Reportagem

Incêndios em Portugal. A evolução da resposta do dispositivo ao minuto

O presidente da República sublinhou esta sexta-feira que a prioridade foi "proteger vidas humanas", ainda que isso tenha custado "uma maior área ardida" por comparação a 2017. Questionado sobre as medidas do Governo, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu acompanhar de perto a aplicação das mesmas, sobretudo as mais imediatas e urgentes. "O meu mandato esta a seis meses de acabar", lembrou. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da resposta do dispositivo.

Rachel Mestre Mesquita, Joana Raposo Santos, Andreia Martins, Cristina Sambado, Carlos Santos Neves - RTP /

Emissão da RTP3


Foto: José Coelho - Lusa

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Em entrevista à RTP3. Secretário de Estado da Proteção Civil admite a necessidade de uma avaliação

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Incêndio de Seia com duas frentes ativas em Loriga e Alvoco da Serra

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Fogo continua ativo no distrito da Guarda e pode agravar-se no fim de semana

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Mais de 270 operacionais combatem "incêndio complexo" em Castro Daire

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Mais de 1.600 operacionais combatiam às 00h00

Estas ocorrências de incêndios florestais eram as duas únicas de maior relevância em Portugal continental, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Ao longo de mais de uma semana, o fogo que começou no Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra estendeu-se ao concelho de Seia (distrito da Guarda), aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

Na Covilhã, o fogo tinha na sexta-feira à noite a maior parte do perímetro dominado, mantendo apenas uma frente ativa, mas controlada, no vale de Alforfa, que vai de Unhais para a Barragem do Padre Alfredo, de acordo com a autarquia.

A Câmara da Covilhã sublinhou que, apesar da "melhoria da situação atual", os meios "continuam no terreno e o trabalho de consolidação, rescaldo e vigilância vai prolongar-se com o objetivo de assegurar o controlo definitivo deste incêndio".

Em Seia, outro concelho onde o fogo estava ativo, a autarquia adiantou na sexta-feira à noite que o incêndio se mantinha "circunscrito, com duas frentes internas de difícil combate, mas de baixa intensidade", na encosta esquerda do Vale Glaciário de Loriga (combate apeado) e na encosta esquerda da Ribeira de Alvoco, proveniente de Unhais da Serra.

Já o incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde em Castro Daire, no distrito de Viseu, lavrava ao início da noite com intensidade e duas frentes ativas na serra, segundo o comandante no terreno.

Pelas 00:30 estava a ser combatido por 278 operacionais e 87 veículos.

O incêndio que começou na quarta-feira em Figueira de Castelo Rodrigo e avançou para os concelhos de Almeida e Pinhel, no distrito da Guarda, entrou na sexta-feira ao final da tarde em resolução e mantinha no terreno, pelas 00:30 de hoje, 106 operacionais, apoiados por 37 viaturas.

Também já em resolução, mas ainda nas ocorrências significativas para a Proteção Civil, o fogo que começou na semana passada no Sabugal, distrito da Guarda, mantinha 96 operacionais e 31 meios terrestres no terreno, enquanto o fogo que começou na sexta-feira em Armamar, distrito de Viseu, mantinha no local 56 operacionais e 16 meios terrestres.

O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, indicou que se registaram na sexta-feira, até às 17:00, 63 novos focos de incêndios rurais em Portugal continental.

O responsável lembrou ainda que se mantém em vigor até segunda-feira "o estado de prontidão especial no seu nível quatro [máximo]", bem como os planos distritais de emergência e proteção civil de Coimbra, Guarda e Castelo Branco e os planos municipais de Trancoso, Oliveira do Hospital, Arganil, Castelo Branco, Seia, Guarda, Covilhã e Fundão.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair ainda hoje.

Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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Lusa /

Uma frente ativa controlada e maior parte do perímetro dominado na Covilhã

"Está dominada a maior parte do perímetro do incêndio que tem lavrado no concelho, encontrando-se apenas uma frente ativa, mas controlada, no vale de Alforfa, que vai de Unhais para a Barragem do Padre Alfredo", destacou a autarquia, num balanço divulgado pelas 22:45 na rede social Facebook.

A Câmara da Covilhã sublinhou que, apesar da "melhoria da situação atual", os meios "continuam no terreno e o trabalho de consolidação, rescaldo e vigilância vai prolongar-se com o objetivo de assegurar o controlo definitivo deste incêndio".

"Continua a ser fundamental que as pessoas continuem a adotar comportamentos seguros e responsáveis, evitando qualquer atividade que possa colocá-las em risco ou contribuir para reativações", lembrou a autarquia.

Na atualização anterior, pelas 17:30, o município dava conta de duas frentes ativas, assinalando também várias "pequenas reativações" durante a tarde.

Devido aos incêndios, a Câmara da Covilhã decidiu cancelar a realização de uma visita encenada e de um concerto que estavam agendados para hoje, no âmbito da iniciativa Verão no Centro Histórico.

O município também anunciou hoje que tem disponível "uma consulta aberta para a avaliação de crianças que apresentem sintomas respiratórios agudos, nomeadamente tosse, dificuldade respiratória ou dor no peito".

"Esta medida destina-se a crianças e jovens até aos 18 anos e resulta de uma parceria com profissionais de saúde da área de Pediatria que se voluntariaram para proceder à avaliação, gestão e, em caso de necessidade, ao respetivo encaminhamento", explicou.

No terreno já se encontram equipas multidisciplinares a prestar apoio social às pessoas afetadas pelos incêndios.

Este incêndio, que começou no dia 13, em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Pelas 23:00, estavam no terreno 1.508 operacionais, apoiados por 519 meios terrestres, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem hoje mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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RTP /

Secretário de Estado diz ainda não ser tempo de avaliar combate aos incêndios

Rui Rocha, secretário de Estado da Proteção Civil, afirmou esta sexta-feira que ainda “não é o tempo” de avaliar o que possa ter corrido mal no combate aos incêndios.

“Hoje mesmo comecei um périplo pelos territórios nos concelhos primeiramente fustigados e que hoje já têm alguma normalidade”, explicou em entrevista à RTP3.

O responsável disse também ser intenção do Governo fazer, junto da Autoridade Nacional de Proteção Civil e no final “destes meses mais intensos”, uma avaliação e “correr a fita do tempo para perceber o que é que se passou para, em determinadas circunstâncias, alguns dos incêndios demorarem tanto tempo”.

Rui Rocha apontou para depois de outubro essa avaliação e discussão sobre o modelo organizacional da Proteção Civil.

O secretário de Estado explicou ainda que o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia não foi ativado mais cedo “porque se concluía que os meios que tínhamos disponíveis (…) eram suficientes para dar resposta aos teatros de operações que tínhamos no terreno”. 

Questionado sobre a ausência do Governo no terreno ao longo do último mês de incêndios, Rui Rocha relembrou a recomendação da comissão independente para que se evite essa presença em excesso.

“A comissão independente que analisou os incêndios de 2017 recomendou que os políticos não tomassem presença no teatro de operações”, disse à RTP, reconhecendo que no futuro deve ser repensada a presença de figuras do Executivo nos locais afetados.
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Guilherme de Sousa - Antena 1 /

Fogo deixa serra de Trancoso pintada de negro e sem alimento para animais

Foto: João Santos Costa - RTP

Com um cenário de cinzas no horizonte, o futuro agora é uma incógnita.

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Guilherme de Sousa - Antena 1 /

"Isto de dez em dez anos arde". Mourísia, uma aldeia rodeada de cinzas

Foto: Guilherme de Sousa - Antena 1

Em Mourísia, há poucas pessoas para fazer contas aos prejuízos do incêndio que deixou os montes em cinzas. Residente há 67 anos, Arménio Costa passou praticamente toda a vida nesta aldeia do concelho de Arganil.

O antigo presidente da junta, que tem formação em combate aos incêndios e experiência como trabalhador florestal, recorda os grandes incêndios que abalaram a terra.

“Isto de dez em dez anos arde. [Em 2017], ajudei a plantar várias centenas de pinheiros. Agora, com sete ou oito aos arderam outra vez”, lamenta. “As florestas estão abandonadas. O Estado devia ser o primeiro a dar o exemplo.”

Arménio Costa, com vasta experiência na área florestal, aponta as “folhosas” como uma solução para tentar travar os incêndios no futuro.

O impacto do incêndio que começou no Piódão nota-se na paisagem e nos campos agrícolas. Arménio Costa conseguiu salvar alguns animais, perdeu apenas as galinhas.

Quanto ao futuro, teme pela chegada das chuvas. “Mal chova, a água vai correr para a ribeira. Os terrenos vão ficar mais pobres.”
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RTP /

Linha de fogo atravessa encosta em Alvoco da Serra

Em Alvoco da Serra, Seia, uma linha de fogo atravessa toda uma encosta da Serra da Estrela. Os operacionais tentam a esta hora combater as chamas do cimo da montanha, numa altura em que o vento dificulta os trabalhos.
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Lusa /

Gouveia e Melo critica orgânica da proteção civil e falta de gestão florestal

"De comando e controle, sendo militar, julgo que tenho alguma coisa para dizer. As linhas de comando e controle têm de ser fluidas, simples e diretas. Quando são demasiado complexas, não fluidas, metem muitas agências, muitas entidades, no terreno depois, em stress, não funcionam e, quando não funcionam, acontece o que estamos a ver hoje todos nós portugueses", apontou o almirante na reserva Gouveia e Melo.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira de São Mateus, em Viseu, o candidato a Presidente da República defendeu a criação de um plano para as florestas a médio e longo prazo e não de um ano para o outro ou mudar em ciclos curtos.

"Não podem ser só ações de curto prazo. Não podem ser ações para escapar a uma pressão mediática a que estou, eu o Governo, a governação, mas ações verdadeiramente de médio e longo prazo que vão ajudar a resolver o problema", defendeu.

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Lusa /

Castro Daire com duas frentes ativas e a arder com intensidade

"Neste momento, o incêndio está ativo e arder com intensidade. Com duas frentes ativas em serra, na zona das eólicas. Uma das frentes tem um quilómetro, virada a poente, e a outra com quilómetro e meio, virada a nascente", disse à Lusa pelas 20:20 o comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva.

