pacto de regime pedido ontem pelo presidente da República, Joaquim Sande Silva, especialista em fogos florestais, considera que é um caminho.
Fogos deixam autarquias com um enorme rasto cinzento de prejuízos
Foto: José Pinto Dias - RTP
Vítor Correia fala na importância de a população regressar à normalidade. Mas isso só é possível com apoios que cheguem rapidamente.
O presidente da câmara de Mirandela garante que é importante apoios a fundo perdido e que cheguem rápido.
As contas aos prejuízos ainda estão a ser feitas, a nível local a autarquia vai falar com associações de agricultores para perceber quais são as prioridades.
Também o presidente da câmara de Trancoso espera que as verbas para apoiar os agricultores sejam superiores às do ano passado.
Amilcar Salvador pede mais verbas, e que possam ser disponibilizadas a quem mais precisa.
Amilcar Salvador está também preocupado com a estabilização dos solos e espera que o governo ajude nesse trabalho.
Montenegro demonstrou "vontade expressa" de estar na comissão permanente
"Estamos muito seguros e convictos da forma como o combate está a ser realizado", afirmou o ministro. No entanto, ainda que esta seja "a hora prioritária do combate" garante que o Governo não se afasta do "escrutínio democrático"- Sobre eventuais críticas quanto à demora de uma resposta a estes incêndios,
Abreu Amorim destacou que a convocação da comissão permanente devido ao combate aos incêndios "não é normal", mas considerou-se "útil e oportuno" dar esses esclarecimentos ao país.
Primeiro-ministro vai à comissão permanente a 27 de agosto
Fogo que começou em Arganil deverá ser o maior de sempre em Portugal, diz investigador
O incêndio que começou no distrito de Coimbra e que se estendeu aos distritos de Castelo Branco e Guarda já terá consumido cerca de 60 mil hectares, afirmou à agência Lusa o especialista em incêndios e membro das comissões técnicas de análise aos grandes incêndios de 2017.
O investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) recordou que o maior incêndio desde que há registos em Portugal é o fogo que começou em Vilarinho, no concelho da Lousã, em outubro de 2017, que afetou 53 mil hectares, seguindo-se o de Arganil, também nesse ano, com cerca de 38 mil hectares (excluindo os fogos deste ano).
A estimativa do investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) é feita com base em informação de monitorização de incêndios por deteção remota.
A área calculada por Paulo Fernandes é superior aos dados provisórios do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF), que apontam para uma área ardida de 47 mil hectares (até terça-feira) e do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que regista 57.596 hectares, com a última atualização feita hoje.
"Muito provavelmente será o maior incêndio de sempre", vincou o investigador, referindo que há incêndios "que nascem para serem grandes", considerando que o de Arganil, iniciado há uma semana, "é um desses casos".
De acordo com o investigador, o incêndio começou de madrugada, a partir de dois raios, numa cumeada, o que levou a uma resposta mais lenta e sem possibilidade de recurso a meios aéreos no ataque inicial, "num sítio relativamente inacessível".
Num ambiente de trovoada que gera ventos, o incêndio "propagou-se muito rapidamente" nas primeiras horas, notou, considerando que essa é "a receita para que se torne num incêndio maior nas horas ou mesmo dias seguintes".
Tudo isto, constatou, aconteceu num "território muito complexo", não apenas pela acessibilidade, mas pelo efeito que a topografia "tem na evolução do fogo", numa região que arde sucessivamente, registando grandes incêndios em 1987, 2005 e 2017.
"Sabemos que a ocorrência de grandes incêndios fomenta maiores incêndios no futuro, porque torna a paisagem cada vez mais homogénea e, quando a vegetação recupera, cresce simultaneamente e teremos ali um contínuo de vegetação cada vez mais homogéneo - e se há coisa que o fogo gosta é dessa homogeneidade -", explicou.
Segundo Paulo Fernandes, o fogo que começou em Arganil é um incêndio convectivo, "muito dominado pela energia" e onde não há grande influência do vento.
Após a trovoada, este incêndio alastrou "para todos os lados lentamente", apontando para a própria forma arredonda que assumiu na sua progressão.
"Estes incêndios ocorrem quando temos muita vegetação, com uma atmosfera relativamente instável, em que não é realmente necessário vento e o incêndio não tem aquelas arrancadas muito rápidas e súbitas. Antes, cresce consistentemente ao longo do tempo, com muita biomassa seca e, por isso, muito difícil de combater", explicou.
Segundo Paulo Fernandes, desde 2017 o que se fez foi apenas planos.
"É sempre aquilo que é mais fácil de fazer. Basicamente, tivemos processos de planeamento [de alteração da paisagem], mas não de implementação no terreno", notou.
Para o especialista, as poucas ações que se viram com alguma escala depois de 2017 "foram da indústria do papel, com iniciativas para melhor gestão florestal" e um avanço do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) nas faixas de gestão de combustível.
Além do pouco trabalho de prevenção, Paulo Fernandes nota um combate "muito urbano" e em que se aproveita "bastante pouco" as oportunidades que eventualmente poderiam ser oferecidas pelas faixas de gestão de combustível criadas.