Pedro Rochinha adiantou que, de momento, "não há prognóstico, os trabalhos decorrem em todo o perímetro" e o esperado é que, "nas próximas horas, haja evolução do trabalho que está a ser feito".

O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no ponto de situação que fez pelas 19:00, admitiu que se tratava de um "incêndio complexo" com "elevadas velocidades de propagação".

O alerta deste incêndio aconteceu pelas 17:00 de hoje, em Bustelo, freguesia de Almofala, concelho de Castro Daire, distrito de Viseu.

Pelas 20:30, o incêndio era combatido por 241 operacionais apoiados por 71 veículos, segundo a página da internet da ANEPC.

Durante a tarde estiveram também meios aéreos a ajudar no combate ao fogo.

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RTP /

Incêndios. Quem perdeu a casa terá apoios de 100% até 250 mil euros

O Governo diz que vão ser indemnizadas perdas de património, colheitas e animais. Há várias verbas para a reconstrução quer de casas quer de negócios.

O plano aprovado em Conselho de Ministros é para ser colocado no terreno nos próximos dias.
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RTP /

Covilhã. Muitos agricultores afetados pelo incêndio no Paúl

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RTP /

Proteção Civil está a usar retardante em alguns incêndios

Foto: RTP

O sistema começou no dia 29 de junho, com duas aeronaves que levam três mil litros de produto cada uma.

A associação ambientalista ZERO admite que estes produtos sejam usados apenas em situações limite, mas têm sempre impacto no ambiente.
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RTP /

Incêndios. Bombeiro gravemente ferido está estável

Foto: Sérgio Ramos - RTP

A equipa de Pinhel, foi apanhada de surpresa pelas chamas quando as tentavam apagar. Os outros bombeiros que estavam no local conseguiram pôr-se a salvo.

Este voluntário de Pinhel mantém-se internado no Hospital Universitário de Coimbra.

Um bombeiro morreu e 308 ficaram feridos nos incêndios de 2025.
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Lusa /

Dominado fogo de Figueira de Castelo Rodrigo

Este incêndio começou pelas 14:58 de quarta-feira na localidade de Cinco Vilas, em Figueira de Castelo Rodrigo, e avançou pelas margens do rio Côa para os concelhos de Almeida e Pinhel.

De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 20:00 de hoje mantinham-se no local 207 operacionais, apoiados por 69 meios terrestres.

Foi neste incêndio que um bombeiro da corporação de Pinhel ficou ferido com gravidade, na quinta-feira, quando o autotanque que conduzia foi atingido pelas chamas, em Valverde, no concelho de Almeida.

O voluntário de 45 anos sofreu queimaduras graves e foi transportado pelo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica para os Hospitais de Coimbra.

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RTP /

Unhais da Serra. Operacionais mantêm-se vigilantes

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RTP /

Covilhã. Quatro aldeias estiveram confinadas

Agora, com mais gente nas aldeias, os encontros são nos cafés e as conversas sobre o fogo.
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RTP /

Incêndios. Mais de três mil operacionais mobilizados no país

A preocupação das autoridades mantém-se no fogo que começou em Arganil, no distrito de Coimbra, mas que já se estendeu a outros concelhos.
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RTP /

63 novos fogos mobilizam 2.210 operacionais

A Proteção Civil registou esta sexta-feira 63 novos focos de incêndios rurais no país, que mobilizam 2.210 operacionais, apoiados por 713 veículos e 32 meios aéreos. Os fogos com maior dimensão estão nas localidades de Arganil, Figueira de Castelo Rodrigo, Armamar, Vila Real e Castro Daire.

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Lusa /

Hotelaria e restauração dizem que medidas não respondem às necessidades do setor

Em resposta à agência Lusa, a associação aponta que as medidas anunciadas pelo Governo "constituem um enquadramento geral de resposta a situações de catástrofe", mas "são ainda muito genéricas e não respondem, para já, às necessidades específicas das atividades do alojamento turístico e da restauração, setores fortemente atingidos pelas consequências dos incêndios".

A AHRESP adianta ainda que "mantém contacto permanente com o Governo", bem como com as "Entidades Regionais de Turismo, designadamente a do Centro, onde se tem registado o maior número de incêndios", de modo a "transmitir as dificuldades" enfrentadas pelos seus associados e "agilizar soluções concretas que respondam às necessidades reais das empresas".

"De acordo com a indicação do executivo, as medidas concretas para o Turismo estão ainda a ser trabalhadas e deverão ser anunciadas em breve", acrescenta.

Apesar de não detalhar as medidas, a associação manifesta ainda uma "elevada expectativa" para que as propostas que apresentou ao executivo sejam acolhidas, defendendo que uma parte "substancial" dos apoios sejam a fundo perdido e aplicados "tanto aos territórios diretamente atingidos pelo fogo, como aos estabelecimentos encerrados por despacho governamental".

Por outro lado, defende que o remanescente desses apoios tenha "ciclos de amortização alargados, garantindo fôlego financeiro às empresas para ultrapassar esta crise".

A AHRESP refere que questionou as operadoras de telecomunicações e que "se disponibilizou para colaborar na identificação de soluções" face aos problemas de comunicações, tendo a MEO confirmado "estar a garantir a reposição progressiva dos serviços de comunicações nos concelhos afetados, sempre que reunidas as condições de segurança".

"A empresa sublinhou o esforço contínuo para garantir a continuidade das comunicações e manifestou total disponibilidade para colaborar com a AHRESP na sinalização de situações prioritárias, de forma a assegurar respostas rápidas e eficazes às necessidades das empresas e comunidades atingidas", acrescenta.

A associação reitera que, no âmbito do protocolo com a Liga dos Bombeiros Portugueses, têm sido enviados produtos essenciais para ser distribuídos nas zonas mais afetadas pelos incêndios.

O Governo aprovou na quinta-feira, numa reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em Viseu, um quadro com 45 medidas "a adotar em situação de incêndios de grandes dimensões, com consequências no património e na economia de famílias e empresas", e que pretende permitir, "de forma rápida e ágil, colocar no terreno medidas de apoio às regiões e pessoas afetadas".

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Lusa /

Agricultores de Mirandela afetados pelo incêndio pedem ajuda ao Governo

O fogo destruiu todo o alimento que Teresa Assis tinha para o gado. A pastora de Frechas tem 149 ovelhas, mas agora não tem palha para dar aos animais, visto que o incêndio queimou os "40 rolos grandes" de fardos de palha, que tinha junto à curriça. "Ardeu tudo. Ainda começou a arder dentro da curriça, mas tivemos tempo de o apagar e palha não temos nenhuma", contou à Agência Lusa, acrescentado que tentou salvar a propriedade, mas os bombeiros não a deixaram, devido ao perigo.

Conseguiu salvar o gado, porque o tinha a pastar bem junto ao rio, mas não deixa de ser "uma tristeza muito grande". "Foi uma coisa muito descontrolada, foi uma tristeza, só quem visse, até metia dó. Tudo ardido, é triste, ainda comecei a chorar", recordou. 

Agora admite que tem de "pedir ajuda" para a comida do gado e, na sua opinião, o Governo devia "comprar palha ou comida para semear" e oferecer aos produtores afetados. Mas tem pouca esperança de que isso aconteça: "Tenho um palpite de que não, nunca tenho sorte", lamentou. 

Não foi apenas o alimento do gado de Teresa Assis que ardeu. Também as abelhas estão agora sem alimento, rodeadas de um cenário negro, coberto de cinzas. Centenas nem sequer sobreviveram.

À Lusa, José Domingos, presidente da Cooperativa de Produtores de Mel da Terra Quente e Frutos Secos, adiantou que arderam "cerca de duas mil colmeias" no incêndio de Mirandela, que alastrou aos concelhos de Vila Flor e Alfândega da Fé, mas também no incêndio de Freixo de Espada à Cinta, que chegou a Torre de Moncorvo, e de Foz Côa.

Desde que se lembra, "nunca houve tamanha catástrofe", que reconhece trazer "problemas graves" para os apicultores: "O mel está cada vez mais barato, as produções cada vez menores e os encargos com as colmeias são cada vez maiores. O apicultor já estava um bocado apertado, com o arder das colmeias, pior fica", disse. 

Por isso, a cooperativa está a fazer "pressão" para que as "entidades competentes" ajudem apicultores como Sónia Silva, de Freixeda, que perdeu um apiário no incêndio.

Quando viu o fogo aproximar-se das colmeias, ainda conseguiu salvar "12", mas quando voltou para retirar as restantes 20 já não conseguiu.

Acabaram por ser consumidas pelas chamas. Um prejuízo incalculável. "Se for 100 euros por colmeia, são dois mil euros, sem contar com o tempo, os gastos, o vir cá, o alimento, o tratamento, o estimulante", lamentou, sublinhando que também terá de suportar os gastos com outros dois apiários que tem, uma vez que tudo foi reduzido a cinza e as abelhas não têm alimento.

Assim, a apicultora de Mirandela pede que o Governo a ajude, com "alimento" ou "na aquisição de enxames": "Têm de nos ajudar, porque isto é uma calamidade", afirmou. 

Apesar de não pensar em desistir da atividade, admitiu que tenciona reduzir na produção. "Desistir não é para já", mas se antes pensava ter "200 colmeias", agora abandonou a ideia, porque "quanto mais for o investimento, maior é o prejuízo", já que o incêndio "pode não acontecer para o ano, mas vai acontecer daqui a dois ou três". 

Mirandela, na Terra Quente do distrito de Bragança, é conhecida pelo seu azeite de excelente. São hectares e hectares de olivais, que o incêndio não poupou. Houve produtores que tiveram "perdas totais", com a capacidade produtiva "completamente destruída", segundo avançou à Lusa Francisco Pavão, da APPITAD - Associação Dos Produtores Em Protecção Integrada De Trás-os-montes E Alto Douro. 

Há agricultores que equacionam abandonar a atividade, visto que em algumas zonas é a "segunda ou terceira vez que arde nos últimos 30 anos" e, por isso, as pessoas estão "fartas" de continuar a plantar e depois "vir um fogo e rebentar com as produções".