Fogos de Trancoso e Arganil com mais de 40 mil hectares ardidos cada
O incêndio que começou em Freches, Trancoso, em 09 de agosto e que entrou em resolução no domingo, apresenta uma área ardida de 49.324 hectares, já o fogo que começou no Piódão, em Arganil, no dia 13 e que continua ativo, consumiu, pelo menos, 47.432 hectares, refere o relatório nacional provisório do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF) a que a agência Lusa teve acesso.
O relatório do sistema do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) dizia respeito ao período compreendido entre 01 de janeiro e terça-feira.
Estes dois grandes incêndios apresentam áreas ardidas que ficam apenas atrás do fogo que começou em Vilarinho, no concelho da Lousã, em outubro de 2017, que atingiu 53 mil hectares, considerado o maior incêndio de sempre desde que há registos em Portugal.
No entanto, o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), com dados menos finos, mas com atualização até ao dia de hoje, apontava para uma área ardida de 57.596 hectares no incêndio com origem em Arganil.
O terceiro maior incêndio registado este ano, segundo o relatório do SGIF, era o de Sátão, com 13.769 hectares, que se juntou ao de Trancoso, formando um complexo que afetou 11 municípios dos distritos de Viseu e da Guarda.
Freixo de Espada à Cinta (9.472 hectares), os dois incêndios do Sabugal (9.338 e 8.928), um outro incêndio em Trancoso que começou em 14 de agosto (8.673), Guarda (7.151) e Mirandela (5.775) estão também na lista dos 10 maiores incêndios deste ano, todos estes ocorridos em agosto.
Na lista dos 10 maiores fogos, regista-se apenas um incêndio em julho, em Ponte da Barca (7.164), pode ler-se no relatório consultado pela Lusa.
Até terça-feira, registaram-se 73 grandes incêndios (com área superior a 100 hectares) em Portugal este ano, responsáveis por 96% do total da área ardida no país, conclui o SGIF.
De acordo com o relatório provisório do SGIF, a Guarda é o distrito mais afetado (68.908 hectares de área ardida), seguindo-se Viseu (40.398) e Castelo Branco (25.352).
Os distritos do Porto (1.538) e Braga (614) são os que registaram maior número de incêndios, mas sobretudo de pequena dimensão.
Trancoso (17.239 hectares) e Covilhã (16.647) são os concelhos mais afetados pelos incêndios, seguindo-se Sernancelhe, Sabugal, Mêda, Arganil e Penedono, todos municípios com mais de 10.000 hectares ardidos, refere o relatório.
O mês de julho foi aquele que registou maior número de incêndios, mas agosto é o que representa maior área ardida este ano, com um total de 185 mil hectares, 83% do registado desde 01 de janeiro.
Até terça-feira, tinham ardido 222 mil hectares em Portugal em 2025, que apesar de ter sido o quinto ano com menor número de incêndios é aquele que apresenta a área ardida total mais elevada.
Dos 6.536 incêndios verificados até ao momento, 4.002 foram investigados e "têm processo de averiguação de causas concluído", permitindo atribuir uma causa a 3.013 fogos.
As causas mais frequentes até ao momento são o incendiarismo (29%), queimadas (10%) e reacendimentos (9%), nota o relatório do SGIF.
Fogo que veio da Galiza com forte reativação na zona empresarial de Chaves
O fogo tinha entrado em fase de resolução pelas 10:35 de hoje, depois de "uma noite de muito trabalho", com "os meios todos empenhados" e "recurso a máquinas de rasto".
No entanto, já depois das 14:30 sofreu uma forte reativação na parte de trás de uma fábrica de cogumelos, estendendo-se pela zona empresarial de Chaves, onde, segundo observou a agência Lusa, estão a ser concentrados meios terrestres e estão a atuar dois aviões.
Já de manhã, o segundo comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso, Bruno Sarmento, disse esperar um agravamento das condições meteorológicas durante o dia, com "aumento da intensidade do vento, aumento da temperatura e diminuição da humidade".
O vento forte já é notório no local.
Pelas 15:00, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil estavam no local 333 operacionais, 107 meios terrestres e sete meios aéreos.
O incêndio entrou na terça-feira no concelho de Chaves, proveniente da Galiza, Espanha, pela zona de Cambedo da Raia e tocou em várias aldeias como Agrela, Torre, Couto, Vilela Seca, Outeiro Seco e a zona empresarial de Chaves.
O vento forte foi a principal dificuldade para o combate às chamas.
Na segunda-feira, o fogo já tinha passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre.
Cerca de metade das detenções da PJ por crime de incêndio aconteceram em agosto
De acordo com a informação que consta nos comunicados publicados pela PJ e consultados pela Lusa, entre o dia 01 de janeiro e o dia 20 de agosto, a maioria das detenções foi feita em coordenação com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e 25 suspeitos foram presos durante este mês de agosto.
As detenções feitas pela PJ decorrem das investigações abertas, mas há também a registar 42 detenções em flagrante delito pela GNR entre 01 de janeiro e 13 agosto, além da identificação de 566 suspeitos do crime de incêndio florestal.
Somando os dados da PJ e da GNR, foram já detidas este ano, pelo menos, 94 pessoas, quase tantas como em 2024, ano em que, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, foram feitas 99 detenções pela PJ, GNR e PSP.