Em Trás-os-Montes, o olival caracteriza-se por ser de sequeiro, o que significa que são precisos pelos menos "20 anos" para uma oliveira conseguir voltar a produzir no seu potencial máximo.

Com o incêndio, Francisco Pavão reconhece que "vai ter algum reflexo no preço do azeite, porque vai haver menos produção".

Estas preocupações foram transmitidas, hoje, ao município de Mirandela, numa reunião entre o presidente da Câmara, associações de agricultores e presidentes das juntas de freguesia. 

O autarca Vitor Correia explicou que o objetivo foi perceber os prejuízos no concelho, que vão ser reportados à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional que, por sua vez, transmitirá ao Governo. 

Além disso, o município criou um gabinete de "crise", que estará aberto, a partir de segunda-feira, no serviço da Proteção Civil, onde os afetados pelo fogo poderão dirigir-se e pedir ajuda para preencher o formulário para a obtenção do apoio do Governo.

O incêndio de Mirandela deflagrou no domingo e só foi dado como dominado dois dias depois. Chegou a colocar várias aldeias em perigo. 

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Duas frentes continuam ativas na Covilhã

Numa atualização feita às 17:30 de hoje na rede social Facebook, a Câmara da Covilhã informou que, "depois de momentos extremamente difíceis e complexos vividos na quinta-feira, a situação no terreno regista algumas melhorias".

No entanto, "o fogo mantém-se ativo e a exigir muita cautela e trabalho de combate", com frentes em Cortes do Meio e no vale da Barragem Padre Alfredo, acrescentou.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia, Vítor Pereira, disse que "a situação não é tão gravosa, aparentemente, quanto o era ontem (quinta-feira) à noite e ao final do dia".

"Até há bem pouco tempo tudo parecia mais calmo, mais tranquilo. Mas, como é hábito, a partir do momento em que a brisa de montanha começou a atuar, registaram-se dificuldades", contou.

No que respeita às frentes ativas, o autarca referiu que não se encontram povoações em risco.

No vale da Barragem do Padre Alfredo, a frente ativa lavra "numa zona mais elevada, com mais altitude, com muitas escarpas e fragas, com pouca arborização e mais combustível fino".

"Esta frente está longe das povoações e dirige-se para o alto da Torre. Se se dirigir com a ajuda do vento para a zona queimada tanto melhor", frisou.

Segundo o autarca, houve "pequenas reativações", por exemplo, no Dominguizo, em Unhais da Serra, em Vales do Rio e em Taliscas, que "estão a ser combatidas e poderão ser extintas com sucesso".

"Registaram-se agora à tarde, com a brisa de montanha e o calor a acentuar-se. É uma circunstância recorrente", acrescentou.

Vítor Pereira contou que os meios aéreos "continuam a atuar e a esperança é que eles retardem, atenuem e consigam travar o avanço das chamas, para que depois o combate com as máquinas de rasto e os homens e as mulheres apeados faça o resto".

Devido aos incêndios, a Câmara da Covilhã decidiu cancelar a realização de uma visita encenada e de um concerto que estavam agendados para hoje, no âmbito da iniciativa Verão no Centro Histórico.

O município também anunciou hoje que tem disponível "uma consulta aberta para a avaliação de crianças que apresentem sintomas respiratórios agudos, nomeadamente tosse, dificuldade respiratória ou dor no peito".

"Esta medida destina-se a crianças e jovens até aos 18 anos e resulta de uma parceria com profissionais de saúde da área de Pediatria que se voluntariaram para proceder à avaliação, gestão e, em caso de necessidade, ao respetivo encaminhamento", explicou.

As consultas, gratuitas, vão realizar-se na Zona de Concentração e Apoio à População instalada no Pavilhão de Vales do Rio, hoje (das 20:00 às 23:00), no sábado (das 15:00 às 20:00) e no domingo (das 09:00 às 13:00).

No terreno já se encontram equipas multidisciplinares a prestar apoio social às pessoas afetadas pelos incêndios.

Este incêndio, que começou no dia 13, em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem hoje mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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RTP /

"Prioridade foi proteger vidas". Marcelo diz que teria feito "exatamente o mesmo" no combate aos incêndios

O presidente da República falou aos jornalistas a partir da Feira do Livro do Porto esta tarde de sexta-feira.

Questionado sobre os incêndios que têm afetado o país nas últimas semanas, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a prioridade foi "proteger vidas humanas", ainda que isso tenha custado "uma maior área ardida" por comparação a 2017, por exemplo.
 
"No comando de uma operação destas o que é que fariam? Eu acho que faria exatamente o mesmo. Pouparia as vidas humanas, e na medida possível as povoações, sabendo que o preço era a área ardida ser maior”, apontou.

Sobre as críticas endereçadas à ministra da Administração Interna, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a assinalar a governante tinha assumido o cargo há dois meses, sendo que esta é uma questão complexa até para um ministro experiente, vincou.

Em relação às críticas feitas ao Governo, o chefe de Governo enfatizou que houve durante várias noites consecutivas o agravamento repentino com reacendimentos e que, mesmo com meios aéreos, tornava-se "impossível intervir" em alguns casos. 

Considerou, nesse sentido, que não houve um "problema de prevenção" e que, mesmo quando os meios eram "usáveis", tentavam travar "aquilo que a força dos fatores naturais tornava quase impossível travar".

A respeito das medidas apresentadas pelo Governo na quinta-feira após o Conselho de Ministros extraordinário, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se procurou criar um "quadro de medidas" para não ter de se "aprovar uma lei cada vez que há uma calamidade pública". 

Para além das medidas mais imediatas, há também um plano de futuro "a pensar a 25 anos", com a criação de um pacto sobre este tema. É uma ideia "que já vem desde 2017" e que o presidente aplaude. 

No entanto, prometeu apenas acompanhar de perto a aplicação de medidas mais imediatas e urgentes. "O meu mandato está a seis meses de acabar", lembrou.
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Agricultores de Castelo Branco escreveram carta a Montenegro a pedir apoios urgentes

Foto: Núria Melo - RTP

Depois dos incêndios das últimas semanas, a Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco e a Associação Florestal do Interior avisam que os prejuízos são incalculáveis. Mas além das perdas materiais, o fogo nestas regiões também significam perda de esperança.

Anibal Cabral pede uma aposta forte no interior do país e um reforço das medidas de apoio a estes sectores.

A associação mostra-se disponível para fazer a ponte entre o Governo e os agricultores, para permitir que os apoios cheguem ao terreno o mais rápido possível.
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Na Covilhã não há fogo perto de aldeias, mas as equipas continuam no terreno

Foto: Sónia Lobo Silva - RTP

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Paulo Braz - Antena 1 /

Incêndio chega à zona de serra das Penhas da Saúde

Foto: José Farias - RTP

Nas Penhas da Saúde, ainda há um foco de incêndio em zona de serra. Não há populações em perigo, mas ardem várias plantas de espécies protegidas.
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Antena 1 /

Não há povoações ameaçadas pelo incêndio em Armamar

Foto: Rui Rodrigues - RTP

No local estão cerca de 70 bombeiros a lutar contra as chamas.
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Antena 1 /

Ainda há cuidados junto à povoação de Cinco Vilas com alguns focos em Almeida

Foto: Hugo Melo - RTP

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Operacionais em trabalhos de vigilância no fogo de Figueira de Castelo Rodrigo

"A situação está tranquila, mais calma do que nos últimos dias. Há apenas alguns reacendimentos em dois pontos do concelho e do outro lado do rio Côa, já no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo", disse António José Machado, presidente da Câmara de Almeida, à agência Lusa.

Os reacendimentos estão a surgir junto à Quinta da Barca, na Estrada Nacional (EN) 340, na zona de Valverde, ambos no município de Almeida, e em Cinco Vilas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda.

"Este último deflagrou nas escarpas do Côa, de difícil acesso, onde se está a fazer combate apeado para evitar a propagação das chamas".

António José Machado acrescentou que os operacionais só já estão a efetuar trabalhos de consolidação e vigilância na área ardida.

O presidente da Câmara de Almeida estima que o incêndio possa entrar em fase de resolução nas próximas horas.

Às 17:30 mantinham-se no terreno 212 operacionais e 71 veículos, de acordo com o `site` da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Este incêndio começou pelas 14:58 na localidade de Cinco Vilas, em Figueira de Castelo Rodrigo, na quarta-feira, e avançou pelas margens do rio Côa para os concelhos de Almeida e Pinhel.

Um bombeiro da corporação de Pinhel ficou ferido com gravidade, quando o autotanque que conduzia foi atingido pelas chamas, em Valverde, no concelho de Almeida.

O voluntário de 45 anos sofreu queimaduras graves e foi transportado pelo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica para os Hospitais de Coimbra.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair ainda hoje.

Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

 

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Lusa /

Seia conta já seis casas de segunda habitação destruídas e continua a avaliar prejuízos

"Nesta fase, ainda que o incêndio não esteja dado como dominado, estamos a fazer o levantamento dos prejuízos, a tentar manter as vias municipais desimpedidas e também estamos a fazer o apuramento mais fino daquilo que tinha sido o levantamento dos prejuízos em edificado, nomeadamente habitações", afirmou à agência Lusa Luciano Ribeiro.

Segundo o autarca, além dos prejuízos em casas, está, igualmente, a ser verificada as "condições de segurança de alguns imóveis que poderão colocar em risco a via pública ou os vizinhos".

A Câmara de Seia iniciou hoje a entrega de palha aos proprietários de animais e de alimento artificial aos apicultores, com Luciano Ribeiro a assegurar que este apoio vai ser mantido e a agradecer a solidariedade de empresas e pastores.

O autarca reconheceu ser necessário "dar ânimo" às pessoas que têm estas atividades, "nalguns casos secundárias na sua vida profissional", para que as mantenham, pois são "fundamentais para a regeneração da paisagem e para que continuem neste território".

Questionado sobre as medidas anunciadas na quinta-feira pelo Governo para fazer face aos prejuízos decorrentes dos incêndios, o presidente da Câmara de Seia afirmou que, "quando não se declara situação de calamidade e passa a haver uma lei geral, é como quem diz que `isto deixou de ser calamidade e passou a ser a rotina`".

"Portanto, temos de estar preparados para essas circunstâncias que, com certeza vão ocorrer no futuro, mas também temos de ter a capacidade de nos tornarmos mais resilientes e não poder desistir do território, achar que meio Portugal, de quando em vez, é arrasado e já não há nada a fazer", argumentou.

O primeiro-ministro disse na quinta-feira não ver necessidade de decretar o estado de calamidade por causa dos incêndios, frisando foi aprovada legislação que permite "operacionalizar com muito mais rapidez" os mecanismos de ajuda que seriam disponibilizados nessa situação.

Para Luciano Ribeiro, é importante, "depois destes apoios de emergência que o Governo aprovou, medidas concretas para manter a economia destes territórios e depois que as instituições do Estado não se pendurem sempre nos municípios para resolver todos os problemas que lhes compete".

O autarca referiu em concreto a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, no que se diz respeito à estabilização das vertentes e linhas de água.

"Vão ser o problema imediato com as primeiras chuvadas", avisou, considerando que se continua "sem ter medidas concretas, uma ação e gente preparada para as medidas pós-incêndio e para a estabilização de emergência que, se for como no passado, ocorre dois ou três anos depois do cenário e já depois dos prejuízos serem mais agravados".

Luciano Ribeiro alertou ainda que, embora haja "apoios para empresas afetadas diretamente pelos incêndios", não se conhecem apoios para as que têm quebra de atividade significativa, "nomeadamente as empresas do turismo, que viram uma série de cancelamentos devido às notícias do incêndio no Parque Natural" da Serra da Estrela.

O incêndio que afeta o concelho de Seia, no distrito da Guarda, começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra.

Ao longo de mais de uma semana este incêndio de grandes dimensões já se estendeu, além de Seia, também ao concelho de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

Pelas 23h00 de quinta-feira, o município anunciou no Facebook que "o incêndio encontra-se circunscrito, estando em curso trabalhos de consolidação e rescaldo, bem como vigilância ativa".

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RTP /

Liga dos Bombeiros vai levar ao PR preocupações sobre coordenação do combate

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) afirmou hoje que vai levar ao Presidente da República as preocupações estruturais das corporações, mas também preocupações sobre a coordenação do combate aos incêndios.

Para a próxima semana está prevista uma reunião da LBP em Belém e António Nunes promete discutir "as reivindicações já feitas e as preocupações com o que se tem passado nos últimos dias".

A par da "questão das carreiras dos bombeiros voluntários, estatuto social do bombeiro, o estatuto de dirigente associativo ou comando nacional de bombeiros", a LBP vai "expor algumas preocupações sobre aquilo que se passou durante este período de combate aos incêndios florestais".

Em causa está a "falta de coordenação, da aplicação dos meios, disfunção da proteção civil e falta de informação", salientou António Nunes.

O presidente da LBP pretende também discutir com o Presidente da República o atraso no pedido de ajuda internacional e a "não convocação da Comissão Nacional de Proteção Civil".

"Perante a situação em muitos concelhos do interior do país, onde têm lavrado incêndios de grande intensidade, continuamos a não perceber porque é que a comissão não está ainda convocada", disse António Nunes.

Por outro lado, a "falta de um comando de bombeiros" prejudica a atuação no combate, acrescentou António Nunes, que elogiou a abertura do Presidente em ouvir a LBP.

Marcelo Rebelo de Sousa "já demonstrou, ao longo do seu mandato, um grande reconhecimento em relação aos bombeiros" e ao seu "trabalho imprescindível em prol das populações e na primeira linha da defesa das nossas populações", acrescentou ainda o dirigente da LBP.
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Guilherme de Sousa - Antena 1 /

Incêndio em Trancoso deixou rasto de destruição e de prejuízos

Jorge Esteves - RTP

Na aldeia de Venda do Cepo, o repórter Guilherme de Sousa visitou uma casa de família onde o fogo esteve muito próximo. Queimou árvores e memórias.
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RTP /

Turismo Centro de Portugal ativou plano de ação para apoiar empresas

A Turismo Centro de Portugal (TCP) ativou um plano de ação para apoiar autarquias e empresas turísticas afetadas pelos incêndios que lavram na região, anunciou hoje aquela entidade regional.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a TCP esclareceu que o plano "tem como ponto de partida o levantamento dos prejuízos materiais e das necessidades das autarquias e das empresas de turismo afetadas pelos incêndios".

Depois dessa informação estar reunida, a entidade regional de turismo irá solicitar reuniões ao Governo, através da secretaria de Estado do Turismo, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, comunidades intermunicipais e associações e parceiros representativos do setor "para que, em articulação permanente, sejam encontradas medidas rápidas e eficazes de apoio aos territórios atingidos".

"Esta estratégia será acompanhada de uma campanha de reafirmação da marca Centro de Portugal, destinada a mostrar que a região é vasta e que muitos dos principais ativos turísticos não foram afetados".

Acrescenta que a campanha "dará também destaque aos grandes eventos desportivos e culturais que vão decorrer nos próximos meses no território".

Citado na nota, Rui Ventura, presidente da Turismo Centro de Portugal, manifestou-se solidário com famílias que sofreram danos pessoais e materiais e com os municípios atingidos pelos fogos, deixando ainda um agradecimento aos bombeiros e à Proteção Civil.

Sobre o plano de ação, o responsável da TCP frisou que com o Centro de Portugal, e "com o empenho de todos, a recuperação começa de imediato".

"Este é um território de gente resiliente, de empresários visionários, onde a esperança nunca desaparece. O Centro de Portugal vai reerguer-se rapidamente e continuará a afirmar-se como um destino turístico de excelência, que todos os anos atrai cada vez mais visitantes do mundo inteiro", argumentou.

Notando ainda que aquela região de turismo "é muito maior do que as áreas atingidas pelos incêndios", Rui Ventura vincou que apenas uma parte do território dos 100 municípios que compõem a TCP "foi diretamente afetada".

"A região está, como sempre, preparada para receber os visitantes com a qualidade e a hospitalidade que lhe são reconhecidas, proporcionando-lhes experiências turísticas inesquecíveis", enfatizou Rui Ventura.
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Momento-Chave
RTP /

Incêndio em prédio no Cacém provoca vários feridos

Os 21 feridos leves foram todos transportados para o hospital Amadora-Sintra por inalação de fumo. Doze dos feridos foram resgatados pelos bombeiros de Agualva-Cacém.
O comandante dos bombeiros de Agualva-Cacém, Carlos Santos, adianta que o incêndio começou no primeiro piso. Uma moradora do segundo andar caiu ao tentar fugir, mas não sofreu danos. Recebeu apenas assistência por inalação de fumo.

O responsável elogiou ainda a rápida intervenção das autoridades com a rápida intervenção de várias corporações: São Pedro de Sintra, Queluz e Belas.

De acordo com a página da Proteção Civil, o incêndio urbano, em resolução, mobilizou 41 operacionais, apoiados por 17 meios terrestres.

Ainda segundo a Proteção Civil, as autoridades vão avaliar as condições de habitabilidade do prédio e os possíveis danos nos pisos superiores, desconhecendo, para já, as causas.
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Momento-Chave
RTP /

Número de vítimas mortais dos incêndios em Espanha sobe para cinco

Foto: Eliseo Trigo - EPA

Subiu para cinco o número de vitimas mortais dos incêndios em Espanha. Morreu um homem de 45 anos em Salamanca por complicações respiratórias.

Entretanto, novos fogos em Lugo e Pontevedra obrigaram à retirada de centenas de pessoas.
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RTP /

Secretário de Estado promete apoio ágil a bombeiros

Foto: João Santos Costa - RTP

Rui Rocha esteve reunido, esta sexta-feira de manhã, com o autarca de Ponte da Barca, um dos concelhos que registaram fogos de grande dimensão.
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RTP /

Animais em perigo no Fundão. Proprietários criticam governantes

Foto: Fátima Pinto - RTP

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RTP /

Oposição diagnostica teimosia e arrogância ao Governo

Foto: Miguel Pereira da Silva - Lusa

Chega e PS falam em arrogância e teimosia do do Executivo pelo atraso em pedir ajuda.
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Momento-Chave
RTP /

Montenegro nega ter desvalorizado flagelo dos incêndios

Luís Montenegro diz que nem tudo tem corrido bem e equaciona um pacto de regime para a gestão florestal e combate a incêndios.
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RTP /

Área ardida na Covilhã já é superior a 2022

Vítor Pereira, autarca da Covilhã, explicou à RTP como funciona o confinamento nas quatro localidades. A área ardida no concelho este ano já é superior a 2022.
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Momento-Chave
Lusa /

Uma dezena de casas de primeira habitação destruídas na região Centro

O concelho de Oliveira do Hospital, no interior do distrito de Coimbra, atingido pelo grande incêndio de Arganil, contabiliza o maior número (cinco), seguido da Lousã (dois), no mesmo distrito.

No caso das cinco habitações afetadas, o presidente da autarquia, Francisco Rolo, indicou na quinta-feira à agência Lusa que duas se localizam na freguesia de Avô, outra duas em Vila Pouca da Beira e uma em Aldeia das Dez.

A Câmara de Oliveira do Hospital tem em curso um plano de levantamento dos danos provocados pelo incêndio, sustentado em três pilares fundamentais -- pessoas, segurança e prejuízos -- que irá estar no terreno a partir de segunda-feira, com cerca de três dezenas de elementos dos serviços municipais, juntas de freguesia, segurança social ou instituições de saúde, entre outras.

Na Lousã, as chamas que deflagraram no dia 14 no Candal destruíram uma casa móvel de primeira habitação na Silveira de Cima e outra que estava em reconstrução para primeira habitação na localidade de Cabanões.

No distrito da Guarda, ardeu uma casa de primeira habitação em Aguiar da Beira, de acordo com o presidente da Câmara, Virgílio Cunha, que salientou a existência de vários imóveis de primeira habitação com danos, embora sem inviabilizar a permanência dos moradores.