A GNR registou ainda 5.996 incêndios florestais e, em relação aos casos que ficaram sob a sua competência - outros passaram para a Polícia Judiciária -, foi possível apurar que 30,2% dos incêndios foram causados pelo uso do fogo, 24% resultaram de incendiarismo, 23,2% tiveram causa indeterminada, 14,5% origem acidental, 6,6% ocorreram por reacendimento, 1% foram casos naturais e 0,5% foram de origem estrutural.
Em relação a condenações e medidas preventivas, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) adiantou à Lusa que estão nas cadeias portuguesas 109 presos relacionados com o crime de incêndio florestal - 42 condenados, 24 inimputáveis, 39 a aguardar julgamento em prisão preventiva e 4 a aguardar que a decisão transite em julgado.
No ano passado, também de acordo com o RASI, 24 pessoas ficaram em prisão preventiva e foram constituídos 859 arguidos.
Fogo na Covilhã obriga ao confinamento da população de Vale da Cerdeira
"Face à situação de fogo que se regista no concelho [Covilhã], informa-se que as condições no terreno se agravaram, pelo que se pede a máxima precaução às populações das zonas afetadas", informou, na sua página da rede social de Facebook, o município da Covilhã.
Segundo a nota publicada pelas 13:35, a autarquia lançou ainda um alerta de precaução para as localidades de Peso, Vales do Rio, Dominguizo e Tortosendo.
A agência Lusa tem tentado o contacto telefónico com o presidente da Câmara da Covilhã, Vitor Pereira, mas até ao momento não foi possível.
Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).
Mulher detida no Marco de Canaveses pelo crime de incêndio
O Comando Territorial do Porto deteve, na terça-feira, uma mulher de 59 anos pelo crime de incêndio florestal, no concelho de Marco de Canaveses.
“No decurso da ação, apurou-se que esta ateou o incêndio através de chama direta, recorrendo a fósforos, tendo sido de imediato detida em flagrante delito”, acrescenta.
A detida foi constituída arguida e permanece nas instalações da GNR até ser presente no Tribunal Judicial do Porto, para aplicação das medidas de coação.
Pescadores mobilizam-se para compra de avião de combate a incêndios
Os homens do mar têm consciência dos milhões que custam estes meios e por isso apelam à solidariedade de todos os portugueses.
Mais de 20 incêndios continuam ativos em Espanha
Foto: Brais Lorenzo - EPA
Vinho e maçã de Moimenta da Beira vão registar quebras
"Numa primeira análise, posso dizer que na zona de Sernancelhe arderam muitas vinhas e outras ficaram danificadas. Estamos a falar de vinhas em várias localidades, ou seja, este ano vai haver uma quebra na produção", disse o vice-presidente da Cooperativa.
Nuno Franclim acrescentou que, no que diz respeito à maçã, neste caso a maioria é no concelho de Moimenta da Beira, sede da cooperativa.
"Há pomares que arderam todos, felizmente esses são pontuais, mas há vários em que as chamas não entraram, mas queimaram as laterais".
Localidades como Caria, Vila Cova, Carrapito e Pera Velha foi "onde se registaram os maiores prejuízos, isto numa primeira análise, porque agora é preciso ir para o terreno e fazer um levantamento mais preciso".
No Município de Moimenta da Beira vive-se "muito da terra, seja na agricultura direta, como das árvores de fruto", como a macieira e a vinha, mas também do castanheiro e dos olivais.
Na Cooperativa Agrícola do Távora, virada em especial para a maçã e o vinho, os produtores vão entrando e deixando o registo do que foi queimado. "O meu seguro de colheita está feito aqui, agora aguardo que me chegue algum apoio", disse um produtor.
Nuno Franclim adiantou à agência Lusa que o seguro de colheita "só cobre o fruto que estava para ser colhido, não cobre as árvores queimadas, para isso é preciso um apoio especial que se espera que chegue".
"Por isso é que já estamos no terreno a fazer um levantamento para depois podermos reunir com as entidades para saber que apoios é que nos poderão chegar. Porque uma coisa é a colheita, a outra são os danos na árvore", acrescentou.
Apesar de a cooperativa trabalhar somente com a maçã e a uva, Nuno Franclim adiantou que, do que viu, "há muita oliveira e, muito castanheiro, em especial na zona de Sernancelhe, que arderam".
Ali, "os danos são muito, mas mesmo muito volumosos".
"Não sei como é que vai ser, porque são árvores que demoram anos dar fruto e a ficarem adultas".
O fogo que chegou a Sernancelhe teve origem em dois incêndios -- no dia 13, em Sátão (distrito de Viseu) e no dia 09, em Trancoso (distrito da Guarda) -- e na sexta-feira tornou-se um só, que se alastrou a 11 municípios dos dois distritos.
Os 11 municípios são Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).
Este incêndio entrou em resolução pelas 22:00 de domingo.
Os populares foram os bombeiros em Moimenta da Beira
Na estrada nacional 323 (EN323), em zonas, por exemplo, como Pera Velha e Granja do Pavia, o único colorido da paisagem negra é o das casas, "porque as pessoas não dormiram por dois ou três dias para salvar os seus pertences", disseram à agência Lusa os populares.
"Aqui na empresa, na primeira noite, de quinta para sexta-feira, ninguém dormiu, depois começámos a fazer turnos, porque ninguém ia aguentar. Ao todo, somos oito pessoas, mais amigos e família. Foi assim que salvámos as casas, o resto foi tudo", apontou Conceição Cerdeira.
Os Granitos do Paiva "foram salvos pelos funcionários, porque à volta, como se pode ver, está tudo queimado", continuou, mas basta dar uma volta por aí, pelas povoações, para perceber a dimensão do incêndio".
"Foram pinhais, soutos, muitas colmeias, foi tudo", resumiu.
Ao lado, Ana Maria Santos disse que "ardeu muito do que é um complemento ao sustento para várias pessoas, mas, noutros, foi mesmo o sustento" delas.
"Espero que haja ajudas para os que mais sofreram com tudo isto".
Nos seus 69 anos, Ana Maria Santos disse que tem assistido a "alguns fogos, regra geral para os lados de Leomil, mas, como este, nunca. Ardia por todo o lado e ao mesmo tempo".
"Como é que vem lá de Sátão e chega aqui em poucas horas? Como é que arde desta forma em todo o lado e ao mesmo tempo? Como é que há chamas assim em toda a volta?", questionou-se Ana Maria Santos.
"Se não fossem as pessoas, com os seus pertences, as enxadas e os baldes, com a maquinaria da agricultura, teria sido bem pior do que foi".
Cristina Conde adiantou à agência Lusa que "os dois soutos que tinha arderam por completo".
"Um que era dos meus avós, com castanheiros seculares, foi todo. Era um hectare", descreveu.
Um outro, de seis hectares, "era novo, ia ter castanha pela primeira vez com um bocadinho mais abundância, eram castanheiros com seis anos, também ardeu todo".
Também na Aldeia de Nacomba, Alfredo da Costa, aos 76 anos, já testemunhou "muitos incêndios, mas grandes e fortes" guarda na memória "os de 1977 e de 1990 e agora este que foi muito mais violento e forte".
"A velocidade das chamas e a forma como ardia não tem nada a ver com os outros. Também lhe digo, os outros eram combatidos e seguravam-se, já este não. Os bombeiros diziam que estavam a guardar a água para salvar as casas", contou.
Mas "quem salvou a Aldeia de Nacomba foram os populares, porque os bombeiros ficaram junto às casas e as pessoas é que foram para a frente de fogo segurá-lo e ele não chegou à povoação".
"Eu entendo que em vez de o Governo gastar rios de dinheiro nos aviões [de combate], havia de dar esse dinheiro às Câmaras que, juntamente com as juntas de freguesia, trabalhariam para manter os territórios limpos e organizados", defendeu.
Uma medida que "daria mais emprego às pessoas e as aldeias estariam muito mais protegidas", por quem conhece.
"Os bombeiros diziam que as ordens eram do comandante que vinha lá não sei de onde. O que é que ele sabe da nossa terra? O que é que ele conhece? Nada. E por isso é que os bombeiros não podiam gastar a água e se fossemos nós a cuidar do que é nosso acho que isto não acontecia", argumentou.
O fogo que chegou a Moimenta da Beira teve origem em dois incêndios -- no dia 13, em Sátão (distrito de Viseu) e no dia 09, em Trancoso (distrito da Guarda) -- e na sexta-feira tornou-se um só, que se alastrou a 11 municípios dos dois distritos.
Os 11 municípios são Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).
Este incêndio entrou em resolução pelas 22:00 de domingo.
Noite complicada em Aguincho
França envia helicóptero Super Puma para apoio no combate aos incêndios
"Trata-se de um aparelho pesado, com capacidade para descargas de três mil litros de água, que chega acompanhado por uma equipa de cinco elementos. Irá começar a operar ao inicio da manhã de quinta-feira, estando previsto permanecer em território nacional, pelo menos, até ao próximo domingo".
Este Super Puma francês junta-se aos dois aviões Fire Boss suecos que, também no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, estão a operar em Portugal desde a passada terça-feira, dia 19.
Fogo em "fase de rescaldo" no Sabugal
"Os operacionais mantêm-se no terreno em trabalhos de vigilância e consolidação para evitar os reacendimentos, como aconteceu na tarde de terça-feira, mas já podermos dizer que o fogo está em fase de rescaldo", disse o presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, à agência Lusa.
Segundo o autarca, a redução significativa das temperaturas e a subida da humidade relativa durante a noite foram uma ajuda no combate às chamas. No entanto, Vítor Proença permanece cauteloso porque, que nos últimos dias, a situação mudou ao final da manhã, com a subida das temperaturas e o aumento da força do vento.
"Já tivemos o incêndio nestas condições, mas junto à hora de almoço, com os reacendimentos, as coisas descontrolaram-se. Desta vez, acredito que, com o trabalho feito pelos bombeiros e pelas equipas que estão no terreno, conseguimos, para já, controlá-lo", acrescentou.
A Câmara do Sabugal, no distrito da Guarda, vai iniciar hoje o levantamento dos prejuízos e avaliar "situações mais prementes" junto dos criadores de gado, um setor muito importante da economia local.
"Temos cerca de 12 mil cabeças de gado no concelho e a prioridade é apoiar os produtores afetados, repondo alimentação para os animais e disponibilizando algumas reservas de água, para que não haja problemas", adiantou o autarca.