O concelho de Aguiar da Beira começou a ser atingido nos dias 13 e 14 pelos fogos que tiveram início em Trancoso, no distrito da Guarda, e Sernancelhe e Sátão, no distrito de Viseu.

Também em Fornos de Algodres se registou a destruição de uma casa de primeira habitação.

Os municípios de Penamacor e Castelo Branco, neste distrito, contabilizaram uma casa ardida cada um.

O Governo definiu um apoio para a reconstrução de habitações de residência própria em situações como os incêndios rurais das últimas semanas, prevendo uma comparticipação "a 100% até ao montante de 250 mil euros", anunciou na quinta-feira o primeiro-ministro.

O valor remanescente, indicou Luís Montenegro, será comparticipado a 85%.

Segundo o primeiro-ministro, que falava num `briefing` após um Conselho de Ministros dedicado aos incêndios, realizado em Viseu, em causa está uma de várias medidas incluídas num novo "instrumento legislativo" aprovado hoje pelo executivo PSD/CDS-PP e que vai "funcionar como lei-quadro" para situações de emergência idênticas.

Com esta medida, o Governo poderá disponibilizar, no máximo, à data de hoje, cerca de 2,5 milhões de euros.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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Momento-Chave
RTP /

Governo reage aos incêndios em 45 medidas

Incluem apoios aos agricultores e à alimentação de animais e financiamento a 100 por cento para a reconstrução de casas danificadas.

As medidas avançam através de um novo mecanismo.
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RTP /

Mais uma noite de vigilância para populações ameaçadas por fogos

Foto: Fernando Andrade - RTP

Em Unhais da Serra, avistou-se um fenómeno raro - um tornado de fogo. Esta foi uma das três localidades do concelho da Covilhã confinadas, a que se juntou, já esta sexta-feira, uma quarta.

Já em Almeida o apoio dos habitantes foi fundamental para travar o incêndio que começou em Figueira de Castelo Rodrigo.
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Lusa /

Equipas multidisciplinares já estão no terreno na Covilhã

Segundo a Câmara da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, as equipas foram constituídas em parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI).

"A medida surge face à gravidade e extensão dos incêndios no âmbito de uma resposta necessária, urgente e imediata que será garantida por técnicos municipais, por quatro psicólogas da UBI, envolvendo ainda o projeto Radar Social e CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social) Covilhã", explicou.

Psicólogas, assistentes e técnicos sociais já iniciaram a primeira fase do trabalho, fazendo o levantamento das situações mais urgentes, e estão desde hoje "a realizar as primeiras visitas no terreno, num planeamento que terá de ser validado diariamente, face à evolução da situação operacional".

Segundo a autarquia, foram também criadas duas linhas telefónicas de apoio psicológico (965573925 e 965573907).

O município garantiu que está a acompanhar, desde o início, os trabalhos no terreno: "Além do Serviço Municipal de Proteção Civil, das equipas operacionais e de apoio logístico que têm estado empenhadas na ajuda ao combate, também mobilizou para as zonas afetadas equipas da ação social, que asseguraram a instalação e funcionamento das várias Zonas de Concentração e Apoio à População que foram criadas ao longo dos últimos dias".

Numa atualização feita às 09:30 de hoje na rede social Facebook, a Câmara da Covilhã referiu que, "apesar dos esforços desenvolvidos ao longo da noite, o incêndio que lavra no concelho se mantém ativo e a progredir com intensidade".

Nesse âmbito, o apelo de confinamento foi alargado à localidade de Bouça e mantém-se para Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio.

Este incêndio, que começou no dia 13, em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem hoje mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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Lusa /

Destruídos 300 hectares de espaço "rewilding" em Pinhel

"O incêndio que deflagrou em Cinco Vilas alastrou ao concelho vizinho de Pinhel, atingindo a área de "rewilding" do Ermo das Águias, gerida pela Rewilding Portugal. O fogo consumiu cerca de 300 hectares de vegetação, incluindo zonas em processo de restauro ecológico", referiu a ONG (Organização Não Governamental) ambiental, que está sediada na Guarda, num comunicado enviada à agência Lusa.

A Rewilding Portugal adiantou que, apesar da extensão do fogo, "todos os animais que habitam a área encontram-se em segurança, incluindo as várias manadas de cavalos Sorraia e de Tauros que contribuem para a gestão natural do território" naquela zona do Grande Vale do Côa.

O Ermo das Águias situa-se em Vale de Madeira, no concelho de Pinhel, e acolhe desde 2022 herbívoros semisselvagens, como os Tauros -- um bovino que se assemelha ao extinto auroque -- e os cavalos Sorraia, uma raça autóctone portuguesa.

Estes animais têm "um papel fundamental na manutenção de paisagens de mosaico, sendo herbívoras naturais e grandes aliados na proteção da biodiversidade, incluindo na prevenção de incêndios, pelo papel que assumem na gestão e controlo da biomassa presente na paisagem".

"Além do impacto direto no Ermo das Águias, muitos parceiros da Rewilding Portugal foram também afetados, incluindo apicultores, agricultores e outras iniciativas locais, com perdas significativas em terrenos, apiários, sistemas de rega, maquinaria e plantações", adiantou a organização que se dedica à conservação da Natureza.

Nesse sentido, a Rewilding Portugal lançou uma campanha de `crowdfunding` para financiar a recuperação e restauro pós-incêndio no Ermo das Águias, mas também para apoiar os parceiros afetados e implementar medidas de prevenção que "aumentem a resiliência da paisagem a fenómenos extremos".

A campanha está disponível em https://gofund.me/1a69a893.

Pedro Prata, dirigente da Rewilding Portugal, sublinhou que esta iniciativa pretende "agilizar uma resposta rápida no pós-fogo, para bem dos parceiros e da biodiversidade" do Grande Vale do Côa.

Para o responsável, citado no comunicado, os incêndios deste ano enquadram-se numa tendência preocupante.

"Esta situação já era previsível dado o clima que enfrentámos desde o inverno até à data. Ainda assim, estamos a bater recordes de ignições e área ardida. Trata-se de uma nova realidade com a qual temos de lidar devido às alterações climáticas".

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Momento-Chave
RTP /

Governo será "parte da solução"

O secretário de Estado da Proteção Civil esteve em reunido em Ponte da Barca com autarcas e bombeiros da região.
Aos jornalistas, Rui Rocha afirmou que o executivo “será parte da solução” na agilização dos processos de apoio à população e garantiu “pagamentos rápidos”.
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RTP /

Meios aéreos permanecerem em Cortes do Meio

Cortes do Meio, em Unhais da Serra, foi uma das localidades mais atingidas pelas chamas.
Esta manhã, a equipa da RTP confirmou que os meios aéreos permaneciam no local a combater os reacendimentos.
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RTP /

Serra da Estrela foi muito fustigada pelos incêndios

A reportagem da RTP está nas Penhas da Saúde, concelho da Covilhã, onde constatou que os meios aéreos estão no terreno a realizar ataques de combate às chamas.
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Lusa /

Regulador recebe 16 participações sobre cobertura mediática

Contactada pela Lusa, a ERC esclarece que "recebeu, em 2025, até ao momento, 16 participações, a respeito da cobertura mediática de incêndios rurais", sem adiantar mais detalhes.

O regulador dos media recordou que "recomenda que os media observem os princípios e recomendações constantes da sua Diretiva para a cobertura informativa de incêndios rurais e outras catástrofes, que foi emitida em outubro de 2020".

A diretiva pode ser consultada em https://www.erc.pt/document.php?id=YzFlYTk1NWMtOTVkZi00YmViLTlhNjEtNzI2MDQzMjk1MTFi.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem hoje mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

 

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Lusa /

Governo esclarece que isenção de taxas é para doentes não referenciados

O esclarecimento consta do comunicado do Conselho de Ministros realizado na quinta-feira em Viseu, hoje divulgado.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou, na quinta-feira, o reforço de cuidados de saúde nas zonas afetadas pelos incêndios florestais, incluindo a isenção de taxas moderadoras e a dispensa gratuita de medicamento pelas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A antiga ministra da Saúde Marta Temido (PS) reagiu confessando que estremeceu ao ouvir o anúncio.

"Confesso que estremeci ao ouvir. As taxas moderadoras já não existem no Serviço Nacional de Saúde, salvo urgências não referenciadas, desde maio de 2022", escreveu na rede social X, acrescentando que, "em momentos tão difíceis para tantas famílias, era importante que a comunicação fosse rigorosa e clara".

De acordo a Administração Central do Sistema de Saúde, a legislação mais recente aplicável data de 27 de maio de 2022 e altera o regime de cobrança de taxas moderadoras no SNS.

Segundo o decreto-lei, que tem assinatura de Marta Temido e vigora desde 01 de junho de 2022, a cobrança de taxas moderadoras "é dispensada no atendimento em serviço de urgência nas situações em que há referenciação prévia pelo SNS ou nas situações das quais resulta a admissão a internamento através da urgência".

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem hoje mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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Covilhã
RTP /

Cortes do Meio é a aldeia que suscita mais preocupação

Pouco depois das 11h00, embora a frente de fogo ativa no concelho da Covilhã continuasse ainda distante, as autoridades mostravam-se particularmente preocupadas com Cortes do Meio, uma de quatro aldeias confinadas.

Ouvido pela RTP no local, o presidente da Junta de Freguesia de Cortes do Meio, Jorge Viegas, confirmou que um helicóptero integrado no dispositivo de combate às chamas ficou inoperacional.
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Lusa /

Mais meios e trabalhos de contenção ajudaram a controlar fogo em Almeida

"Durante a noite houve um reforço significativo de homens e viaturas, nomeadamente máquinas de rasto, que estiveram empenhados em trabalhos de contenção para debelar o incêndio e facilitar o trabalho dos meios aéreos hoje de manhã", adiantou à agência Lusa o presidente da Câmara de Almeida, António José Machado, por volta das 10:30.

Segundo o autarca, neste concelho raiano do distrito da Guarda mantém-se ativa uma frente, que avança lentamente em direção à Estrada Nacional (EN) 340, na zona de Aldeia Nova.