Os serviços camarários vão esta tarde para o terreno.
"Ainda há locais sem água, muitas infraestruturas danificadas e é necessário remover os cabos de telecomunicações que arderam", acrescentou Vítor Proença.
O município vai também contactar as operadoras de telecomunicações para iniciarem "o mais rapidamente possível" a substituição dos cabos destruídos pelo incêndio.
O fogo deflagrou no dia 15 de agosto, em Aldeia de Santo António, tendo o alerta sido dado às 14:41, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Na terça-feira (dia 19) as chamas passaram para o concelho vizinho de Penamacor.
Às 13:00 de hoje permaneciam no local 454 operacionais, 121 veículos e quatro meios aéreos, segundo a mesma fonte.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Um homem ficou ferido com gravidade neste incêndio no Sabugal, na terça-feira, e foi transferido para o Hospital de São João, no Porto. O operacional da Afocelca (empresa de proteção florestal detida pelos grupos do setor da celulose Altri e Navigator), de 45 anos, tem, segundo fonte hospitalar, 75% da área corporal queimada e apresenta um quadro grave.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.
Mirandela. Mais uma vítima mortal nos incêndios
Foto: Núria Melo - RTP
O presidente da República e o primeiro-ministro já enviaram as condolências à família.
Autarca descreve Fundão entregue à própria sorte
Foto: Paulo Novais - Lusa
O início da última noite foi particularmente complicado em Casal da Serra. A aldeia ficou cercada pelas chamas.
Autarca de Seia queixa-se de desrespeito por equipas locais
Foto: Fernando Andrade - RTP
A população também faz duras críticas à coordenação no combate às chamas.
Marcelo repete que é preciso aprender lições dos incêndios
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Casa de primeira habitação ficou destruída em Casal da Serra
Como operam as máquinas de rastos
ANEPC lamenta morte de operador de máquina de rastos em Mirandela
Autarca da Pampilhosa da Serra pede coragem para se discutir propriedade rural
"Fala-se tanto da alteração da Constituição da República, mas uma das questões que eu acho que devia voltar outra vez a ser discutida é, sobretudo, esta questão da propriedade", afirmou à agência Lusa Jorge Custódio (PSD).
Apesar de reconhecer que a questão da propriedade rural "é um tema quente", o autarca considerou que esta discussão será necessária e urgente, caso se queira alterar o atual paradigma.
"Continua insistentemente a haver abandono dos terrenos, continua a haver pessoas que não tratam dos seus terrenos -- muito menos sabem onde é que eles estão -- e, portanto, não basta haver alguém que esteja disponível para fazer uma reflorestação, para fazer um investimento na floresta, se depois nos terrenos contíguos não acontece o mesmo", vincou.
Num concelho que foi afetado pelos grandes incêndios de 2017 e que volta, oito anos depois, a enfrentar novamente um fogo de grandes dimensões, Jorge Custódio teme que se adie esse debate, numa discussão pública demasiado centrada no combate.
"Oito anos depois o que é que nós aprendemos? O que é que o Governo aprendeu para tentar fazer diferente? E, infelizmente, a resposta continua a ser a mesma, que é zero. Decorridos estes anos todos, continuamos a fazer relatórios magníficos, com todas as hipóteses e com todos os cenários e de comportamentos de fogos e de combate, mas o problema continua lá atrás", criticou.
No caso da Pampilhosa da Serra, um concelho altamente florestal, a Câmara Municipal estaria "disponível para investir uma parte significativa" do seu orçamento na floresta, caso tivesse mecanismos para gerir e tomar conta de terrenos sem proprietários conhecidos.
Para Jorge Custódio, o Estado ou os municípios deveriam ter ferramentas apropriadas para gerir esses terrenos.
"Uma Câmara como a minha não tinha problemas nenhuns em fazer esse investimento, se realmente houvesse mecanismos legais para fazê-lo", disse.
Na sua ótica, "falta coragem" para avançar com outra moldura legal que permita uma atuação sobre esses terrenos.
"Enquanto isso não acontecer, nós não vamos conseguir mudar isto", alertou.
Jorge Custódio teme que o assunto volte a ser debatido durante um mês e que se volte, novamente, "a fechar a página", com o problema e as suas respostas a serem adiados até aos próximos incêndios, que agora acontecem em ciclos cada vez mais curtos.
"Antes, costumava dizer-se que havia estes grandes fogos de 20 em 20 anos. Bom, este foi de oito anos", lamentou.
Estradas cortadas nos distritos da Guarda e de Coimbra
Em comunicado, a GNR referiu que, às 11:45, estavam cortadas no distrito de Guarda, nos dois sentidos, as Estradas Nacionais (EN) 230, entre Barriosa e Covilhã, e 231, entre Pedras Lavradas e Cruz Fontão.
No distrito de Coimbra, encontrava-se também cortada nos dois sentidos a EN 236, entre Alfocheira e Castanheira de Pera.
A GNR garantiu que a proteção de pessoas e bens continua a ser uma das suas prioridades, "sustentada numa atuação preventiva e de vigilância, com o reforço de patrulhamento" desenvolvido pelas suas diferentes valências.
Exemplificou com "patrulhamento apeado, patrulhamento a cavalo, patrulhamento ciclo, patrulhamento por elementos da investigação criminal e vigilância e monitorização através de drones, que podem atuar na deteção rápida de focos de incêndio e na identificação de suspeitos da prática de crimes de incêndio".
No comunicado, a GNR apelou ao "contributo de todos na prevenção e combate aos incêndios" e ao respeito pelas proibições definidas no âmbito da declaração da situação de alerta.
É falso que Portugal tenha pedido e recebido aviões russos de combate a incêndios como corre na Grécia
+++ Alegação: "Portugal também enfrenta grandes incêndios e já pediu aviões Beriev à Rússia" +++
Na quinta-feira, 14 de agosto, o eurodeputado grego Nikolas Farantouris, do Syriza (Coligação da Esquerda Radical), questionou nas redes sociais, nomeadamente no X e no Facebook, por que razão a Grécia não pediu mais assistência internacional para o combate aos incêndios que assolam o país, incluindo os aviões anfíbios russos Beriev Be-200, "como os portugueses pediram": https://archive.ph/ncPRG e https://archive.is/8BVDG.
As publicações incluem um vídeo de uma entrevista ao canal grego MEGA, onde o eurodeputado coloca a mesma questão: "o nosso país utilizou todos os meios disponíveis, para além da União Europeia, de amigos, vizinhos, aliados e parceiros? Soube que Portugal, a 30 de julho de 2025, esta é a informação que tenho de Bruxelas -- e ainda está por confirmar --, chegou a fazer um pedido à Rússia (com a qual existem os conhecidos atritos), país europeu amigo de Portugal, porque também enfrenta incêndios de grande dimensão, para receber estes famosos Berievs, os grandes aviões que ajudaram o nosso país repetidamente até 2021."
O assunto acabou reproduzido em vários meios de comunicação social gregos, que amplificaram a alegação de que Portugal pediu meios aéreos à Rússia, nomeadamente os aviões anfíbios russos Beriev Be-200 que no passado já atuaram na Grécia e em Portugal: https://archive.ph/0VFIP, https://archive.is/8Z0c7 e https://archive.ph/9WZwQ (exemplos).
Também circula uma captura de ecrã de um aparente artigo do Ministério das Situações de Emergência da Rússia (Emercom), alegadamente de 31 de julho de 2025, sobre a operação de dois Be-200 em Portugal: https://archive.ph/qimkX e https://archive.is/4X9L0.
+++ Factos: Portugal não fez qualquer pedido nem o poderia fazer devido às sanções da UE à Rússia +++
Questionado pela Lusa Verifica, o Ministério da Administração Interna português esclarece que apesar de existir "um acordo bilateral entre Portugal e a Federação da Rússia na área da Proteção Civil", assinado em 1999, "o Governo português não solicitou qualquer ajuda à Federação da Rússia - e, mais concretamente, para o envio de aviões anfíbios Beriev Be-200 - para o combate aos incêndios rurais."
O MAI acrescenta ainda que "um pedido nesse sentido violaria aquilo que são as atuais sanções europeias à Rússia", nomeadamente os vários pacotes adotados após o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, medidas que vieram complementar outras sanções impostas desde 2014, na sequência da anexação da Crimeia e da não-aplicação dos acordos de Minsk: https://archive.is/5MKvz.
De facto, entre as sanções em vigor estão "o encerramento do espaço aéreo da União Europeia (UE) a todas as aeronaves detidas pela Rússia, registadas na Rússia ou controladas por este país, incluindo aviões a jato privados de oligarcas", bem como "a proibição de aterrar, descolar ou sobrevoar o território da UE aplicável às aeronaves russas tripuladas e não tripuladas".
Além disso, no âmbito das mesmas sanções, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, na sigla em inglês) suspendeu as certificações de vários modelos de aeronaves russas, incluindo dos Beriev Be-200ES (https://archive.ph/jmp1Y), avião que chegou a combater fogos em Portugal várias vezes, como entre 2007 e 2008 e, mais tarde, em 2016.
Quanto à alegada notícia sobre os dois Be-200 a operar em Portugal, uma pesquisa no Google pelo título desse artigo devolve de facto a data 31 de julho de 2025 (https://archive.is/k2UUz), mas a consulta desse link revela tratar-se de um comunicado de 14 de Agosto de 2016, relativo à vinda de dois desses aviões para ajudar a combater os fogos desse ano: https://archive.is/u5SrG.
A Lusa Verifica tentou contactar o eurodeputado Nikolas Farantouris por várias vias mas não obteve respostas.
+++ Avaliação Lusa Verifica: Falso +++
É falso que Portugal tenha solicitado e recebido aviões anfíbios Be-200 da Rússia para ajudar no combate aos incêndios que têm assolado o norte do país. Essa informação enganadora foi divulgada por um eurodeputado grego e teve eco em alguns meios de comunicação social desse país, mas o MAI português assegura que esse pedido não foi feito até porque violaria as atuais sanções da UE contra a Rússia.
Ferido do Sabugal com 75% da área corporal queimada
De acordo com a fonte, a sua situação clínica é "muito instável, agravada pelas comorbidades que apresentava previamente".