"Está na margem esquerda do rio Côa e a preocupação dos operacionais é que não passe para a margem direita. O fogo está ativo em zonas muito escarpadas e a arder muito lentamente. Os Alpha [aviões médios] estão a ser uma ajuda preciosa", acrescentou.

Uma segunda frente lavra em Cinco Vilas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, onde começou este fogo, na quarta-feira, mas também aqui estão empenhados vários meios aéreos.

O presidente da Câmara de Almeida referiu ainda a existência de alguns pontos quentes no perímetro do incêndio que estão sob vigilância dos operacionais.

"Estão posicionados em vários pontos para atuarem de imediato assim que haja reacendimentos e parar o fogo logo ao início", disse António José Machado.

O autarca acrescentou que, por enquanto, não há vento e que mais meios deverão chegar ao concelho durante o dia de hoje para "resolver esta ocorrência".

Este incêndio começou pelas 14:58 na localidade de Cinco Vilas, em Figueira de Castelo Rodrigo, na quarta-feira, e avançou pelas margens do rio Côa para os concelhos de Almeida e Pinhel.

Às 10:44 de hoje estavam empenhados nesta ocorrência 225 homens, 71 veículos e seis meios aéreos, segundo o `site` da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Um bombeiro da corporação de Pinhel ficou ferido com gravidade, quando o autotanque que conduzia foi atingido pelas chamas, em Valverde, no concelho de Almeida.

O voluntário de 45 anos sofreu queimaduras graves e foi transportado pelo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica para os Hospitais de Coimbra.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair ainda hoje.

Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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Lusa /

Controlado fogo na Extremadura espanhola que avançava há dez dias

O fogo "foi estabilizado" durante a madrugada, disse o executivo regional, indicando que seis meios aéreos e mais de 200 pessoas continuam a combater e a controlar este incêndio.

A expectativa é que a partir das 18:00 (17:00 em Lisboa) baixe o nível de gravidade do incêndio de 2 para 1 (numa escala que em Espanha vai de 0 a 4) e que sejam desmobilizadas as equipas da Unidade Militar de Emergências (UME, uma força especial das Forças Armadas espanholas que atua em cenários de catástrofe), assim como os meios internacionais, ficando no terreno os meios próprios do governo regional, disse o conselheiro da Presidência da Junta da Extremadura, Abel Bautista.

A partir da mesma hora deverão regressar a casa as pessoas que foram desalojadas temporariamente por causa do incêndio, acrescentou.

A situação global dos fogos no noroeste e no oeste de Espanha (sobretudo as regiões da Extremadura, Castela e Leão e Galiza, todas na fronteira com Portugal), continua a melhorar hoje, pelo terceiro dia consecutivo, indicaram as autoridades locais.

A evolução favorável dos fogos coincide com uma descida das temperaturas e um aumento da humidade relativa desde terça-feira, após uma onda de calor de 16 dias consecutivos em Espanha.

Ainda assim, na Galiza, mantêm-se oito incêndios ativos, cinco dos quais de grande dimensão e considerados de gravidade na região de Ourense, onde já arderam mais de 78.500 hectares.

Um desses incêndios, em Larouco, é já considerado o maior de sempre na Galiza e já calcinou mais de 30 mil hectares.

Em Castela e Leão, continuam ativos oito incêndios de gravidade.

O último balanço da Proteção Civil nacional espanhola, feito a meio do dia de quinta-feira, dava conta de 18 incêndios graves no país e condições meteorológicas favoráveis ao controlo progressivo e extinção.

Em Espanha são os governos regionais que têm a tutela da proteção civil e do combate aos incêndios, podendo solicitar meios aos Estado central e pedir à Proteção Civil nacional que mobilize ajuda de outras comunidades autónomas.

O Governo espanhol ativou em 11 de agosto o mecanismo europeu de proteção civil para solicitar meios internacionais e recebeu ajuda de nove países da UE, naquele que é o maior contingente de ajuda internacional que já chegou ao país desde 1975, referiu a Proteção Civil espanhola.

Através de acordos bilaterais há ainda meios de Andorra e Portugal em Espanha.

A área ardida este ano em Espanha ronda os 400 mil hectares, um recorde anual, indicam os dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que tem registos comparáveis desde 2006.

O EFFIS referiu que Espanha é o país da UE com maior área ardida este ano até agora.

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Fundão
RTP /

Fogo sem frentes ativas

O fogo no concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, estava esta manhã sem frentes ativas. Decorriam trabalhos para prevenir reacendimentos, segundo o presidente da Câmara Municipal, Paulo Fernandes, ouvido pela agência Lusa.

"Neste momento, temos o incêndio apagado, ou seja, não temos neste momento nenhuma frente ativa", adiantou Paulo Fernandes. Em curso está a vigilância, "por causa de reacendimentos que podem acontecer durante este dia" e da "tentativa de consolidação de um perímetro absolutamente gigantesco".

O quadro atual implica "ainda muitos recursos".

"Agora com o apoio, que esperamos continuar (a ter) dos meios aéreos para aquilo que possam ser alguns reacendimentos e com a vigilância que conseguirmos fazer com as nossas capacidades, vamos esperar que o dia continue de feição e começar a olhar para um conjunto de estragos gigantes e tentar passar a página agora para aquilo que é a tentativa de começarmos a pensar como recuperar desta tragédia", acrescentou o autarca.

A noite, continuou, foi "muito dura nos sítios críticos, à volta da Serra da Gardunha, a tentar tapar qualquer forma" de o fogo "ter linha de continuidade".
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Momento-Chave
Covilhã
RTP /

Quatro aldeias permanecem em confinamento

Às três localidades que, na quinta-feira ao final do dia, estavam em confinamento, por causa da evolução do fogo, juntou-se nas últimas horas uma quarta.

Este quadro abrange agora Bouça, Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio. Dados recolhidos pela equipa de reportagem da RTP em Unhais da Serra.
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Seia
RTP /

Incêndio circunscrito e em consolidação e rescaldo

O incêndio que atingiu o concelho de Seia, no distrito da Guarda, está circunscrito, estando agora em curso trabalhos de consolidação e rescaldo, de acordo com a Câmara Municipal.

Em publicação na rede social Facebook, a partir de dados das 23h00 de quinta-feira, por parte do Posto de Comando Operacional, "o incêndio encontra-se circunscrito, estando em curso trabalhos de consolidação e rescaldo, bem como vigilância ativa".

Nesta terceira frente do incêndio que teve início no Piódão, no concelho de Arganil, encontravam-se no terreno 172 operacionais, apoiados por 46 viaturas e uma máquina de rastos.

Citada pela agência Lusa, fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela avançou que "parte do incêndio no município de Seia está dominado e outra parte em rescaldo e consolidação de rescaldo".

"Há uma parte, na zona de Loriga, onde o fogo progride, numa zona de mato, sem acessos, mas está circunscrito àquela área", indicou a mesma fonte.
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Momento-Chave
Antena 1 /

Autarca de Figueira de Castelo Rodrigo espera que meios aéreos ajudem a extinguir fogo

Miguel Pereira da Silva - Lusa

O autarca Carlos Condesso tem esperança que a chegada de aeronaves termine o incêndio durante a manhã. O vento durante a noite atrapalhou o combate às chamas.
Este combate às chamas no concelho começou na quarta-feira. Para os bombeiros que têm enfrentado incêndios de vários dias, o cansaço é inevitável.
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Castelo Novo, Fundão
RTP /

Manhã com quadro de acalmia

A equipa de reportagem da RTP em Castelo Novo mostrou a mancha de terra queimada deixada pela passagem do fogo nas imediações das casas.
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Momento-Chave
Possibilidade de aguaceiros
RTP /

Esperada descida das temperaturas no domingo

As temperaturas máximas deverão cair entre dois a sete graus Celsius em Portugal continental no próximo domingo. Há mesmo possibilidade de aguaceiros dispersos no centro e no sul, segundo a meteorologista Maria João Frada, ouvida pela agência Lusa.

Todavia, a terem lugar, os aguaceiros dispersos não vão ter impacto nas zonas atingidas por incêndios. "O que vai ajudar é a descida dos valores da temperatura máxima e o aumento da humidade relativa a partir da noite de 23 para 24, isso sim ajuda", apontou a meteorologista.

A previsão esta sexta-feira e sábado é de céu pouco nublado ou limpo e e pequena subida das temperaturas nas regiões do norte e centro, sendo os valores mais elevados no Vale do Tejo e interior do Alentejo e interior centro.

"Depois no domingo temos então de um modo geral mais nuvens na generalidade do território, neblina matinal e depois durante a tarde aumento temporário de nebulosidade com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoadas, mas serão dispersos e nas regiões centro e sul", indicou.
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"Não houve progressões preocupantes"
RTP /

Evolução favorável da resposta noturna aos fogos de Arganil e Figueira de Castelo Rodrigo

O combate aos fogos que tiveram início em Arganil, no distrito de Coimbra, e Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, e que se propagaram a vários concelhos vizinhos, decorreu favoravelmente durante a noite. O balanço é de fonte do comando sub-regional das Beiras e Serra da Estrela, citada pela agência Lusa.

Pelas 6h45, a Proteção Civil indicou que "não houve progressões preocupantes" em ambos os incêndios, que permanecem ativos, e que se registou "uma melhoria significativa no combate, que decorre favoravelmente".

Ainda assim, durante a madrugada, houve reacendimentos em localidades do Fundão, que foram entretanto controlados.

Na quinta-feira, a frente de incêndio que entrou no concelho da Covilhã ditou medidas de confinamento em Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio.

Às 7h00, o fogo com início em Arganil no passado dia 11 de agosto era combatido por 1.605 operacionais, apoiados por 548 veículos. Já a resposta ao incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo, que começou na quarta-feira, mobilizava 255 bombeiros e 81 veículos.
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Lusa /

Programas eleitorais passaram a dar mais atenção aos incêndios após 2017

"Os incêndios em Portugal normalmente só são tema de debate político enquanto estão a acontecer. Num ano `normal`, depois de setembro ninguém quer saber mais do assunto. Este ano deixou de ser `normal` a partir do momento em que ultrapassámos os 200 mil hectares de área queimada, por isso prevejo que o tema dos incêndios venha de facto a fazer parte da campanha eleitoral", antevê Joaquim Sande Silva.