O operacional da Afocelca (empresa de proteção florestal detida pelos grupos do setor da celulose Altri e Navigator), de 45 anos, ficou gravemente ferido em operações de combate ao incêndio que lavra no concelho do Sabugal.
A vítima foi estabilizada no local pelas equipas de emergência e posteriormente transportado, pelo helicóptero do INEM, para o Hospital de São João, no Porto.
Em relação ao ferido num acidente de um carro de bombeiros, na Covilhã, que provocou também uma vítima mortal, encontra-se "estabilizado, depois da ciruirgia realizada no domingo", segundo fonte do Hospital de Coimbra.
Neste hospital encontra-se também internado, com queimaduras graves e "prognóstico reservado", o enfermeiro ferido quando tentava ajudar populares no combate às chamas em Vila Franca do Deão, do distrito da Guarda.
O mesmo incêndio provocou também a morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.
Montenegro convoca Conselho de Ministros para aprovar apoios à população afetada pelos incêndios
Primeiro-ministro lamenta morte de operador de máquina em Mirandela
Foi com tristeza e consternação que recebi a notícia da morte de um operador de máquina de rasto em Mirandela. Deixo aos familiares e amigos as mais sentidas condolências. O esforço inexcedível dos muitos operacionais envolvidos no combate a esta guerra contra os incêndios é…
— Luís Montenegro (@LMontenegro_PT) August 20, 2025
Aviões Canadair cedidos por Marrocos terminaram missão
Os dois aviões Canadair cedidos por Marrocos para ajudar no combate aos incêndios em Portugal regressaram hoje ao país de origem, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Fogo na Pampilhosa da Serra sem chama ativa mas com pequenos reacendimentos
"Durante a noite, mais uma vez, fez-se aqui um trabalho extraordinário a tentar reduzir as linhas de fogo e conseguiu-se. Neste momento, não vemos fogo", disse à agência Lusa Jorge Custódio.
Segundo o autarca, o receio é que se volte a repetir o cenário observado nos últimos dois dias, com a circunscrição do fogo durante a noite e manhã e tardes marcadas por reacendimentos e novas frentes.
"Durante a noite consegue-se fazer este trabalho e, de manhã, temos o fogo praticamente extinto, mas depois durante o dia surgem sempre inúmeros reacendimentos", vincou.
Foi isso mesmo que aconteceu na terça-feira naquele incêndio que lavra desde dia 13, depois de começar no concelho vizinho de Arganil.
"Há pequenos focos de reacendimento que estão a ser combatidos logo de início, mas eles são tantos que o meu receio é que alguns deles depois se voltem a transformar em novas frentes", alertou o autarca.
Para Jorge Custódio, resta "esperar que não seja a mesma história" dos últimos dois dias e que, durante o dia de hoje, se possa dar o incêndio como dominado no seu concelho.
Na terça-feira, a Câmara da Pampilhosa da Serra decretou o prolongamento do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil por mais 48 horas.
Fonte da Autoridade Nacional da Proteção Civil disse à Lusa que os trabalhos a decorrer na Pampilhosa da Serra estão a evoluir favoravelmente.
Além de Arganil e Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, este grande incêndio estendeu-se também ao distrito da Guarda (Seia) e Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).
"Ligeiros avanços" no combate ao fogo na Covilhã mas situação permanece "muito instável"
"Os trabalhos durante a noite permitiram ligeiros avanços ao combate, mas a situação permanece muito instável e as condições e riscos mantêm-se elevados e tendem a agravar-se durante o dia, pelo que continua a ser necessário manter todos os esforços e meios no terreno", anunciou a Câmara Municipal da Covilhã.
Presidente da Câmara do Fundão fala em situação crítica por falta de meios
O presidente da Câmara Municipal do Fundão diz que o concelho está numa situação crítica. Paulo Fernandes queixa-se da falta de meios e teme que a situação piore se não existir esse reforço.
Fogo em Castelo Branco mantém duas frentes ativas
Em declarações à agência Lusa, pelas 09:20, Leopoldo Rodrigues explicou que a noite "foi muito melhor" do que a anterior.
"Felizmente, a noite foi melhor do que a anterior. A temperatura desceu e houve um aumento da humidade, o que provocou uma progressão mais lenta das chamas", disse.
O autarca adiantou que o dia de hoje também já permite a operação dos meios aéreos, pelo que o objetivo principal passa por tentar, pelo menos, circunscrever o fogo.
"Vamos tentar com os meios aéreos - que não foi possível utilizar na segunda e na terça-feira -- pelo menos limitar o fogo".
Este incêndio entrou em Castelo Branco a partir do concelho do Fundão, tendo origem em Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou na quarta-feira, pelas 05:00.
Este incêndio já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).
A Câmara de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ao final da noite de domingo.
Situação mais tranquila às primeiras horas da manhã
As autoridades locais pedem a mobilização de meios aéreos para controlar a progressão das chamas naquela região.
Situação mais calma no Fundão
Homem morre atropelado por máquina de rastos em Mirandela
A máquina terá tombado quando procedia à abertura de um estradão - uma via corta fogo - provocando a morte do homem que a operava. A RTP sabe que a vítima trabalhava para a empresa Norte Florestal.