O investigador da ecologia do fogo no Centro de Investigação em Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (Cernas), do Instituto Politécnico de Coimbra, acrescentou, em declarações à Lusa, que existem concelhos com áreas queimadas extremamente elevadas e com elevados prejuízos.

Por isso, salientou que o tema vai estar seguramente presente nesses concelhos na campanha para as autárquicas de 12 de outubro.

O presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil (CEIPC), Duarte Caldeira, confirmou que, "tradicionalmente, durante muitos e muitos anos, a responsabilidade dos municípios relativamente à proteção civil, em geral, e aos incêndios florestais, em particular, era entendida como circunscrita nos apoios concedidos aos bombeiros".

"A partir de 2017 e das consequências que daí decorreram, em que foi particularmente focada a responsabilidade que os municípios também têm, além da administração central, na proteção civil, há uma alteração muito significativa" e "um aumento mais acentuado" no investimento e na responsabilização dos autarcas, explicou.

O incêndio florestal que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e que alastrou aos distritos de Castelo Branco e Coimbra provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, e em outubro do mesmo ano morreram 51 pessoas e mais de 70 ficaram feridas, em fogos em 14 municípios de nove distritos.

Duarte Caldeira, também antigo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, recordou um estudo de 2013, no âmbito do CEIPC, aos programas eleitorais em 10 concelhos, com três tipologias - do interior norte e centro, marcadamente rurais; do interface, com área urbana e rural, e espaço florestal significativo; e urbanos, no caso Sintra e Matosinhos.

Segundo as conclusões, "verificava-se um significativo desinteresse nos programas eleitorais relativamente a medidas das autarquias neste domínio" do sistema de proteção civil e intervenção nos espaços florestais.

"Particularmente após os incêndios de 2017, dado o impacto e o sobressalto cívico que representaram os danos provocados, quer em mortes de pessoas, quer em património e no território, houve uma espécie de alerta aos municípios pelo seu papel na gestão dos espaços florestais e rurais, e interligação com a segurança das populações", vincou Duarte Caldeira.

O dirigente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), João Joanaz de Melo, admitiu que, do que ouviu de alguns candidatos, ainda não escutou nada sobre incêndios, mas até compreende, pois "é um tema difícil, onde as câmaras têm algumas competências importantes, mas poucos meios e pouco `know-how`".

"As grandes orientações, ao nível do ordenamento do território e pagamento de serviços dos ecossistemas, deviam ser nacionais, mas são curtas, pouco estratégicas e com meios escassos. Falta por completo uma coordenação operacional de escala regional e sub-regional", considerou.

Para Paulo Lucas, da direção da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, "a menos que os fogos ocorram em plena campanha eleitoral", em geral, este "não é tema" nas candidaturas.

"Tem a ver um pouco com as limitações das atribuições e competências dos municípios nesta matéria", apontou o ativista, notando que, apesar das atribuições no ordenamento do território, as competências dos autarcas em proteção civil são "apenas a nível concelhio, o que faz com que, na realidade, sejam meros espetadores do que está a ocorrer".

"Há sempre nas propostas dos candidatos o apoio à corporação de bombeiros. Isto é seguro porque o primeiro nível de trabalho de equipa de uma câmara municipal, que tem os seus próprios serviços municipais de proteção civil, é a cooperação com a ou as corporações de bombeiros do município", contrapõe o presidente da Câmara de Aveiro, José Ribau Esteves (PSD).

O também vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que protagonizou sete campanhas eleitorais e participou "em mais três ou quatro sem ser candidato a presidente de câmara", admitiu haver candidatos que "têm um programa com menos pormenor", mas "é importante que nas candidaturas haja abordagem a essa matéria".

"Esse tema tem que entrar no discurso dos autarcas, não sei se em programas de campanha ou isso, mas tem que entrar, até porque os autarcas, em particular nalgumas regiões, sentem bem o problema e muitos conhecem bem a realidade e têm intervenção", defendeu Domingos Xavier Viegas.

O diretor do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF), da Universidade de Coimbra, reiterou que os programas de campanha dos autarcas devem abordar o tema, "até por cada vez mais estarem envolvidos na definição dos programas de prevenção e de proteção do território".

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Lusa /

Programas de campanhas eleitorais evitam medidas objetivas sobre incêndios

"De uma forma geral, apesar de a partir de 2017 haver essa valorização, há uma opção muito clara por princípios genéricos, e acabam por não se estabelecer compromissos claros de medidas objetivas, que sejam mensuráveis", afirmou Duarte Caldeira, em declarações à Lusa.

O presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil (CEIPC), estabelecido em Mafra, acrescentou que "medidas concretas, objetivas, que sejam mensuráveis para os cidadãos" são "um deserto", mas "é um problema que não é só das autarquias, é do exercício da ação política no país".

"Os partidos políticos têm muito por hábito fugir o mais possível de medidas que sejam mensuráveis, logo suscetíveis de avaliação. Portanto, há uma abordagem por natureza genérica por autodefesa, ou seja, é muito difícil chegar ao fim do mandato [e avaliar quando alguém diz apenas] `melhorar a qualidade de vida das populações`", descreveu.

"Melhorar a qualidade de vida dos cidadãos é uma coisa genérica, que pode ser tudo e pode não ser nada, não é? E, portanto, essa ausência de quantificação de medidas é uma característica, de uma forma geral, dos programas eleitorais, porque assim também se defendem", reforçou Duarte Caldeira, considerando que "representa um desrespeito, quer pelas suas responsabilidades, quer pelos cidadãos que votam nas respetivas candidaturas".

Em relação à prevenção de incêndios florestais, o antigo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses destacou a redução da biomassa junto ao edificado, mas notou as dificuldades económicas de uma parte da população e os proprietários de imóveis emigrantes, que regressam ao país no período de férias, em agosto, "quando é proibido fazer este tipo de trabalhos".

Quanto à eventual ocorrência de mais fogos em anos de eleições, Duarte Caldeira admitiu que "durante muitos anos houve essa perceção", mas ao verificar-se "que há incêndios florestais graves em anos eleitorais e em anos não eleitorais, é difícil estabelecer uma relação causa e efeito".

"Desde o ano 2000, o que se verifica é que é verdade que há anos eleitorais onde é coincidente a existência de uma maior área ardida, maior número de incêndios, mas também é verdade que há outros anos de igual constatação e que não tem nada a ver com o ato eleitoral", frisou.

Este ano, prosseguiu, quando se está "além do meio de agosto, ainda com setembro pela frente", corre-se "o elevado risco, de não ficar muito longe dos resultados de 2017, não em relação a vidas humanas, porque esse é o valor maior, mas relativamente aos danos provocados, quer no ambiente, quer no espaço florestal, quer no edificado, quer sobretudo em relação ao espaço agroflorestal".

"A menos que tenhamos, tal como se verificou o ano passado, [um] setembro atípico e que, portanto, fique circunscrito aos resultados de agosto", vincou.

Para o dirigente do CEIPC, o país já está "num ano grave". Sem contar com os danos em habitações, culturas ou animais, já foram ultrapassados os 200 mil hectares de floresta ardida, o que coloca Portugal "a caminho de um ano" que poderá ficar atrás de 2017 se não se registar "um setembro mais complicado".

Sobre o que mudou desde o trágico 2017 - ano de com mais de 100 mortos nos incêndios de junho e outubro -, o especialista apontou como "mais-valia incontestável" a "capacidade de antecipar a deslocação de população dos locais de risco, não esperando pela aproximação do incêndio", com uma "articulação entre as forças de segurança e os municípios" absolutamente "exemplar".

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Perigo máximo de incêndios
RTP /

Abrangidos mais de 50 concelhos

Mais de meia centena de municípios dos distritos da Viseu, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro encontram-se esta sexta-feira em perigo máximo de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Vários concelhos do interior norte e centro e do Algarve estão em perigo muito elevado de incêndio rural e as demais regiões do continente em situação de perigo elevado.

Para sábado prevê-se um agravamento do risco de incêndio florestarl, ainda segundo as previsões do IPMA.

Recorde-se que escala de perigo tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos assentam na temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação em 24 horas.

A meteorologia prevê para esta sexta-feira, no continente, céu pouco nublado ou limpo, com mais nebulosidade no litoral centro e na Costa Vicentina, até meio da manhã, e uma ligeira subida de temperatura, em particular no norte e centro.

As temperaturas mínimas vão variar entre os 13 graus Celsius em Leiria e na Guarda e os 20 graus em Castelo Branco. As máximas oscilarão entre os 26 graus em Aveiro e os 36 em Évora e Santarém.
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Momento-Chave
Ponto de situação
RTP /

Medidas de apoio aprovadas. Dois grandes incêndios continuam a lavrar

  • O território continental de Portugal tinha, ao início da manhã, dois incêndios ativos. O mais grave continuava a ser o de Arganil, que avançou para a Serra da Estrela. As localidades de Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio, no concelho da Covilhã, ficaram confinadas;


  • Havia ainda o incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, que começou na quarta-feira. As chamas chegaram, neste caso, aos Concelhos de Almeida e de Pinhel e desceram o vale do Rio Côa;


  • Os dois incêndios ativos mobilizam cerca de dois mil bombeiros. Nas frentes do fogo que começou em Arganil estão cerca de 1.600 operacionais. Em Castelo Rodrigo, na Guarda, combatem as chamas cerca de 260 bombeiros. Espera-se que esta manhã voltem a entrar em ação os meios aéreos;


  • Esta sexta-feira chegam a Portugal dois aviões Canadair da Grécia, que vão estar disponiveis até segunda-feira. Esta ajuda está incluída no Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, ativado na semana passada e que já permitiu a chegada de dois aviões suecos e um helicóptero francês;


  • Um bombeiro de Pinhel ficou ferido com gravidade quando a viatura em que seguia foi apanhada pelas chamas. A corporação de Pinhel estava a combater uma das frentes de fogo que começou em Figueira de Castelo Rodrigo;