Numa nota publicada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou os "sentidos pêsames à família do operacional de entidade colaboradora da Câmara Municipal de Mirandela", extensíveis ao presidente da autarquia.
Ponte da Barca faz contas aos prejuízos e incógnitas sobre ajudas
Por enquanto, pagam a alimentação dos animais do próprio bolso, os produtores de gado, mas não sabem quanto tempo mais aguentam.
Incêndios. Secretário de Estado da Proteção Civil admite descoordenação em alguns momentos
Foto: Lusa
Incêndio em fase de rescaldo
Ouvida pela agência Lusa, fonte do Comando Sub-Regional do Douro indicou que o fogo de Carrazeda de Ansiães entrou em rescaldo pelas 3h30. Às 7h00, permaneciam no terreno 111 operacionais, apoiados por 33 veículos.
Incêndio com início em Arganil segue fora de controlo
- Ao início da manhã, havia quatro incêndios ativos em território continental do país. O incêndio de Arganil continuava fora de controlo. Deflagrou há exatamente uma semana, na aldeia do Piódão, e propagou-se a seis concelhos: Seia, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Fundão, Covilhã e Castelo Branco;
- Na terça-feira, várias estradas estiveram cortadas nos concelhos afetados pelo fogo e muitas povoações estiveram sob ameaça;
- Lavravam ainda, perto das 7h00, os incêndios do Sabugal, Montalegre e Mirandela;
- O combate aos incêndios mobilizm perto de 2.600 operacionais. O fogo que deflagrou em Arganil é aquele que concentra mais meios, com 1.500 bombeiros. O incêndio de sabugal conta com 440 operacionais. Em Mirandela e em Montalegre combatem as chamas cerca de 300 bombeiros;
- No Sabugal, cinco pessoas ficaram feridas, das quais quatro ligeiras e uma em estado grave. Trata-se de funcionários de uma empresa de proteção florestal. O incidente aconteceu depois de uma viatura ter ardido no percurso entre o Sabugal e Benquerença;
- Os aviões Fireboss da suécia, que chegaram ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, estão a operar desde a tarde de terça-feira;
- O primeiro-ministro esteve na terça-feira no funeral do bombeiro que morreu num acidente a caminho do combate aos incêndios. Luís Montenegro foi recebido com o aviso da de uma popular, que disse que "não era bem visto" na Covilhã. O chefe do Governo esteve acompanhado pela ministra da Administração Interna;
- O presidente da República esteve, por sua vez, no funeral do ex-presidente da Junta de Vila Franca do Deão, que morreu a combater um incêndio. O ex-autarca tinha 43 anos e foi a primeira vítima mortal dos incêndios deste ano. Carlos Dâmaso presidiu à Junta de Freguesia durante 12 anos. Era de novo candidato às próximas autárquicas;
- A Polícia Judiciária deteve mais quatro suspeitos de fogo posto, entre os quais uma mulher de 61 anos, suspeita de ter ateado um incêndio florestal em Vila Real. Entretanto, a Direção Geral dos Serviços Prisionais indicou que, até terça-feira, havia 66 pessoas com decisões judiciais transitadas em julgado, devido a processos por este tipo de crime: 42 são reclusos condenados, 24 foram consideradas inimputáveis.
"Algo está em colapso". Autarca da Covilhã denuncia falta de norte no combate aos incêndios
De acordo com o autarca, na resposta aos incêndios que assolam o país nas últimas semanas "algo não está bem, algo está em colapso".
Na sua declaração, Vítor Pereira aponta que existem "muitas causas" para a situação dramática dos incêndios, nomeadamente a falta de meios para fazer face às frentes de combate.
Autarca da Pampilhosa da Serra aponta "floresta desordenada" como causa dos incêndios
"Podemos ter todos os institutos, podemos ter todas as organizações para fazer o debate sobre os incêndios, para fazer relatórios (%u2026), mas há uma questão de fundo que tem de ser debatida de uma vez por todas", que é a dos terrenos abandonados, explicou.
"Enquanto continuarmos a ter esta floresta desordenada e desorganizada, podemos ter todos os meios de combate disponíveis que vão ser sempre poucos".
Autarca da Guarda defende "pacto de regime" para enfrentar incêndios
O sistema faliu porque "continuam a morrer pessoas nos territórios". Na Guarda, o ex-autarca da Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, Carlos Dâmaso, morreu na última sexta-feira enquanto combatia um incêndio.
Sérgio Gomes sublinha que quem tem estado a defender as aldeias são "os populares" e que pediu por várias vezes ajuda à ANEPC, deparando-se com grande falta de meios. "Ficámos entregues a nós próprios", apontou.
Autarcas apontam falhas na prevenção e combate de incêndios
Foto: Jorge Esteves - RTP
Ouvidos na noite de terça-feira na RTP3, afirmam que é preciso mudanças nas atuais políticas de prevenção e combate.
Incêndios. Fogo já consumiu 2,7% do território continental
Foto: Paulo Novais - Lusa
Incêndios. Situação na Serra da Gardunha bastante complicada
"O senhor não é bem-vindo". Montenegro ouve protesto em funeral de bombeiro
Foto: Miguel Pereira da Silva - Lusa
O Presidente da República diz que é preciso que todos trabalhem melhor em conjunto para o país aprender as lições.