  • Portugal pode vir a receber ajuda da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia mostra-se disponível para financiar a recuperação de Portugal nas zonas afetadas pelos incêndios, através do Fundo Social Europeu. Nas redes sociais, Ursula von der Leyen indica ter falado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro;


  • O Governo respondeu aos problemas provocados pelos incêndios e aprovou 45 medidas para os concelhos afetados. Trata-se de apoios para os agricultores, para alimentar os animais e reconstruir casas. Há ainda apoios específicos para empresas afetadas e medidas fiscais excecionais. As medidas são permanentes e vão vigorar sempre que o país enfrente grandes incêndios;


  • O primeiro-ministro expliou que a reconstrução vai ser a 100 por cento até 250 mil euros. Para a agricultura, a verba disponível vai até aos dez mil euros por agricultor;


  • Luís Montenegro negou ter desvalorizado a crise dos incêndios, mas admitiu que pode ter ajudado a criar a perceção de que o Governo esteve distante;


  • O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Luís, sublinha que o interior do país precisa de medidas estruturais. Por sua vez, o presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, fala em prejuízos significativos e aponta falhas no combate às chamas. Já a presidente da Associação Nacional de Municicipios, Luísa Salgueiro, salienta que alertou o Governo para a falta de meios das autarquias tendo em vista a limpeza de terrenos privados, mas não obteve resposta. Em entrevista à RTP, disse ainda que o Executivo já devia ter avancado com as medidas agora aprovadas.
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Momento-Chave
Joana Raposo Santos - RTP /

Incêndios. Conselho de Ministros aprova 45 medidas para pessoas e empresas afetadas

Foto: Paulo Novais - Lusa

Numa declaração ao país, o primeiro-ministro destacou algumas das principais medidas, começando pelo “reforço dos cuidados de saúde nas zonas afetadas”, com isenção de taxas moderadoras e dispensa gratuita de medicamentos pelas unidades de saúde do SNS. 

Fazem também parte do pacote “apoios pecuniários às famílias para as despesas necessárias à sua sustentabilidade quando seja comprovada a sua carência económica”, assim como “apoios para a aquisição de bens imediatos”, nomeadamente alimentação animal.

Serão também dados apoios à tesouraria das empresas afetadas pelos incêndios e um “apoio excecional aos agricultores para compensação de prejuízos, mesmo através de despesas não documentadas até ao valor máximo de dez mil euros”, explicou Luís Montenegro.O Governo prometeu igualmente apoios às Instituições Particulares de Solidariedade Social envolvidas no auxílio às populações fustigadas pelos fogos.

Outra das medidas prevê um novo "instrumento legislativo" para "funcionar como lei-quadro" em situações como os grandes incêndios rurais e que vai permitir abrir um concurso para apoiar as autarquias na rápida reparação de infraestruturas.

"Vamos também abrir um concurso para que as autarquias locais possam candidatar-se com vista a uma rápida reparação das infraestruturas e equipamentos públicos afetados pelos incêndios", elaborou o primeiro-ministro.

O Executivo definiu ainda um apoio para a reconstrução de habitações de residência própria, com uma comparticipação a 100 por cento até ao montante de 250 mil euros. O valor remanescente será comparticipado a 85 por cento.

Foram igualmente aprovadas “medidas excecionais de contratação pública por forma a conferir maior rapidez nas empreitadas e fornecimentos tendentes a ultrapassar a situação criada”.
"Avaliação profunda" às políticas de combate e prevenção

O chefe de Governo começou o seu discurso referindo que “o país está transtornado, as pessoas estão transtornadas e todos sabemos que há razões para isso” após 25 dias de incêndios de grande dimensão.

Aos que têm as chamas por perto “estivemos e estamos a dar o máximo para tentar minimizar o seu sofrimento”, assegurou Luís Montenegro.

“Portugueses, acreditem que sou extremamente sensível às frustrações e ao apelo que muitos concidadãos nos têm transmitido para terem mais apoio”, continuou, reconhecendo que “apesar de termos o maior dispositivo de sempre, nem tudo correu e corre bem e nem sempre se conseguem evitar estes incêndios de grande dimensão e duração”. O chefe do Executivo vincou que o Governo “deu prioridade à proteção da vida das pessoas e das habitações das famílias”.

“Não estivemos nos teatros de operações, mas estivemos sempre perto e sempre próximos daqueles que têm a direção operacional e que estão a conduzir as tarefas de combate aos incêndios”, afirmou.

O primeiro-ministro referiu também a necessidade de “fazer uma avaliação profunda sobre este tempo de combate e também sobre as políticas de prevenção que podem evitar que cheguemos a este extremo”.

Por essa razão, o Conselho de Ministros aprovou um plano de intervenção para as florestas de 2025 a 2050 que será agora remetido à Assembleia da República para a realização de um debate sobre o seu conteúdo, de modo a consensualizar um pacto para a gestão florestal e proteção do território.

Além disso, o Conselho de Ministros aprovou um novo instrumento legislativo que “será a base a partir da qual os governos poderão de forma rápida, ágil, colocar no terreno instrumentos e medidas de apoio à recuperação das zonas e das pessoas afetadas”.

“Poderá ser acionado por simples resolução do Conselho de Ministros e terá uma delimitação temporal e geográfica de acordo com uma proposta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e do Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta”, adiantou Luís Montenegro.
Montenegro garante não ter menosprezado ameaça
Questionado sobre as críticas de que tem sido alvo por ter continuado de férias durante os incêndios e por ter ido à Festa do Pontal, Luís Montenegro respondeu: “nunca menosprezei a ameaça que tínhamos pela frente quando tivemos a informação das condições meteorológicas que iríamos enfrentar”.

O primeiro-ministro vincou ainda que a primeira vez que se deslocou, com a ministra da Administração Interna, ao comando operacional da Proteção Civil foi a 29 de julho. “Ainda eram poucos os incêndios que estavam ativos, mas já era muita a preocupação que nós tínhamos”, garantiu.

“Se porventura em algum momento foi criada alguma perceção no sentido de que esse acompanhamento não era tão próximo, tão intenso e tão profundo, eu só posso lamentar que isso tenha acontecido, porque sinto até a injustiça dessa imputação”, afirmou Montenegro.

No entanto, o primeiro-ministro reconheceu que “possa também ter contribuído para que isso tenha acontecido”.

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RTP /

Autarca da Covilhã vê apoios como "cortina de fumo" para ocultar falhas

Foto: Fernando Andrade - RTP

Os presidentes das câmaras de Arganil e São João da Pesqueira pedem celeridade. Já o autarca da Covilhã diz que o plano do Governo destinado às populações afetadas é "uma cortina de fumo" para ocultar falhas.
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Diana Craveiro - Antena 1 /

Governo aprovou medidas de apoio às vítimas dos incêndios

Paulo Novais - Lusa

O primeiro-ministro deixou uma palavra às vítimas, a solidariedade a quem combate o fogo e depois desfiou dezenas de medidas do Governo para ajudar de imediato famílias, agricultores e empresas atingidos pelo flagelo dos incêndios.

O primeiro-ministro prometeu ainda encontrar o consenso político necessário para aprovar e executar o plano de intervenção para a floresta desenhado em março, e que tem como horizonte final 2050.

Seguiram-se, depois, as perguntas dos jornalistas sobre como encarava as críticas de que tinha sido alvo pela perceção de alheamento do Governo nesta crise.

O primeiro-ministro considerou-as injustas mas admite ter contribuído de alguma forma para essa injustiça.
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RTP /

Incêndios. Tem havido desorganização no combate, aponta comandante

Num debate na RTP, Mário Conde identificou como problemas as permanentes alterações na cadeia de comando, rotações determinadas pela cor política, um dispositivo aéreo negligenciado e autarquias que não limpam terrenos.
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RTP /

Almeida. Bombeiro ferido com gravidade foi transportado para Coimbra

Foto: Sérgio Ramos - RTP

A viatura ficou cercada pelas chamas quando estavam a combater o fogo e ardeu. Os outros bombeiros desta equipa conseguiram pôr-se a salvo.

O INEM confirmou à RTP que foi helitransportado para a ULS de Coimbra.
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RTP /

Incêndios. Situação na Serra da Gardunha bastante complicada

Espera-se uma noite de muito trabalho por parte dos bombeiros no terreno uma vez que o vento continua a soprar com intensidade e parece não dar tréguas.
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RTP /

Serra da Estrela. Chamas próximas de várias povoações

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Momento-Chave
RTP /

Várias aldeias ameaçadas pelo fogo no Fundão

Foi um combate feito por populares porque só havia um carro de bombeiros.
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RTP /

Incêndio destruiu oficina de transformação e reciclagem auto

O dono da oficina diz que o prejuízo chega aos três milhões de euros e não sabe se é possível reerguer o negócio de família.

A empresa tinha vários funcionários.
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RTP /

Dois Canadair da Grécia apoiam combate às chamas em Portugal

Foto: João Agante - RTP

Esta ajuda está incluída na resposta do Mecanismo Europeu da Proteção Civil, ativado na semana passada, que já permitiu a chegada de dois aviões suecos e um helicóptero francês.

Este ano está a ser dramático no continente europeu, com um recorde anual de área ardida, que já ultrapassa um milhão de hectares.
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Momento-Chave
RTP /

Ordem dos Psicólogos lança guia prático para ajudar vítimas dos incêndios

Foto: Jorge Esteves - RTP

O guia é lançado numa altura em que os incêndios que afetam Portugal já provocaram vítimas mortais, prejuízos materiais e memórias de momentos muitos difíceis para centenas de pessoas que podem causar traumas.

Para falar sobre o impacto dos incêndios na população, estiveram no 360 da RTP3 as psicólogas Susana Gouveia, coordenadora do grupo de missão da Ordem dos Psicólogos, e Marta Jorge, psicóloga infantil nos Hospitais Universitários de Coimbra.
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RTP /

Incêndios. Ventura defende ida dos políticos ao terreno

André Ventura diz mesmo que houve uma gestão desastrosa. O líder do Chega foi entregar mantimentos aos bombeiros do Fundão e defendeu que os políticos devem estar no terreno e não esconder-se.
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